Falar de retomada do setor turístico-hoteleiro em plena pandemia do novo coronavírus pode parecer utópico demais nesse momento específico que vivemos. No entanto, enquanto estamos em casa nos cuidando, é a hora exata para enxergarmos o futuro do turismo, um futuro bem breve e promissor.

Estamos vivendo um cenário nunca antes visto na história do planeta, mas o turismo já passou por diversas crises, sejam elas ligadas a graves crises econômicas ou a fenômenos naturais, como a destruição de destinos inteiros por chuvas, furações e terremotos. E todos se reinventaram em tempo recorde.

O turismo tem uma capacidade única de se reerguer e de movimentar mais de 52 setores da economia, gerando emprego e renda por onde passa. Por isso, é preciso abordar o tema de uma maneira leve, transparente, no tom da adaptação gradual de todos.

Essa semi-normalidade já é realidade em alguns destinos nesses próximos meses de junho e julho, que vão reabrindo aos poucos, mas a partir de dezembro e na próxima temporada de verão, teremos o desafio ainda maior de recebermos o nosso cliente com toda atenção, carinho e cuidado.

É uma nova fase, um novo momento, uma nova jornada de compra do consumidor, que vai retomando a confiança nas empresas a cada novo lançamento que vislumbra, principalmente, os protocolos de segurança e higienização de hotéis, companhias aéreas, ônibus, trens, empresas de turismo receptivo, restaurantes, bares e parques.

E, sim, todos já saíram na frente a partir do lançamento de seus selos de “100% seguros” com regras e rigorosos protocolos que envolvem sistemas de sanitização em todos os ambientes, distanciamento seguro e higienização redobrada.

Nas companhias aéreas nacionais, por exemplo, já há controle de temperatura dos passageiros, disponibilização de álcool gel e lenços desinfetantes, reforço na higienização das aeronaves, uso obrigatório de luvas e máscaras, entre outras medidas.

Para reduzir aglomerações e o risco de contágio, empresas aéreas também já desligaram os totens de check-in em aeroportos, fecharam as salas vips, instalaram adesivos no chão para marcar o distanciamento durante o embarque e eliminaram o serviço de bordo durante o voo.

A Infraero, como administradora pública de grandes terminais, também começa a se adaptar e precisará rever a formatação das salas de embarque, com maior distanciamento entre os assentos, e todas as medidas necessárias para a segurança dos passantes.

“A Infraero, como administradora pública de grandes terminais, também começa a se adaptar e precisará rever a formatação das salas de embarque”

A preparação é clara e concreta. A retomada virá de forma faseada, primeiramente com as viagens de carro para curtas distâncias, aquelas escapadas da cidade para o campo, para a praia ou para as montanhas.

Na sequência, o turismo corporativo, com as empresas voltando a deslocar seus executivos, ativando seus eventos nos polos turísticos. Logo depois, as viagens interestaduais, com a reabertura definitiva dos Estados e dos aéreos de longa distância no Brasil.

Vamos nos redescobrir e entender o tamanho do bolso do consumidor. É o momento de as agências de viagens ativarem suas carteiras de clientes, se adaptarem à essa realidade, planejarem e roteirizarem cada plano de viagem com segurança e eficiência.

É um novo momento multicanal, de aposta nas mídias sociais e no e-commerce, que, aliado com a especialidade única dos nossos agentes de viagens, segue uma tendência muito forte no nosso setor, aqui e em todo o mundo. O turismo, de forma geral, sairá ainda maior desse período.

Guilherme Paulus é fundador da CVC, uma das maiores operadoras de viagens no mundo, e do Grupo GJP, que controla 10 hotéis próprios no país. Ele também é membro do Conselho Nacional do Turismo, por indicação da Presidência da República.

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