Ao longo de sua trajetória profissional, o empreendedor Cauê Mançanares, fundador e CEO da Investo, já foi funcionário público (trabalhou no Banco Central) e investidor de venture capital, quando se mudou para os Estados Unidos.
Mas, desde 2021, Mançanares tem uma fixação: fazer os ETFs se transformarem em uma classe de ativos relevante no Brasil. Foi com essa ideia que ele criou a Investo, que hoje é controlada pelo VanEck, uma gestora americana com mais de US$ 120 bilhões sob gestão.
Atualmente, os investimentos em ETFs somam pouco mais de R$ 50 bilhões no Brasil, o que representa 0,5% do mercado financeiro local. Mas Mançanares acredita que o ponto de inflexão está perto de acontecer. Com quase R$ 2 bilhões sob gestão, o plano da Investo é chegar a R$ 5 bilhões em 2025.
“Se sairmos de 0,5% para 5% da indústria, vamos de R$ 50 bilhões para R$ 500 bilhões sob gestão. Esse é o tipo de salto que entendo que vai acontecer no Brasil. Não quero que demore três décadas, como foi nos Estados Unidos”, afirma Mançanares, em entrevista ao Café com Investidor, programa que tem o apoio do Santander Select.
O otimismo de Mançanares é apoiado em dois pontos. O primeiro deles é a regulamentação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que deu transparência às comissões pagas pelos investidores em diversos produtos e serviços financeiros, o que deve favorecer a indicação de ETFs na carteira dos clientes.
O segundo envolve a entrada de investidores institucionais com mais força nessa classe de ativo. Atualmente, apenas 10% do capital sob gestão da Investo é desse público. Nos EUA, eles foram a força principal para que os ETFs chegassem a representar aproximadamente 30% do mercado americano.
Somado a esses dois fatores, a Investo planeja listar mais ETFs. O mais recente deles é um ativo com exposição direta ao bitcoin, o HODL11. Mas a gestora tem a intenção de trazer ETFs de crédito privado e de dividendos, entre outras estratégias para o investidor brasileiro – hoje, a Investo conta com mais de 100 mil cotistas.
Nesta entrevista, que você assiste no vídeo acima, Mançanares diz que o objetivo é ser uma “Vanguard” brasileira, em uma referência à gestora americana que é uma das principais do mercado de ETFs, e conta como investe o seu dinheiro (não precisa nem dar spoiler).