Em um movimento surpreendente diante da escassez de chips de computadores para produção de carros, a Ford está anunciando uma parceria com a fabricante americana GlobalFoundries.
O acordo prevê o desenvolvimento de chips e pode levar à produção conjunta dos microprocessadores nos Estados Unidos, informaram as duas empresas, sem dar detalhes de quanto investiriam.
Esse é o mais radical movimento de uma empresa da área para lidar com a falta de microprocessadores que têm paralisado fábricas e afetado as vendas de veículos ao redor do mundo e no Brasil.
Na visão da Ford, projetar os próprios chips, além de resolver o problema de fornecimento, pode ajudar a melhorar algumas características do veículo, como a capacidade de direção automatizada ou os sistemas de baterias para veículos elétricos.
“Sentimos que podemos realmente impulsionar o desempenho de nosso produto e nossa independência tecnológica ao mesmo tempo”, disse Chuck Gray, vice-presidente de software e controles incorporados de veículos da Ford, ao The Wall Street Journal (WSJ).
Atualmente, um carro pode ter mais de mil processadores que controlam diversos sistemas do veículo, desde a calibração do motor até a direção e o acionamento do airbag.
A GlobalFoundries é propriedade da Mubadala Investment Co., um braço de investimentos do governo de Abu Dhabi. Foi criada em 2009, quando AMD desmembrou suas operações de produção de chips. No ano passado, teve uma receita de US$ 6 bilhões.
No Brasil, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) estima que entre 100 mil e 120 mil veículos deixaram de ser produzidos no primeiro semestre em razão da falta de chips.