Em 2020, as startups brasileiras captaram mais de R$ 18,1 bilhões, um salto de 17% sobre 2019, segundo o hub de inovação Distrito. No ano, empresas como Loft, Ebanx e Creditas carimbaram sua entrada na lista de unicórnios locais, como são chamadas as novatas avaliadas em mais de US$ 1 bilhão.
Na trilha desses cheques, novos patrimônios estão sendo criados. E os nomes por trás dessas riquezas são o foco da Brainvest, gestora independente de fortunas. Fundada em 2003, em Genebra, na Suíça, a casa tem presença ainda em São Paulo, Rio de Janeiro e Miami (EUA).
“Esse tech founder está mergulhado 20 horas por dia no seu negócio e não tem tempo e, muitas vezes, nem assessoria adequada para cuidar do próprio patrimônio”, diz Fernando Gelman, sócio e CEO da Brainvest no Brasil. “Nossa ideia é acompanhar essa jornada desde o início, quando ele ainda não tem recursos para investir.”
Essa abordagem também inclui os sócios minoritários desses fundadores das empresas tech, entre outras pessoas no seu entorno. “No mercado, há essa percepção de que os family offices estão restritos a patrimônios acima de US$ 10 milhões”, afirma Alexander Gorra, sócio da gestora. “Mas queremos quebrar esse paradigma e estamos prontos para fazer esse percurso com todo esse grupo econômico.”
Com mais de R$ 10 bilhões sob gestão, a Brainvest passou a dedicar mais atenção às atuais e futuras fortunas da nova economia há um ano. Foi quando a casa enxergou a possibilidade de conectar sua tese a essas histórias, dos primeiros passos até após as eventuais aberturas de capital.
“Nossa proposta de valor é muito aderente a esse perfil”, ressalta Gorra. “Nosso portfólio no exterior e no Brasil já é alocado em estratégias inovadoras. Temos esse conhecimento dentro de casa e podemos ser o parceiro de longo prazo para que eles façam seus investimentos, planejem e implementem suas estruturas.”
O olhar já consolidado e o bom trânsito da Brainvest em áreas como venture capital, private equity, private debt e real estate, além de ativos líquidos, são possíveis graças a um time de análise alocado em três continentes. Um dos principais fatores é a presença da gestora no exterior através dos seus escritórios em Miami, Zurique e Genebra.
“A estrutura global que montamos não tem paralelo no Brasil”, diz Gorra. Ele chama atenção para outro elemento que vai ao encontro desse público. “Muitas dessas empresas tech estão estabelecendo operações fora do País e temos condições de ajudar esses grupos também nesse processo. Inclusive, montamos, através do nosso escritório em Miami, atendimento a residentes fiscais americanos que requer uma oferta de estruturas e investimentos bem diferente.”
Além dos escritórios, a casa tem, desde 2018, uma “Trust Company” em Zurique, que formata a estrutura global mais eficiente, sob o ponto de vista fiscal e tributário, para o patrimônio de cada cliente. Planejar e estruturar tanto os ativos líquidos quanto ilíquidos como participações e fundos não listados é feito com o time de especialistas da Brainvest. “São assuntos bastante sensíveis dos nossos clientes e decidimos internalizar diferentemente dos outros players de mercado”, diz Gorra.
“Essa conversa anterior é tão ou mais importante que os investimentos em si”, observa Gelman. “É ali que identificamos as dores do cliente, seu apetite para risco e mostramos todos os cenários para que ele possa decidir o que quer fazer.”
“Identificamos claramente que essa etapa é onde os "tech founders" precisam de bastante planejamento. Sem uma base sólida, futuras rodadas de investimento e eventos de liquidez podem gerar ineficiências enormes no futuro”, diz Gorra.
Concluído esse trabalho, o leque de ativos disponível para a montagem do portfólio é amplo. “Temos blocos que englobam investimentos líquidos e ilíquidos, e desde estruturas simples até ofertas mais sofisticadas”, diz Gorra, sobre a oferta construída em quase duas décadas de operação.
Nas carteiras de alternativos incluem, por exemplo, ativos de real estate (dívida ou equity), venture capital global (EEUU, Europa, Brasil e Israel), fundos de hedge, dívida privada nos mercados europeu e americano, além de opções como royalties de músicas e um portfólio de investimentos ESG, área na qual a Brainvest já aplicou mais de US$ 300 milhões globalmente.
Outras alternativas envolvem desde operações para financiar empresas de tecnologia com “venture debt” e na securitização de recebíveis com lastro em ativo real tanto em deals no Brasil, Estados Unidos, Europa e Israel. “Conseguimos trazer soluções para nossos clientes tech founders onde não precisa diluir com equity toda hora, mas usar todo balanço da sua empresa”, diz Gorra.
A proximidade com esses fundos e seus gestores é também um atalho para que a Brainvest alcance o universo dos fundadores de startups. Ao mesmo tempo, com essa parceria, a casa tem outros atrativos para atrair esse público.
“Nós criamos um relacionamento muito estreito com esses gestores e, todo ano, eles nos convidam para conferir como estão indo as empresas investidas”, diz Gelman. “Há cinco anos, começamos a levar alguns de nossos clientes nessas viagens.”
O roteiro inclui eventos como o Silicon Slopes, realizado no início de cada ano, em Utah, nos Estados Unidos, ou em Israel para conhecer in loco os investimentos da Brainvest na área de cibersegurança. “É uma oportunidade de nossos clientes conhecerem na ponta as novas tendências do mercado tech além de Vale do Silício. Frequentemente, surgem negócios durante essas viagens. Este engajamento é fundamental em nosso dia-a-dia.”
A Brainvest lançou em março um “Advisory Board”, um conselho consultivo que reúne um grupo de notáveis da cena empresarial brasileira e do mercado de capitais, nos segmentos de saúde, tecnologia, indústria e investimentos. “É uma oportunidade de juntar formadores de opinião para trocar ideias sobre temas relevantes para o mercado e sociedade. Ouvindo ideias de nossos conselheiros para inovar cada vez mais”, diz Gorra.
Além de ampliar a perspectiva desse público, a nova guinada marca mais uma etapa na trajetória da Brainvest, criada como uma operação de gestão offshore da Hedging Grifo. Na época, o brasileiro Dany Roizman, que trabalhava no JP Morgan, em Genebra, foi convidado para tocar o negócio.
Em 2006, Roizman comprou a fatia da Hedging Griffo quando ela foi vendida ao Credit Suisse, e convidou quatro sócios para a operação, todos com passagens por grandes empresas do setor, como JP Morgan e UBS, e diferentes origens e vivências nesse mercado. Entre eles, Gelman.
“Decidimos seguir como uma gestora independente, sem receber nenhum tipo de remuneração externa, nem de rebates, que não fosse de clientes e sem estar casado em uma única plataforma de investimento”, conta Gelman.
Ao ampliar seu escopo, a gestora não tem como prioridade inicial buscar grandes volumes com os tech founders e sócios de fundos de VC e PE. “Não temos pressa. Sabemos que esse cliente vai chegar em um patamar interessante para nós”, diz Gelman. “O importante agora é estar próximo e apoiá-lo nessa jornada, independentemente da etapa em que se encontra.”
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