Poucas áreas no Brasil deverão demandar um volume tão grande de investimentos nos próximos anos quanto a infraestrutura. E por uma razão inquestionável: não há como melhorar a competividade do País sem robustos aportes no setor.

Segundo estudo recente realizado pela consultoria Pezco Economics, o Brasil precisa aumentar consideravelmente os desembolsos em infraestrutura para alcançar um patamar adequado de desenvolvimento. Para isso, seriam necessários R$ 339 bilhões por ano até 2038.

Em 2020, os investimentos totalizaram R$ 115,8 bilhões, o equivalente a apenas 1,5% do PIB. Para efeito de comparação, a Índia, que tem gargalos parecidos com os brasileiros, injeta todos os anos 6% de PIB em infraestrutura.

Neste cenário, a iniciativa privada terá papel relevante para estruturar as operações, oferecer assessoria financeira para os leilões e os diversos programas de financiamento ou, se for o caso, emprestar os recursos necessários para destravar projetos vitais para o País.

Em linhas gerais, são estas as atribuições da área de Project Finance, segmento da indústria financeira que, graças às enormes carências brasileiras em infraestrutura, tem se tornado imprescindível – e também excelente geradora de negócios.

“O gap do Brasil em infraestrutura é tão grande que é inevitável que o setor atraia cada vez mais investimentos”, diz Marcelo Girão, head de Project Finance do Itaú BBA. “Sob diversos aspectos, o País é um celeiro de oportunidades.”

O Itaú BBA tem exercido forte protagonismo na área. Além de ser líder do mercado brasileiro como emprestador de longo prazo e como arranger, acaba de ser premiado pela publicação especializada LatinFinance como o “Melhor Banco de Infraestrutura” do País. Foi a sexta conquista nos últimos oito anos.

Em alguns segmentos, a atuação do Itaú BBA é ainda mais marcante. O banco tem sido vital no desenvolvimento de iniciativas ligadas à temática ESG.

O banco tem sido vital no desenvolvimento de iniciativas ligadas à temática ESG

Segundo Girão, o Itaú BBA está presente em 40% dos parques eólicos em operação no País, seja participando da implementação das usinas ou assessorando os diversos entes financeiros envolvidos no projeto.

Não custa lembrar que a diversificação das fontes de energia é uma das premissas básicas da construção de um futuro mais sustentável. Nesse aspecto, o banco de investimentos tem dado notável contribuição.

Uma de suas operações recentes foi a estruturação de três projetos de usinas eólicas do grupo francês Qair. Um deles é o Complexo Serrote, no município cearense Trairi, que teve sua fase inicial inaugurada em maio passado.

A usina terá capacidade instalada de 205 megawatts e, ao todo, demandará investimentos de R$ 1,8 bilhão. O Itaú BBA também estruturou o Complexo Eólico Serra do Mato, como foi a chamada a expansão do Complexo Eólico Serrote.

Os planos do grupo francês Qair para o Brasil tiveram forte apoio do banco. A instituição financeira participou do projeto do Complexo Eólico Afonso Bezerra, localizado nos municípios de Afonso Bezerra e Macau, no Rio Grande do Norte, e que receberá aportes de R$ 750 milhões.

Em um contexto de crise hídrica e energética, chama a atenção o Complexo Eólico Rio do Vento, um conjunto de usinas pertencente à Casa dos Ventos, no Rio Grande do Norte, e que contou com a participação do Itaú BBA.

Trata-se de um dos maiores projetos de geração de energia eólica do mundo, com um total de 1 gigawatt de capacidade instalada e investimentos de R$ 5 bilhões.

Iniciativas como essa estão dentro de um contexto maior. Em junho, o Itaú Unibanco anunciou o compromisso de contribuir com R$ 400 bilhões, até 2025, em iniciativas que promovam uma economia sustentável e cada vez mais verde e inclusiva.

Protagonismo na infraestrutura

Na área de Project Finance, em 2020 o Itaú BBA participou como assessor financeiro ou credor de R$ 15,2 bilhões em 67 projetos de infraestrutura de diferentes setores.

Até setembro de 2021, foram 58 operações e o valor – R$ 16,3 bilhões – já é maior do que no ano passado inteiro. Para o futuro próximo, estão em execução no Itaú BBA 76 deals, entre operações de crédito, operações de mercado e assessoria.

Alguns dos maiores projetos de infraestrutura do País tiveram a participação ativa do banco. Um dos destaques de 2021 foi o leilão da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae), que representou um marco para área de saneamento.

O Itaú BBA participou do financiamentos de todos os blocos arrematados no leilão da Cedae, em abril passado. A área de saneamento é uma das mais promissoras – e essenciais – da infraestrutura brasileira.

Com a histórica aprovação do novo marco regulatório do setor, em junho do ano passado, espera-se uma avalanche de investimentos em saneamento básico no País.

Segundo o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento Básico, o Snis, cerca de 33 milhões de brasileiros não têm acesso à água tratada e mais de 95 milhões não são contemplados com rede de coleta de esgoto.

Para reverter esse quadro, o ministério da Economia prevê entre R$ 600 bilhões e R$ 700 bilhões de investimentos nos próximos anos – para destravar esses projetos, as áreas de Project Finance irão trabalhar a pleno vapor.

Os grandes projetos de infraestrutura em andamento no País estão, de alguma maneira, conectados ao Itaú BBA. Girão lembra que o banco assessorou a CCR na sexta rodada de concessão dos aeroportos, também realizada em abril.

O banco assessorou a CCR na sexta rodada de concessão dos aeroportos, também realizada em abril

Com o apoio do banco, a empresa arrematou os chamados Bloco Sul e Bloco Central. Ainda no mês de abril, o Itaú BBA assessorou o consórcio Eco153 que foi vencedor do certame de concessão envolvendo o sistema rodoviário composto pelas BRs 153, 080 e 414, que ligam Anápolis (GO) a Aliança de Tocantins (TO).

Em janeiro, por exemplo, o BNDES aprovou um empréstimo de R$ 3 bilhões para a Eixo SP Concessionária de Rodovias, empresa controlada pela gestora de recursos Pátria Investimentos.

O projeto, que é a maior concessão rodoviária do País, foi assessorado em todas as suas etapas pelo Itaú BBA, desde o leilão até a contratação do financiamento junto ao BNDES. “Dentro deste projeto, também estruturamos R$ 300 milhões em debêntures”, diz Girão.

Apesar da histórica defasagem da infraestrutura brasileira, algumas iniciativas têm ajudado a mudar o cenário. Girão aponta que, antes da aprovação do marco do saneamento básico, outra medida fundamental foi a criação do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), em 2016.

“Com o PPI, em vez da rentabilidade de um projeto ser baseada no subsídio do financiamento, ela passou a ser definida pelas regras de mercado”, diz o head de Project Finance do Itaú BBA. “Isso acabou incentivando outras fontes de financiamento, em especial o mercado de capitais.”

É preciso destacar também, ressalta Girão, que a qualidade dos projetos melhorou – o País parece, enfim, ter despertado para a urgência em destravar programas de infraestrutura. Nesse contexto, a participação do Itaú BBA será cada vem mais requisitada. Isso é ótimo para o banco, mas melhor ainda para o Brasil.

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