A Omie, que desenvolve uma plataforma de ERP no modelo SaaS (software as a service), recebeu um aporte série C de R$ 580 milhões liderado pelo Softbank nesta terça-feira, 3 de agosto.
O aporte foi seguido por gestoras de fundos de ações do Brasil, como Dynamo, VELT, Hix Capital, Bogari Capital e Brasil Capital, além da Endeavor Catalyst. O Riverwood Capital, que investiu na série B da Omie, também participou da rodada.
“É uma rodada pré-IPO”, disse Marcelo Lombardo, CEO e cofundador da Omie, ao NeoFeed. “Quando você está captando dinheiro, você também busca contar uma história.”
As gestoras Dynamo, VELT, Hix Capital, Bogari Capital e Brasil Capital atuam, preferencialmente, em companhias abertas e estão pouco a pouco se posicionando em companhias fechadas, para capturar ganhos em uma possível abertura de capital. Lombardo diz que não tem prazo para acessar a bolsa de valores e que o plano é fazer o IPO fora do Brasil.
Com o aporte, a Omie vai se concentrar em acelerar o seu crescimento, aumentar a equipe dos atuais 950 funcionários para 1,5 mil até o fim deste ano, bem como avançar com seus planos de serviços financeiros e fusões e aquisições. “Vamos colocar mais gasolina em tudo o que fazemos”, afirma Lombardo.
A Omie já oferece uma conta digital aos seus 70 mil clientes que assinam o pacote de ERP na nuvem. O plano agora é se posicionar também como uma banco digital para pequenas e médias empresas.
“Atualmente, a conta digital é oferecida só dentro do ERP”, diz Lombardo. “Ela vai ser oferecida também fora e será um ponto de captação de clientes.”
Em fusões e aquisições, a Omie está de olho em empresas para aumentar sua oferta de serviços financeiros, bem como em outras verticais ao seu negócio principal. “Muito na linha do que é necessário para tornar uma empresa omnichannel”, afirma Lombardo.
Fundada em 2013, a startup já havia captado mais de R$ 100 milhões com investidores como Riverwood Capital e Astella Investimentos, que não participou da rodada.
Lombardo diz que conversou com diversos fundos de late stage e optou pelo Softbank porque foi "a proposta mais friendly". “Em pouco tempo, tínhamos quatro term sheets na mesa e o do Softbank ficou melhor posicionado, não necessariamente em valuation”, afirma Lombardo.
Entre os termos que Lombardo considera “amigáveis” do Softbank, ele diz que, a partir dessa rodada, caiu a cláusula de preferência de liquidação, que garante aos investidores recuperar seu investimento antes dos empreendedores. “É um sinal de confiança na empresa”, afirma Lombardo.
Durante a pandemia, a Omie reformulou sua estratégia e passou a atuar com empresas maiores. Antes, o foco eram companhias que faturavam menos de R$ 10 milhões. Agora, o escopo cresceu para empresas que faturem até R$ 200 milhões. Atualmente, mais de 30% da receita da Omie, que não é divulgada, vem desses clientes de médio e grande porte.
Em meados de junho deste ano, a Omie fechou também parceria com o Itaú Unibanco para ser parceiro da plataforma Meu Negócio. Com isso, passou a ter acesso a 1,5 milhão de PMEs que possuem algum relacionamento com a instituição financeira.
Questionado sobre o andamento da parceria, Lombardo diz que ela vem evoluindo bem, mas não deu números de quantos clientes conseguiu conquistar por conta desse acordo com o Itaú Unibanco.