A Petrobras pode deixar US$ 16 bilhões na mesa se congelar os preços dos combustíveis, conforme vem sendo discutido pelo governo federal, segundo estimativas feitas pelo BTG Pactual.
O cálculo leva em conta uma defasagem de 30% do preço da gasolina e diesel em relação a preço internacional e considera o preço do barril do petróleo em US$ 123.
De acordo com o relatório assinado por Pedro Soares, Thiago Duarte e Daniel Guardiola, os descontos do preço da gasolina e diesel atualmente são da ordem de 32% e 34%, respectivamente.
Batizado de “Dinheiro na Mesa”, o relatório diz que essa defasagem é maior do que o período de 2011 a 2014, na época do governo de Dilma Rousseff. Nesse período, segundo o BTG Pactual, a defasagem média foi de 20%.
Apesar disso, o BTG Pactual afirma que a Petrobras “é um animal muito diferente agora”. A dívida líquida, por exemplo, é de uma vez o EBTIDA versus cinco vezes em 2014. O preço de produção também é menor. Hoje é de US$ 6,7 o barril versus US$ 15 o barril, em 2014.
O BTG diz também que a Petrobras reduziu as importações de gasolina e diesel. Hoje, elas somam aproximadamente 40%, segundo os últimos dados. Em outubro do ano passado, era cerca de 70%.
“Enquanto poderíamos esperar valores mais baixos ou talvez negativos nas margens, o resultado deve ser mais sobre deixar algum dinheiro na mesa em vez de levar a pressões sobre os lucros”, escreveram os analistas.
Os papéis ON da Petrobras fecharam em queda de 7,65% e os PN em baixa de 7,10% no pregão de segunda-feira, 7 de março. Hoje, as ações preferenciais sobem 3% e as ordinárias, 2,4%. A companhia vale R$ 444,7 bilhões.