Nos últimos três anos, três letras de pronúncia fácil provocaram uma revolução na indústria financeira brasileira: Pix. Essa ferramenta se tornou rapidamente a modalidade de pagamentos preferida no país – são agora 153 milhões de usuários cadastrados e 650,7 milhões de chaves ativas.
A explosão do Pix trouxe diversas e inéditas oportunidades de negócios. Nesse contexto, poucas empresas têm usado o Pix de forma tão inovadora quanto a fintech QI Tech, que recebeu um aporte de R$ 270 milhões do Fundo Soberano de Cingapura (GIC) em 2021.
“Tudo o que o Banco Central traz de inovação representa uma oportunidade para nós”, afirma Marcelo Buosi, cofundador da QI Tech. “Vai lançar o Pix parcelado ou implementar novas camadas de antifraude? Estamos preparados para entrar com mais tecnologia.”
De fato, a empresa está em sintonia com a agenda modernizadora do BC. Em setembro, a QI Tech foi habilitada pela autarquia para oferecer um novo tipo de serviço. Trata-se do chamado Pix Indireto, solução de pagamentos que oferece diversas vantagens.
A fintech, regulamentada pelo BC como Sociedade de Crédito Direto (SCD), já atua como Participante Direto do Pix. E, a partir de agora, passa a oferecer suas APIs e serviços para que empresas se conectem como Participante Indireto desse arranjo de pagamento.
Um Participante Direto necessariamente é regulamentado pelo Banco Central com governança similar a de um banco múltiplo. Isso se aplica especialmente a instituições financeiras com mais de 500 mil contas transacionais, que são obrigadas a se conectarem diretamente.
Já um Participante Indireto desfruta de maior flexibilidade regulatória. Ele se acopla ao Direto e ganha acesso à chamada "Conta Pi" de liquidação e uma conexão imediata com o SPI (Sistema de Pagamentos Instantâneos) a partir dele, conseguindo assim controle sobre a experiência e as transações, além de economia de custos e incremento de reputação e conversões
Novas experiências: Pix com próprio nome
Assim, empresas com grandes ecossistemas de pagadores e recebedores que possuem apenas Instituições de Pagamento (IPs) conseguem oferecer o Pix "com o próprio nome".
Nessa modalidade, toda a operação fica registrada no nome do participante indireto, que poderá desfrutar da rapidez e conveniência dos pagamentos instantâneos e, assim, oferecer a melhor experiência possível para os seus usuários.
Na prática, quando o usuário faz uma compra online, o nome que aparecerá na transação por Pix é o do e-commerce, e não da fintech que é a provedora da tecnologia.
“Isso aumenta a taxa de conversão e garante maior credibilidade para a operação”, diz Renato Junqueira, head de Banking as a Service da QI Tech. “De certa forma, o cliente se sente mais seguro para fazer a transação.” É o que a QI Tech chama de “titularidade e transparência”.
A redução de custos é mais uma vantagem trazida pela modalidade. Participantes indiretos não precisam arcar com parte dos investimentos necessários para atender uma operação que é 24/7 – a QI Tech faz isso por eles. Pelos cálculos de Junqueira, isso significa uma diminuição de 30% em relação ao que se gastaria para manter uma operação convencional de Pix.
Outro ponto importante, complementa Junqueira, está relacionado à segurança. “Com nossa tecnologia, conseguimos reforçar a proteção ao Pix com um antifraude criado especialmente para este tipo de pagamento, que evita golpes e fraudes, valendo-se de mecanismos que vão de análise de documentos e dispositivos celulares a geolocalização, reconhecimento facial e prova de vida - tudo isso em milissegundos".
O Pix Antifraude analisa mensalmente dados de 1,7 milhão de usuários e já evitou o equivalente a R$ 20 bilhões em golpes.
Junqueira ainda aponta outros casos de uso onde o imediatismo do Pix empodera uma nova vertical de negócios, que pode melhorar a rentabilidade dos clientes.
“Uma parte relevante do nosso negócio está em jornadas de concessão de crédito”, diz o head de Banking as a Service. “Integramos o Pix como instrumento de desembolso de operações de crédito, o que trouxe uma flexibilidade muito grande para nossos parceiros”.
Por conta disso, em vez de o crédito ser liberado via TED, no horário comercial, a instituição financeira pode fazer o desembolso por meio do Pix, em qualquer dia e horário. No último feriado de Carnaval, por exemplo, a QI Tech viabilizou mais de 70 milhões de reais em operações de crédito feitas por intermédio do Pix.
Ainda na jornada de crédito, o Pix foi fundamental até a parte final, quando a emissão é vendida ao mercado de capitais. Em julho, a QI Tech passou a ser a primeira fintech do país com licença de SCD a receber também autorização para operar como Distribuidora de Títulos e Valores e Mobiliários (DTVM).
Com isso, a companhia pode administrar e fazer a custódia de fundos de investimento em direitos creditórios (FIDCs) e, com o advento do Pix, fazer transações em alta frequência também 24/7 para estes veículos. Com cotização em D+0 e informações em tempo real, uma gestora pode tomar decisões mais precisas sobre o seu portfólio.
Do crédito ao mercado de capitais, da cibersegurança ao embedded finance, o Pix é ferramenta essencial para a QI Tech oferecer infraestrutura tecnológica para serviços financeiros e crescer, em 2023, mais de 100% em relação ao ano anterior.
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