No final do ano passado, um estudo realizado pelo Instituto Opinion Box, em parceria com a Serasa, revelou como os brasileiros têm dificuldade para administrar suas finanças pessoais.
Segundo o levantamento, 88% dos pesquisados enfrentaram, em 2022, alguma situação de descontrole financeiro e, quatro em cada dez, admitiram ter gastado mais do que pretendiam. É um retrato doloroso de uma deficiência que precisa ser combatida.
Só há um caminho possível para reverter números como esses: a educação financeira. Nesse contexto, poucas empresas no país têm se debruçado tanto sobre o tema quanto a XP Inc.
“Para os próximos anos, nosso sonho grande é impactar 50 milhões de brasileiros e brasileiras com educação financeira”, relembra Guilherme Benchimol, fundador e presidente-executivo do Conselho de Administração da XP Inc.
Essa é a principal meta do Instituto XP, iniciativa que nasceu em 2021 com a missão de impulsionar as ações de educação financeira da companhia. “Queremos que esse se torne um tema mais impactante e transformacional a cada ano no país”, reforça o fundador.
Em linha com esse objetivo de impacto, o Instituto XP anunciou os oito vencedores da segunda edição do prêmio “Educação Financeira Transforma”, o maior do segmento no Brasil. A cerimônia aconteceu no dia 22 de março, em São Paulo.
Cada um dos campeões recebeu R$ 40 mil, enquanto os outros dezesseis finalistas embolsaram individualmente R$ 10 mil, num total de R$ 480 mil em prêmios.
O que motivou a XP a criar uma iniciativa desse tipo? “Educação financeira é um tema que precisa ganhar tração no Brasil”, responde Benchimol.
Ele ressalta que a educação foi um campo do conhecimento que fez a própria XP decolar. “Quando comecei a empresa, há 22 anos, transformei as palestras que dava em um curso que ensinava finanças pessoais e investimentos”, relembra.
Desde então, o assunto jamais deixou de acompanhar a trajetória da XP, até culminar na criação do prêmio “Educação Financeira Transforma.”
A segunda edição foi marcada por recordes. Desta vez, o prêmio recebeu a inscrição de mais de 600 projetos, um acréscimo de 55% em relação à primeira versão do evento.
“Educação financeira é um tema que precisa ganhar tração no Brasil”, diz Guilherme Benchimol
Outro aspecto interessante a se destacar é a diversidade regional. Os inscritos vieram de 26 estados e 283 cidades do país (foram 23 estados e 175 municípios na primeira edição).
Também impressiona o alcance da premiação. A atual edição recebeu cerca de 400 mil votos populares, mais do que o dobro do número atingido na estreia do prêmio.
A escolha dos projetos vencedores traduz, de fato, a preocupação do Instituto XP em dar visibilidade para iniciativas capazes de reduzir os abismos sociais e financeiros do país.
Foram selecionados projetos de educação financeira com forte impacto no ensino e voltados principalmente para crianças e jovens de escolas públicas, moradores de regiões vulneráveis e mulheres – que, afinal, respondem pela renda de quase metade dos lares brasileiros.
A banca de jurados contou com um time de craques da indústria financeira, o que só reforça a credibilidade do prêmio. Ajudaram a escolher os vencedores, nomes como Nathalia Arcuri (Me Poupe), Thiago Nigro (O Primo Rico), Konrad Dantas (Kondzilla), Edu Lyra (Gerando Falcões) e Thiago Godoy (XP Inc.,), entre outros.
“O nosso objetivo é mapear projetos de impacto que possam ser potencializados”, diz Gabriela Torquato, head do Instituto XP. Ou seja, a ideia é estimular o efeito multiplicador dessas propostas e, assim, inspirar mais pessoas.
As estrelas da premiação
As mulheres venceram cinco das oito categorias. No quesito aluno/aluna, a campeã foi Maria Eduarda Silveira, de Minas Gerais, que ministra aulas extraclasses para preparar colegas para a Olimpíada Brasileira de Educação Financeira (OBEF).
Ao que parece, as salas de aula estão mais abertas para essa temática. Na categoria professor/professora, o título ficou com Rosilene de Oliveira, da Paraíba, que implementou a cultura da educação financeira para estudantes do ensino fundamental II nas cidades de Cabaceiras e Esperança.
Uma mulher também alcançou o primeiro lugar entre os pesquisadores/pesquisadoras. Trata-se de Ani Caroline Potrich, coordenadora do Núcleo de Finanças Pessoais e Comportamentais da Universidade Federal de Santa Catarina. Entre outras ações, ela desenvolveu um indicador chamado “Termômetro de Alfabetização Financeira.”
Como não poderia deixar de ser na nova era digital, o universo dos influenciadores também foi contemplado pela premiação do Instituto XP. Na categoria micro influenciador/influenciadora, Mariana Ferreira da Silva, de São Paulo, destacou-se graças a seu projeto de consultoria financeira coletiva.
“O nosso objetivo é mapear projetos de impacto que possam ser potencializados”, diz Gabriela Torquato, head do Instituto XP
Por sua vez, Marina Farias, de Sergipe, faturou o prêmio entre os nano influenciadores/influenciadoras. Nascida em uma família sem boas condições financeiras, ela criou a “Comunidade dos Tubarões”, ambiente virtual que permite às mulheres trocar informações sobre suas vidas financeiras.
Os projetos descritos acima são vitais em um país marcado por velhos preconceitos. “A educação financeira contribui para o empoderamento e a independência das mulheres”, pontua Gabriela Torquato.
Novidade na segunda edição do prêmio, a categoria Ecossistema XP surgiu para destacar pessoas que fazem parte do universo da empresa, entre funcionários e a rede de assessores.
Sócio da M7 Investimentos, no Ceará, Daniel Demétrio foi escolhido por ter criado a M7 Educa, plataforma digital com mais de 100 mil usuários que oferece cursos de finanças, negócios e inovação por preços acessíveis.
Os dois últimos prêmios reforçam a ideia de que bons projetos são capazes de espalhar seus benefícios para o maior número possível de pessoas.
Na categoria “solução digital”, a Tangram Educação, de Minas Gerais, venceu graças à sua plataforma gratuita que passou a ser usada em diversas escolas públicas do país, alcançando 1.110 alunos. A plataforma difunde conceitos de finanças de maneira simples e interativa.
Por fim, o Instituto Mandaver, de Alagoas, venceu entre as Ongs. Seu objetivo é tornar o bairro Vergel, em Maceió, um exemplo de inovação e empreendedorismo. Para isso, a Ong lançou uma tecnologia social que promove a alfabetização financeira dos moradores da região.
“Com essas escolhas, esperamos impulsionar cada vez mais a transformação da sociedade por meio da educação financeira”, finaliza Gabriela Torquato.