As últimas três semanas foram agitadas para o Itaú BBA, maior banco de investimentos do país. Enquanto o mercado de capitais colocava o pé no freio diante do agravamento do quadro macroeconômico, o Itaú BBA ia na direção oposta ao realizar algumas das operações mais emblemáticas de 2021.
Desde o início de novembro, a instituição liderou quatro importantes transações que, juntas, movimentaram mais de R$ 4,2 bilhões, valor surpreendente considerando o momento desafiador do mercado.
A mais recente delas ocorreu no último dia 30, em que o grupo Arrezzo&Co adquiriu a marca de luxo Carol Bassi. A aquisição é simbólica pois, com ela, a Arezzo&Co finca bandeira no promissor mercado de vestuário feminino, enquanto a Carol Bassi se prepara para um novo ciclo de crescimento. O Itaú BBA atuou como assessor financeiro exclusivo da Carol Bassi na venda.
De fato, o Itaú BBA tem experimentado semanas agitadas. Também em novembro, foi o coordenador líder do block trade (venda de ações, via leilão, através de uma única e rápida ordem) da RD, marca resultante da fusão da Droga Raia com a Drogasil. A operação levantou R$ 900 milhões para os vendedores das ações.
Há alguns dias, liderou o follow-on da Petz, maior empresa de produtos e serviços para animais de estimação do Brasil. Sob a coordenação e liderança do Itaú BBA, a iniciativa captou R$ 780 milhões.
O Itaú BBA atuou como assessor financeiro exclusivo da Carol Bassi na venda
A quarta operação liderada pelo Itaú BBA consistiu no follow-on da 3R Petroleum. A transação movimentou R$ 2,4 bilhões e foi uma das maiores ofertas subsequentes do ano.
Sob diversos aspectos, as operações listadas acima não foram apenas estratégicas para as companhias envolvidas, mas, acima de tudo, para o próprio país.
Na Petz, por exemplo, os recursos deverão ser direcionados ao desenvolvimento da plataforma digital da companhia, possíveis aquisições e abertura de lojas e hospitais veterinários. Ou seja, o follow-on trará benefícios para toda a sociedade, na medida que será convertido em um novo ciclo de investimentos.
“O Itaú BBA é o líder na atividade de banco de investimentos no Brasil e esta posição nos proporciona um profundo conhecimento dos objetivos dos emissores e dos investidores internacionais e locais”, afirma Cassio Gouveia, managing director do banco. “Como consequência desse posicionamento, fomos capazes de nos destacar diante da concorrência.”
Diversas razões explicam o fato de o Itaú BBA se manter a pleno vapor enquanto o mercado desacelerava. Além de ficar atento às oportunidades surgidas, o banco aposta no longo relacionamento com seus clientes para permanecer no topo.
Tome-se o exemplo da Petz, uma parceira antiga de negócios. Sua abertura de capital, sacramentada em setembro do ano passado, foi liderada pelo Itaú BBA, em um negócio de R$ 3 bilhões, um dos recordes de 2020.
Não é só. O Itaú BBA também foi responsável pelo block trade da empresa e a assessorou na compra da plataforma Zee Dog, uma das marcas mais conhecidas para pets do país, em agosto de 2021, por R$ 715 milhões.
“Fomos escolhidos pelos clientes para liderar essas transações em função de nossa capacidade de estruturação e profundo conhecimento dos investidores’, diz Gouveia.
O banco participou de 58 follow-ons e IPOs em 2021, volume que representa 76% de todas as transações executadas por empresas brasileiras no período
Os números mostram a força do Itaú BBA. O banco participou de 58 follow-ons e IPOs em 2021, volume que representa 76% de todas as transações executadas por empresas brasileiras no período. Em 2020, foram 39 operações que responderam por 70% do movimento do mercado.
O desempenho do Itaú BBA chama ainda mais a atenção considerando a nova realidade do país. O ano de 2021 vinha quebrando recordes na captação de recursos na bolsa de valores por empresas brasileiras, mas o movimento acabou perdendo força.
“As condições de mercado se deterioraram nas últimas semanas em função das condições macroeconômicas adversas, como inflação e taxa de juros em alta e crescimento mais fraco”, aponta o managing director do Itaú BBA.
O executivo também destaca a maior preocupação dos investidores com questões fiscais e políticas, o que acabaria por configurar um cenário de muitas incertezas.
Mesmo assim, o Itaú BBA não diminuiu o ritmo de trabalho, e as recentes operações lideradas pelo banco são a prova de que é possível realizar bons negócios inclusive em cenários adversos.
Como será em 2022? “O Brasil precisa recuperar a confiança dos investidores”, ressalta Gouveia. “Se isso não ocorrer, o ano deverá ser ainda mais desafiador para o mercado de capitais.’
As dificuldades, porém, não têm representado impedimentos para o banco seguir em frente. “Já estamos trabalhando em algumas operações que têm boas chances de acessarem o mercado nas primeiras semanas de 2022”, revela o executivo. Para o Itaú BBA, as crises são também celeiros de oportunidades.