A série de debates virtuais “Trailblazers Latinoamericanos – Conectando Sonhos com o Futuro” acaba de completar um ano de intensas e produtivas discussões. Criada pela Salesforce, uma das maiores empresas de tecnologia do mundo, a iniciativa tem como ideia central discutir soluções capazes de promover o desenvolvimento inclusivo, sustentável e em escala, com igualdade de oportunidades para os latino-americanos. Não é missão fácil, reconheça-se, mas fundamental nesta nova era.

“Como protagonistas da quarta revolução industrial e da primeira pandemia global, a história nos chama a ser relevantes”, diz Alejandro Anderlic, diretor de Assuntos Governamentais da Salesforce para a América Latina. “Não podemos continuar falando sem agir. É hora de agirmos juntos – e agora”. Ou seja, a Salesforce não apenas se posiciona como defensora de causas sociais. Acima de tudo, ela quer estimular outras empresas a fazer o mesmo.

Inaugurada em setembro do ano passado, a série reuniu diversos líderes governamentais, empresariais, acadêmicos e de outras esferas da sociedade civil. Desde o primeiro encontro, que contou com a participação de Luis Alberto Moreno, ex-presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o objetivo foi convidar o público a pensar sobre os desafios do futuro.

Afinal, que desafios são esses? Entre os temas em destaque – e que foram debatidos em profundidade no ciclo de debates – estão o papel da tecnologia como ferramenta transformadora da sociedade, a importância da preservação ambiental para o planeta e o futuro do trabalho em um contexto de revolução digital.

São, em suma, temas vitais que irão definir os caminhos que a América Latina deverá trilhar para oferecer oportunidades a todos os seus cidadãos. “O que um pioneiro faz é construir os primeiros passos, aquela pegada na estrada para muitas outras pessoas seguirem”, reforça Alejandro Anderlic.

A única forma de alcançar os objetivos é somar esforços entre os setores público e privado e de diversos representantes da sociedade, premissa essa que está contemplada na lista de participantes do evento.

Entre os que integraram o ciclo de debates estavam nomes como Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente do Brasil; Augusto Zampini, membro da comissão do Vaticano criada pelo Papa para aconselhá-lo sobre os efeitos sociais da crise da covid-19; e Iván Duque, atual presidente da Colômbia.

O evento, de fato, apostou na diversidade de participantes. Diversas mulheres, de segmentos diferentes, integraram os encontros. Entre elas, María Alexandra Tamayo Castrillón e Pamela Scheurer, líderes em tecnologia e ciência na América Latina; Evelina Cabrera, presidente da Associação Argentina de Futebol Feminino e uma das mulheres mais influentes do mundo, segundo a BBC; e Michelle Bachelet, Alta Comissária para os Direitos Humanos das Nações Unidas e ex-presidente do Chile.

Cofundada por Marc Benioff, a Salesforce é uma das principais propagadoras do modelo de gestão empresarial que tem como um de seus focos a filantropia. Em um de seus livros, chamado “Trailblazers” (“Pioneiro”, em português), Benioff faz uma reflexão sobre o futuro do capitalismo. “Se dar bem por fazer o bem não é mais uma vantagem competitiva, é um imperativo empresarial.”

Benioff é o criador do movimento Pledge 1%, que consiste em estimular as empresas a retribuir para a sociedade o que receberam. A estratégia, batizada de 1-1-1, prevê a destinação de 1% do tempo dos funcionários, 1% dos produtos e serviços da companhia e 1% do capital próprio em prol de causas sociais. Desde a criação do projeto, em 1999, a Salesforce doou US$ 475 milhões e alcançou mais de 6,2 milhões de horas de voluntariado. Atualmente, 12 mil empresas de diversas partes do mundo fazem parte da iniciativa.

A Salesforce também está comprometida com causas ambientais. Um de seus compromissos firmados com o Fórum Econômico Mundial é a conservação e reflorestamento de 100 milhões de árvores até 2030. Como se vê, construir uma nova sociedade e preservar o planeta estão no centro dos negócios da empresa.