Até pouco tempo atrás, os brasileiros que viajavam ao exterior precisavam montar operações financeiras complexas que exigiam, na maioria das vezes, a compra de moeda estrangeira em casas de câmbio ou a aquisição de cartões de crédito internacionais.
Mas a revolução digital, apoiada por recursos tecnológicos que simplificam a vida das pessoas, começa a provocar mudanças na organização e no planejamento das viagens. Agora, as comodidades podem estar apenas a alguns cliques de distância.
Atento à nova realidade, o Bradesco almeja ser protagonista dessa transformação. O banco lançou, no final de julho, a My Account, conta internacional disponível para toda a sua base de clientes.
“Nosso objetivo foi desenvolver uma solução capaz de melhorar a experiência dos clientes nas viagens internacionais”, afirma Roberto Medeiros, diretor da área Internacional e de Câmbio do Bradesco. “Precisava ser algo simples, rápido e fácil de usar.”
Basta acessar o aplicativo do Bradesco para descobrir que os objetivos, de fato, foram alcançados. O ícone “My Account” aparece no menu inicial do app e, após alguns cliques que duram não mais do que poucos segundos, o cliente faz a solicitação de sua conta internacional.
Na maioria dos casos, a aprovação do pedido é feita em instantes. Se houver imprecisões no cadastro – como endereço desatualizado, por exemplo –, o prazo poderá ser estendido, não ultrapassando dois dias.
“Nosso objetivo foi desenvolver uma solução capaz de melhorar a experiência dos clientes nas viagens internacionais”, afirma Roberto Medeiros, diretor da área Internacional e de Câmbio do Bradesco
Os clientes que aderirem à conta internacional terão direito a cartão de débito com a bandeira Visa que poderá ser usado em cerca de 200 países e territórios para a realização de saques em caixas eletrônicos (ATM).
“Não há qualquer custo para a abertura da conta internacional ou para receber o cartão de débito internacional”, afirma Roberto Medeiros.
Detalhe importante: os saques são sempre feitos nas moedas locais. Ou seja, se o cliente estiver em Nova York, ele sacará dólares. Se estiver na Turquia, poderá retirar lira turca diretamente dos ATMs. A mesma lógica vale para todo e qualquer país.
Não é difícil imaginar a mudança que a iniciativa provocará na vida dos clientes do Bradesco. Em vez de levar dinheiro em espécie para o exterior – e ficar sujeito aos riscos inerentes ao transporte de valores –, bastará levar o cartão da My Account na carteira.
Medeiros lembra que, no processo de ativação da conta, o cliente consegue personalizar o cartão, escolhendo o nome que constará no plástico e a cor.
Depois, para começar a usar efetivamente a My Account, é preciso fazer a remessa inicial mínima de US$ 100, que cairá na conta automaticamente.
Para realizar a conversão do câmbio, o Bradesco utiliza o dólar comercial, mais barato que o turismo
Para realizar a conversão do câmbio, o Bradesco utiliza o dólar comercial, mais barato que o turismo. A transferência de recursos entre a conta nacional e a internacional é imediata, podendo ser feita em qualquer horário, nos sete dias da semana, incluindo madrugadas, feriados e finais de semana.
Todas as operações ocorrem, ressalte-se mais uma vez, no ambiente do aplicativo. “A ideia foi justamente oferecer comodidade para os clientes”, diz Medeiros.
Além de comprar dólar baseado no câmbio comercial e realizar saques nos caixas eletrônicos, os clientes da My Account poderão utilizar o cartão na função débito e, assim, fazer compras físicas e virtuais em estabelecimentos comerciais baseados no exterior.
O aplicativo também permite a alteração de senhas, cancelamento ou solicitação de um novo cartão, além de realizar o seu bloqueio temporário.
Um próximo passo, segundo Medeiros, será habilitar a recebimento de valores no exterior enviados por outras instituições.
O Bradesco tem metas ambiciosas para o projeto. A expectativa é chegar a 3 milhões de clientes num espaço curto de tempo.
Segundo Medeiros, a julgar pela forte demanda inicial pela My Account, a meta certamente será alcançada antes do previsto. “A procura tem nos surpreendido”, aponta o executivo.
O mercado internacional está na mira do banco da Cidade de Deus. Recentemente, o Bradesco lançou a plataforma Invest US, nos Estados Unidos, em parceria com a BlackRock.
Em linhas gerais, trata-se de uma ferramenta que facilita o acesso de clientes brasileiros que têm mais de US$ 10 mil investidos no exterior.
Não é só. No final de junho, o banco anunciou o aporte de US$ 230 milhões no Bradesco Bank, antigo BAC Florida, comprado pela instituição brasileira em 2019. A ideia é oferecer conta corrente e cartão de crédito nos Estados Unidos aos clientes das categorias Prime e Private.
As fronteiras para investimentos e transferências de valores entre contas nacionais e internacionais estão sendo derrubadas. E a My Account exercerá papel vital nesse movimento.