Depois de um primeiro semestre em compasso de espera, o mercado de capitais brasileiro voltou a acelerar. Segundo dados divulgados pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), o mês de setembro registrou o maior volume de emissões – R$ 57,1 bilhões – no ano.
Boa parte do desempenho deve ser atribuída à renda fixa, responsável por aproximadamente 84% do volume de captações, muito à frente da renda variável (10%) e dos chamados instrumentos híbridos (6%).
No universo de renda fixa os produtos avançaram de forma expressiva, sinal inequívoco que a classe de ativos voltou a chamar a atenção dos investidores.
Uma das operações mais marcantes realizadas em setembro teve participação direta do Bradesco BBI. O banco foi um dos coordenadores da emissão de debêntures da Eletrobras, uma das maiores da história do país.
A operação totalizou R$ 7 bilhões, com uma demanda de quase duas vezes a oferta – o interessante é que a emissão atraiu um perfil diversificado de investidores, de assets à pessoa física.
O BBI avançou mesmo diante de episódios marcantes no mercado de crédito do início do ano. No acumulado de 2023, o banco avançou em market share, reforçando sua posição entre os líderes tanto do mercado de originação quanto de distribuição de produtos de renda fixa.
O ranking da Anbima mostrou que o Bradesco BBI possui participação de 20,1%, dos últimos três meses em termos de originação de emissões de renda fixa.
“Crescemos principalmente na pessoa física, o que é muito relevante dado o momento do mercado”, afirma Denise Chicuta, head de Renda Fixa Distribuição do Bradesco BBI. Já no ambiente institucional, a executiva aponta a liquidez no mercado secundário como um fator determinante para a recuperação em meio às dificuldades enfrentadas pelo mercado.
“Temos uma plataforma única no mercado”, diz Rafael Garcia, head de DCM do Bradesco BBI. “Além de uma área comercial e banco de investimentos forte, temos uma plataforma de alta renda e private muito bem estruturada para distribuição desses produtos, ou seja, temos todas as caixinhas necessárias para jogar esse jogo”.
A diversidade de operações confirma essa percepção. As emissões vão desde as maiores operações da janela como as de saneamento – Águas do Rio e Iguá Rio – até a liderança em ofertas de novos entrantes como a da fabricante de borrachas Vipal e a empresa de torres de telecomunicações BTC.
“Estamos preparados para atender a qualquer demanda, de qualquer setor ou tamanho”, aponta Rafael Garcia. Ao todo, seu time de renda fixa é formado por 40 profissionais, entre os quais alguns possuem enfoque ESG - para atender a demanda de clientes por operações com componentes de sustentabilidade. O time ESG foi vencedor de quatro prêmios no Sustainable Finance Awards 2023, reforçando a expressividade do banco nessa agenda.
O mercado de capitais de renda fixa cresceu e se desenvolveu muito nos últimos anos, fruto de uma série de mudanças regulatórias, perfil dos investidores e distribuidores. No início do ano, entraram em vigor duas novas resoluções da Comissão de Valores Mobiliários que simplificaram o registro das ofertas públicas.
Estas medidas serão decisivas para atrair empresas interessadas em fazer novas emissões, além de abrir as portas para mais investidores.
Novos produtos também surgiram nos últimos anos. Os Fiagros nasceram em 2021 e, desde então, se multiplicaram na forma de dezenas de opções de produtos para pessoas físicas e jurídicas.
Nesse contexto, o Bradesco BBI demonstrou agilidade para aproveitar as mudanças trazidas pelo mercado. “O mercado está repleto de oportunidades e o Bradesco BBI está preparado para fazer mais investimentos”, diz Denise Chicuta.
Ela tem razão. Toda a indústria brasileira de investimentos em renda fixa, incluindo fundos, CDBs, títulos públicos e até poupança, movimenta algo como R$ 5 trilhões. Por sua vez, o crédito corporativo responde por apenas 5% desse universo. “Ou seja, temos muito espaço para seguir crescendo”, diz Garcia.