Em junho deste ano, a Oi vendeu 57,9% da InfraCo, sua subsidiária de fibra óptica, por R$ 12,9 bilhões, para um fundo gerido pelo BTG Pactual, em conjunto com a Globenet Cabos Submarinos.

O negócio, que ainda precisa de aprovação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), envolve uma rede de 400 mil quilômetros de rede de fibra óptica espalhada por 2,3 mil municípios e com 12 milhões de casas passadas.

Mas antes mesmo da aprovação, a Oi está dando uma nova cara à sua operação de fibra óptica. Nesta quinta-feira, 5 de agosto, a operadora de telefonia resolveu batizar a nova operação que deixa de usar o nome InfraCo, como era conhecida até hoje, e passa a ser chamar V.tal (lê-se Vital).

“Já começamos a atuar como uma operação independente, estamos adiantando o processo de separação da empresa e acelerando o processo de captura de valor”, disse Rodrigo Abreu, presidente da Oi.

A companhia já tem um CNPJ próprio e conta com um chief comercial officer à frente do negócio. O escolhido é Pedro Arakawa. A definição do CEO da operação, no entanto, vai esperar a chegada do BTG Pacutal. “Essa é uma das áreas mais críticas, mas a escolha do time executivo só será feito após a aprovação da operação”, afirmou Abreu.

O plano da V.tal é investir R$ 30 bilhões até 2025, quando deverá chegar a 32 milhões de casas passadas. Na prática, isso significa o número de domicílios que podem usar a infraestrutura da companhia para ter acesso a internet de banda larga, que se apresenta ao mercado como uma rede neutra, que pode ser usada por outras empresas de telefonia.

Questionado se a intenção da V.tal é abrir o capital, Arakawa disse que empresa tem características para realizar um IPO no futuro, mas que essa opção precisa ser discutida futuramente com o BTG Pactual, quando o negócio for concluído. O nome V.tal, inclusive, não foi discutido com o novo dono. “Mas tenho certeza de que eles vão gostar”, disse Arakawa.

Em recuperação judicial, a Oi fez um plano para vender diversos ativos para transformá-la em uma empresa de banda larga fixa. Além da V.tal (ex-InfraCo), a Oi também vendeu a divisão de torres foi vendida para a Highline, em um negócio de pouco mais de R$ 1 bilhão, em novembro do ano passado.

No mesmo mês, a área de data center foi comprada pela Piemonte Holding por R$ 325 milhões. Em dezembro, foi a vez da operação de telefonia móvel ser arrematada por R$ 16,5 bilhões por um consórcio formado por TIM, Vivo e Claro.

Com a venda desses quatro ativos, a Oi arrecadou mais de R$ 30 bilhões, recursos que vão entrar para os seus cofres para a reduzir dívida e acelerar investimentos na área de fibra óptica.