Com dívidas de R$ 11 bilhões, a holding da Light entrou nesta sexta-feira, 12 de maio, com pedido de recuperação judicial na 3ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, após as negociações extrajudiciais que estava conduzindo com os credores não avançarem.
De acordo com o fato relevante, a holding do grupo, “os desafios oriundos da atual situação econômico-financeira da Companhia e algumas de suas subsidiárias (“Grupo Light”) se mantêm e vêm se agravando, o que demanda a tomada urgente de outras medidas que possam protegê-las até que seja possível implementar o referido equacionamento do seu endividamento e a readequação da sua estrutura de capital”.
A Light fechou o primeiro trimestre do ano com lucro de R$ 107,1 milhões, após registrar perda de R$ 106 milhões no mesmo período de 2022.
Antes do pedido de recuperação judicial, a Light já havia recorrido à Justiça em 12 de abril, com pedido em de suspensão das obrigações financeiras cobradas por credores por um prazo de 30 dias, de forma a evitar cobranças antecipadas de dívidas ou acelerar a amortização de dívidas.
As dificuldades do grupo estão concentradas na Light Sesa, empresa do grupo que atua no setor de distribuição de energia, que vem registrando perdas por causa do furto de energia em áreas de alto risco na região metropolitana Rio de Janeiro.
De janeiro a março, foram R$ 2 milhões de prejuízo com os furtos de energia, o equivalente a 58,36% da operação. No primeiro trimestre de 2022 foram R$ 137,2 milhões de perdas.
Além da Light Sesa, a Light Energia, de geração de energia; a LightCom, comercializadora; e a Light Conecta, de serviços também integram a holding. Por serem concessionárias de serviços público de energia, a Light Sesa e a Light Energia não podem recorrer à recuperação judicial – teriam de passar por um processos de intervenção da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Daí a opção pelo pedido de recuperação judicial da holding.