Plataforma de casa e decoração listada na B3, a Westwing tem pela frente o desafio de solucionar, ao que tudo indica, sérias desavenças dentro dos seus próprios domínios. É o que mostra o fato relevante divulgado pela empresa na manhã de sexta-feira, 23 de junho.
No documento arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a companhia informa que recebeu, em 19 de junho, um requerimento do Montenegro Fundo de Investimento Multimercado pedindo a convocação de uma assembleia geral extraordinária no prazo de oito dias.
O Montenegro é gerido pela WNT Capital, uma gestora de recursos que utiliza capital de Nelson Tanure e do banco Master e seus acionistas. Na Westwing, a WNT detém mais de 4% do capital social da companhia. Entre os temas, o fundo sugere que a assembleia delibere sobre a destituição de todos os atuais membros do conselho de administração da Westwing.
Caso a questão seja aprovada, a pauta também prevê a eleição de novos membros, com número fixado em cinco integrantes e mandato unificado de dois anos. Outro ponto solicitado é a inclusão de ao menos dois conselheiros independentes, além da indicação do presidente do colegiado.
Atualmente, o board da Westwing é presidido por Marcello Eduardo Guimarães Adrião Rodrigues. Completam o quadro de conselheiros Fábio Maranhão e o trio de membros independentes formado por Andres Mutschler, CEO da empresa, Marcelo Pimentel, CEO do GPA, e Renato Porto.
No decorrer de 2022 e também neste ano, a companhia vem assistindo a uma onda de mudanças em seu alto escalão. Há dez dias, no movimento mais recente, o conselheiro independente Daniel Funis renunciou ao seu assento no board. O mesmo caminho foi seguido por Eduardo Oliveira, que ocupava o posto de diretor vice-presidente da empresa.
Em linha com outros players do setor, como a Tok&Stok, e do varejo, a Westwing vem sofrendo com os impactos do cenário macroeconômico, entre outras questões. Nesse cenário, a empresa reportou um prejuízo de R$ 13,6 milhões no primeiro trimestre, alta de 35,9% sobre igual período, um ano antes.
Entre janeiro e março, o GMV da operação recuou 25,8% na mesma base de comparação, para R$ 65,8 milhões. A receita líquida, por sua vez, teve queda de 30,5%, para R$ 44,4 milhões, enquanto o número de compradores ativos caiu 25,5%, para 237,2 mil.
As ações da Westwing encerraram o pregão da quinta-feira, 22 de junho, com baixa de 1,5%. No ano, os papéis acumulam uma valorização de 10%. Já nos últimos doze meses, a queda registrada é de 35,9%. A empresa está avaliada em R$ 148 milhões.