Desde que estreou na B3 em janeiro de 2021, a locadora de caminhões e equipamentos Vamos tem se mostrado um fenômeno, registrando resultados recordes trimestre após trimestre.
Neste começo deste ano não foi diferente. A companhia do grupo Simpar fechou os primeiros três meses de 2022 com lucro líquido em patamar histórico, no montante de R$ 122 milhões, alta de 66,4% em relação ao mesmo período do ano passado e 3,5% superior ao trimestre anterior.
O bom desempenho registrado ao longo de vários trimestres não está passando despercebido dos investidores. Da estreia na Bolsa até o pregão desta quarta-feira, 27 de abril, as ações da Vamos acumulam uma valorização de 52,5%. Os papéis fecharam o pregão de hoje com alta de 2,05%, a R$ 12,43.
Mas para Gustavo Couto, CEO da Vamos, ainda há um desconhecimento dos empresários e empreendedores, em relação ao modelo de locação e seus benefícios para reduzir os custos operacionais das empresas, vendo nisso uma chance de expandir ainda mais seus negócios.
“Pouco mais de 1% da frota no Brasil é alugada, contra 25% dos Estados Unidos”, diz Couto, ao NeoFeed. “Aquele empresário que não está passando por bom momento, que está revendo a operação, precisa renovar a frota e está começando a abrir a cabeça e ver na locação de equipamentos uma ótima solução.”
Couto fala por experiência sobre o desconhecimento a respeito da locação e suas vantagens. Tendo passagens por empresas como Shell, CSN, Suzano e Petrobras, ele já atuou com coordenação logística e não considerava a possibilidade de alugar caminhões até chegar na Vamos, em fevereiro de 2019.
“Quando fui diretor de supply chain, nunca soube que poderia alugar caminhões no Brasil. Eu teria mudado meu modelo operacional se essa possibilidade estivesse estruturada como atualmente”, afirma Couto.
Diante desta situação, a Vamos está planejando uma série de ações de marketing para aumentar a percepção sobre as vantagens do aluguel de caminhões, máquinas e equipamentos, que respondeu por 37% da receita total da companhia.
A iniciativa inclui veicular a partir de sexta-feira, 29 de abril, sua primeira peça de propaganda na televisão, buscando apresentar a companhia e seus propósitos.
Resultados
Enquanto vê chance de avançar a agenda da locação no País, a Vamos segue trabalhando para se estabelecer como um dos principais nomes do setor de locação de caminhões e máquinas, dominando uma fatia de quase um terço do mercado.
Os números mais recentes mostram que a tese de locação está ganhando tração. A empresa fechou 266 novos contratos no primeiro trimestre, acumulando um total de 1,7 mil contratos de locação ao fim do período, acima dos 852 registrados no mesmo período de 2021. Na mesma base de comparação, a carteira de clientes passou de 416 para 752.
Com isso, a receita futura contratada, ou seja, a receita com serviços prevista para os próximos anos, cresceu 28% em relação a 2021, para R$ 8,9 bilhões, abrindo caminho para novos recordes. “Temos uma bela previsibilidade do que vai acontecer”, diz Couto.
Para conseguir cumprir com as obrigações assumidas e lidar com os efeitos da aceleração da inflação, a Vamos formou um estoque de ativos novos de R$ 1,3 bilhão. Segundo Couto, ele tem se mostrado um diferencial competitivo no mercado, com um valor de mercado 34,5% superior ao valor de aquisição, garantindo uma boa rentabilidade nos novos contratos de locação.
Considerando o desempenho das outras divisões da Vamos, que inclui uma rede de concessionárias de caminhões e equipamentos agrícola e uma área de customização de caminhões para serviços especiais, a receita líquida da empresa cresceu 81,6% em base anual e 17,1% na trimestral, para R$ 945,2 milhões.
O Ebitda subiu 77,2% ante o primeiro trimestre de 2021 e 20,3% na comparação com o quarto trimestre, para R$ 361,5 milhões.