Dona dos resorts Costa do Sauípe (BA) e Rio Quente (GO) - que inclui ainda o parque aquático Hot Park –, a Aviva anunciou, há um ano, o plano de investir R$ 1,2 bilhão até 2028 na remodelação e na expansão de seus empreendimentos.
Fruto de uma joint venture entre a Algar e a holding de investimentos FLC, o grupo aportou cerca de R$ 200 milhões em 2024 nessa estratégia. E, agora, detalhou ao NeoFeed os próximos destinos desses recursos, o que inclui um pacote de investimento de aproximadamente R$ 300 milhões para 2025.
“Temos investido em segmentação, renovação e em tornar nossos ativos mais premium”, diz Alessandro Cunha, CEO da Aviva. “E uma boa parte desses recursos será direcionada para o Costa do Sauípe, onde os ativos têm uma necessidade maior de qualificação e a depreciação estava mais acelerada.”
Esse gap se explica pelo fato de o Costa do Sauípe ter sido comprado pela Aviva, na época ainda batizada de Grupo Rio Quente, em 2017, por R$ 140,5 milhões. Hoje, o empreendimento no litoral baiano conta com cinco hotéis, que somam 1.564 apartamentos.
Dois resorts desse portfólio já passaram por remodelações: o Brisa Grand Premium, em 2019, e o Sol Grand Premium, no ano passado. Esse último, como parte de um aporte de R$ 420 milhões reservado para renovar os ativos em Sauípe. Em 2025, quem vai reforçar essa onda é o Sauípe Resorts Ala Mar.
Com 230 unidades, o hotel, assim como seus pares, passará por um “banho de loja”. Isso incluirá, por exemplo, a reforma dos apartamentos, a ampliação do restaurante, dois bares novos e a construção de uma piscina exclusiva para os membros do Aviva Vacation Club, o clube de sócios do grupo.
As obras tiveram início após o Carnaval e a previsão é de que o resort seja reinaugurado em 2026, com foco na categoria premium intermediária. Na sequência, a Aviva vai investir na remodelação do Sauípe Resorts Ala Terra, que será um produto de entrada e cujo projeto levará dois anos para ser concluído.
Enquanto coloca as mãos à obra, a Aviva contabiliza os frutos colhidos até aqui com essa estratégia. Em 2024, mesmo com a oferta reduzida pela reforma do Sol Grand Premium, o grupo alcançou um faturamento de R$ 1,4 bilhão, alta de 16,8%, contra o crescimento de 8% inicialmente projetado.
“O cliente tem respondido muito bem a essa estratégia de qualificação”, diz Cunha. “Além de levantar volume, temos conseguido aumentar o preço.” Nesse contexto, a empresa saltou de uma diária média de R$ 1.203, em 2023, para R$ 1.406, no ano passado.
Em outros dados, a taxa de ocupação foi de 76% no Rio Quente Resorts, que tem 6 hotéis, 1,1 mil quartos, e já passou por boa parte das reformas. E, em Sauípe, foi de 72%. Como referência, dados da Resorts Brasil, a associação do setor, apontam para o patamar de 60% no mercado em 2024.
Além dos resorts, há outros projetos na Aviva para seguir impulsionando esses números. É o caso do Hot Park que começou a ser construído nesse ano em Sauípe, como parte da área de entretenimento do grupo. Com um aporte de R$ 360 milhões, o parque aquático vai entrar em operação no início de 2027.
“Nós percebemos que é o entretenimento que faz o cliente de lazer sair de casa. Essa decisão não é tanto pelo hotel”, diz Cunha. “Ele traz muita conversão e um aumento de demanda, juntamente com a qualificação e o aumento do preço.”
Ainda em Sauípe, um terceiro pilar cujas obras terão início em 2025 é uma Central de Produção de Alimentos. Com inauguração no início de 2027, o projeto vai consolidar as demandas dos 5 hotéis do complexo e replica uma estrutura em operação em Rio Quente. Aqui, a palavra de ordem é eficiência.
“Um sistema dispara a produção com base no volume programado de clientes”, explica Cunha. “Com isso, temos estoque para 15 dias e passamos a não ter problema de sazonalidade. Em Rio Quente, nós saímos de 300 para 100 profissionais na área e, em três anos, o projeto se pagou.”
Timeshare e fidelização
Também há novidades relacionadas ao Aviva Vacation Club, o clube de sócios do grupo que conta com mais de 33 mil famílias e investe no conceito de timeshare – que envolve a compra do direito de uso de um imóvel turístico por períodos definidos no decorrer do ano.
Em julho, no complexo de Rio Quente, entra em operação o Incasa Private Residence Club, projeto cuja ideia é mesclar a experiência de uma casa de campo com os serviços exclusivos de um resort. O projeto terá ao todo 40 casas, com duas a quatro suítes, sendo 20 imóveis nessa largada.
Cada família tem assegurada duas semanas de uso no ano, uma na alta e outra na média temporada. E, até o momento, o grupo já assinou 700 contratos nessa nova bandeira. E também tem outra iniciativa semelhante em curso, na Costa do Sauípe: o Incanto Residence Club.
Nesse caso, porém, no lugar de casas, a Aviva vai oferecer a estadia em studios e apartamentos de um, dois e três quartos. Com vendas desde janeiro desse ano, o projeto passa pela reforma de um hotel de 360 unidades, que serão reduzidas para 208, e tem previsão de inauguração em 2029.
Com base em pesquisas feitas com sócios do Aviva Vacation Club e um tíquete médio de R$ 250 mil, o modelo do Incanto prevê um sistema mais flexível, que vai permitir, entre outros recursos, que o usuário acumule ou compre pontos para ter acesso às unidades e categorias de sua preferência.
“Estamos projetando um faturamento de R$ 1,7 bilhão para 2025, com um crescimento de 21%”, afirma Cunha. “Grande parte desse salto virá dos produtos que estamos lançando. E também dos programas de fidelidade e timeshare, cujas vendas devem bater na casa de R$ 800 milhões nesse ano.”