Quantas empresas brasileiras podem se orgulhar de ter participado, em algum momento de sua história, de projetos de inovação em parceria com um renomado pesquisador, ganhador de Prêmio Nobel? Certamente pouquíssimas. E a CBMM é uma delas.
Durante 18 meses, entre 2019 e 2020, a companhia associou-se à pesquisadores da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, da Universidade de Northwestern, nos Estados Unidos, e do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Toshiba, no Japão, para produzir um estudo científico sobre o uso do nióbio em baterias de carros elétricos.
O paper foi conduzido pelo Dr. Kent Griffith, Ph.D. em Química pela Universidade de Cambridge e pesquisador na Universidade de Northwestern nos EUA sob a supervisão do americano John Goodenough, Prêmio Nobel de Química em 2019 por seu pioneirismo na área, com a descoberta das baterias de lítio.
“O professor Goodenough foi o primeiro a mostrar para a comunidade científica e industrial que as baterias com óxido de nióbio têm propriedades e funcionam”, diz Rogério Ribas, head de baterias da CBMM.
Ribas teve a satisfação de se encontrar algumas vezes com o famoso pesquisador, um gênio da ciência que, apesar dos 98 anos, ainda produz regularmente. A parceria com o Nobel de Química é apenas uma das iniciativas que reforçam a vocação da CBMM para inovar e, de alguma maneira, estar à frente do seu tempo.
A empresa é hoje a principal referência do mundo no desenvolvimento de tecnologias para baterias automotivas com nióbio, segmento que deverá provocar profundas transformações na indústria automotiva nos próximos anos.
Por suas características intrínsecas, o óxido de nióbio oferece algumas vantagens que soam como música nos ouvidos dos cientistas – e, claro, das empresas. Entre outros benefícios, ele permite a produção de baterias elétricas mais seguras e, o que é ainda mais revolucionário, de carregamento ultrarrápido.
Velocidade, nem é preciso dizer, é tudo no ramo de automóveis. “Atualmente, as tecnologias contendo o nióbio são as únicas alternativas para a produção de baterias com recarga ultrarrápida”, diz Ribas. “Essa é uma inovação que a CBMM está trazendo para o mercado.” Nesse caso, quando se fala em rapidez, significa, de fato, uma grande revolução.
Em um carro médio, as baterias com óxido de nióbio podem ser recarregadas em 6 minutos e oferecem uma autonomia de 350 km. Para ficar mais claro: não vai demorar muito para que o dono de um veículo elétrico estacione o automóvel em uma lanchonete e, no tempo que leva para saborear o café, sua bateria será totalmente recarregada. Se o condutor estiver em São Paulo, ele poderá viajar até Ribeirão Preto sem a necessidade de parar para abastecer.
Uma simples comparação mostra o impacto que a inovação provocará no mercado automotivo: nas baterias tradicionais existentes hoje em dia leva-se de 3 a 8 horas para o carregamento completo. “O futuro está chegando cada vez mais rápido”, resume Ribas.
As projeções da companhia indicam que as baterias de recarga ultrarrápida estejam disponíveis no mercado a partir de 2023. Em outra frente de atuação, a de tecnologias com nióbio que garantem maior densidade energética e vida útil, as baterias com nióbio já são realidade. Recentemente, países como Indonésia, Tailândia e Vietnã usam o produto em projetos da chamada micromobilidade (scooters, bicicletas e triciclos elétricos).
A revolução desencadeada pela CBMM é resultado de robustos investimentos. Todos os anos, a empresa desembolsa cerca de R$ 200 milhões em seu Programa de Tecnologia, destinados essencialmente ao desenvolvimento de soluções e projetos inovadores para diversificar seu mercado de atuação e consolidar ainda mais sua posição de liderança em siderurgia. Apenas o Programa de Baterias receberá R$ 60 milhões em 2021, quase o dobro dos R$ 37 milhões investidos no ano passado.
A CBMM também possui uma característica essencial na nova era tecnológica: ela mantém portas abertas para parcerias com universidades, instituições de pesquisas e outras empresas, de todos os cantos do planeta. Nestes tempos globalizados, o conhecimento está distribuído pelo mundo. Por isso mesmo, é vital a colaboração de especialistas de diversos países.
A proximidade com instituições de ponta como a Waseda University e a Yokohama Nacional University, ambas no Japão, Hanyang University, na Coreia do Sul, Georgia Tech e Texas University nos EUA bem como a China Academy of Science permite à CBMM ter acesso a alguns dos melhores centros de desenvolvimento de baterias do mundo.
A academia de Hanyang, por exemplo, já forneceu frutos preciosos para gigantes de tecnologia como Samsung e LG. “Além disso, mantemos uma produtiva parceria com a tradicional Universidade de Cambridge, na Inglaterra”, ressalta Ribas.
Na frente de baterias elétricas, uma das colaborações mais intensas se dá com a japonesa Toshiba. O head de baterias da CBMM explica em detalhes como é realizado o trabalho conjunto entre as empresas. “Nós mapeamos o mercado e, então, identificamos o melhor parceiro tecnológico para um produto específico”, diz o executivo. A seguir, ressalta Ribas, as inovações são desenvolvidas em fina sintonia e, quando ficam prontas, são lançadas no mercado.
No Brasil, a busca por parceiros tecnológicos resultou no investimento de R$ 1,8 milhão em um laboratório do Senai, em Curitiba
No Brasil, a busca por parceiros tecnológicos resultou no investimento de R$ 1,8 milhão em um laboratório do Senai, em Curitiba. A ideia é fomentar o ecossistema nacional de produção de baterias. Nesse caso, o foco é estudar o potencial do nióbio e o uso da nanotecnologia para a aplicação em baterias de íons-lítio mais seguras, com recarga mais rápida e maior estabilidade.
Sob diversos aspectos, a CBMM é uma empresa inquieta – e isso é bastante positivo. Uma das novas apostas é o grafeno, material que tem forte sinergia com o nióbio. Em 2019, a empresa investiu na startup 2DM, um spin-off da universidade de Singapura que se dedica a estudar as aplicações do produto em vários segmentos incluindo o mercado automotivo.
A ideia é, a exemplo do que foi feito com o nióbio, ajudar o grafeno a decolar, contribuindo para o desenvolvimento deste mercado. Novas aquisições estão nos planos da CBMM. No momento, a empresa negocia a compra de três startups, sendo duas britânicas e uma americana.
A CBMM tem uma avenida de crescimento pela frente, o que é resultado sobretudo das inovações tecnológicas. O óxido de nióbio terá papel preponderante nesse processo. Em 2030, as aplicações do metal fora da siderurgia deverão responder por 35% das vendas da CBMM. Em 2019, o percentual foi de 10%. O futuro, como se vê, será elétrico – e iluminado pelo nióbio.
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