Enquanto parte do mercado financeiro ainda debate os riscos da inteligência artificial, o Itaú Unibanco já está investindo pesado na tecnologia para atender seus clientes a qualquer momento, inclusive fora do horário comercial.
Depois de lançar uma plataforma de investimentos baseada em IA generativa, que permite ao cliente conversar com a tecnologia para tirar dúvidas, escolher aplicações e concluir transações em tempo real, 24 horas por dia, sete dias por semana, a instituição prepara uma versão para empresas, que deve ficar disponível ao público nas próximas semanas.
“Ela é uma conversa, não uma transação seca”, contou Ricardo Guerra, CIO do Itaú Unibanco, durante entrevista no NeoSummit IA, evento do NeoFeed sobre inteligência artificial. “Acreditamos que esse tipo de interação é um novo paradigma na relação com os clientes.”
Para o projeto, que começou com o uso da tecnologia para realizar Pix via WhatsApp, o banco precisou desenvolver estruturas inéditas internamente e criou mais de 50 bases de dados específicas para a IA generativa.
Assim como muitas agências bancárias foram encerradas com o avanço do uso de aplicativos de banco, Guerra acredita que algumas funções dentro das instituições financeiras deixarão de existir, em linha com ganho de eficiência por meio da IA. Por outro lado, em sua visão, com novas demandas, outros postos de trabalho surgirão.
“Alguns trabalhos repetitivos vão deixar de existir, mas trabalhos novos vão chegar. Acho que vai ter sim uma mudança no perfil dos profissionais ao longo do tempo”, diz Guerra.
Inspirado por experiências além do setor bancário, o Itaú vê a inteligência artificial como uma oportunidade de transformar a interface com o consumidor, sem deixar de lado a preocupação com a assertividade das respostas e com a reputação do próprio banco.
“Ela não pode alucinar, não pode falar coisas erradas. Precisa ter o tom de voz que o Itaú espera como organização, assim como um humano faria. E a IA serve para gente fazer isso em escala”, explica Guerra.