É inevitável comparar as cervejas superpremium aos vinhos. Primeiro, elas cresceram em consumo com a proposta de taças especiais, da percepção de aromas e sabores, da temperatura correta de serviço e até da harmonização com as comidas. E agora, em plena pandemia, seguem o mesmo comportamento de crescimento das vendas da bebida de Baco.

A categoria, que inclui as cervejas com preço a partir de R$ 15 na gôndola, registrou um aumento de 34,2% em volume no primeiro semestre, para 62.701 hectolitros. No mesmo período de 2019, foram 46.715,4 hectolitros. Os dados são da Ideal Consulting, empresa de auditoria de importação e inteligência de mercado nos segmentos de bebida e alimentos.

Já em valores, aqui computado o dólar FOB, a alta na comparação com janeiro a junho de 2019 foi de 31,2%, para US$ 6,6 milhões. Nesse intervalo, a importação de vinho foi de 5,9 milhões caixas de 9 litros, o equivalente a 71,3 milhões de garrafas, ou US$ 152,6 milhões em valor FOB.

“A categoria das cervejas superpremium cresce atrelada ao aumento da gourmetização da gastronomia”, diz Felipe Galtaroça, CEO da consultoria Ideal e autor do estudo. “Em casa, na quarentena, as pessoas estão buscando novas experiências, novidades e harmonizações. E estas cervejas são a cereja do bolo.”

Ele acrescenta que a facilidade de acesso ao produto, disponível em supermercados, e-commerces e deliveries, só reforça essa tendência.

O ano não está descendo redondo, no entanto, para as demais cervejas importadas, reUnidas na categoria premium, com preço de até R$ 14,99 o litro no ponto de venda. Computados os dados desse segmento, o total de importações de cervejas no semestre recuou 74,8% em valor, para US$ 8,55 milhões.

Em volume, a retração foi equivalente, de 75,5%. Passou de 367.639 hectolitros de janeiro a junho de 2019 para 90.169 hectolitros nesse ano. Além das razões econômicas, pesou nessa redução o fato de a cervejaria Ambev suspender a importação da cerveja Corona. A marca, que era a líder nesse segmento, passou a ser produzida no Brasil.

Já quanto à origem das marcas, as campeãs foram as cervejas alemãs, que responderam por 33,8% do mercado, em valor. Na segunda posição ficaram os rótulos belgas, seguidos por aqueles vindos do Uruguai e dos Estados Unidos.

Na categoria superpremium, por sua vez, a ordem das preferências é invertida. A Bélgica é a líder, com 31,7% de participação em valor, seguida pela Alemanha, com 29,5%, e pelos Estados Unidos, com 10,2%.

“Em casa, na quarentena, as pessoas estão buscando novas experiências, novidades e harmonizações. E estas cervejas são a cereja do bolo”

As cervejas superpremium importadas se dividem nos estilos Ale, que detêm uma fatia de 52,4% do mercado. Já as Lagers, respondem por 47,4%. Os demais estilos, como a Lambic, não chegam nem a 0,2% do segmento. Entre as Lagers, a preferida é a Pale Lager, com 96,3% do mercado em valor. Nas Ale, predominam os estilos Weissbier, 37,9%, e a Witbier, com 34,8%.

Entre as marcas superpremium, o maior crescimento foi da Hoegaarden, marca da Ambev, com um salto de 505,7% em volume, para 15.565 hectolitros.

Em segundo lugar está a Paulaner, com aumento de 12% em volume. A Blue Moon completa o pódio, com um volume 517% maior neste semestre.

Siga o NeoFeed nas redes sociais. Estamos no Facebook, no LinkedIn, no Twitter e no Instagram. Assista aos nossos vídeos no canal do YouTube e assine a nossa newsletter para receber notícias diariamente.