A G4 Educação, fundada por Alfredo Soares, Tallis Gomes e Bruno Nardon, está investindo no desenvolvimento de uma nova frente de negócio que explora o potencial do ChatGPT. Chamado de G4 AI, o novo produto da companhia de educação é baseado na oferta de um software que permite automatizar a criação de conteúdo para usuários e empresas usando o banco de dados da própria edtech como base.
A ideia de criar um produto deste tipo surgiu por acaso. “Fizemos uma ferramenta para uso interno, mostramos para algumas pessoas e percebemos que havia uma demanda”, diz Tallis Gomes, cofundador e CEO da G4 Educação, em entrevista ao NeoFeed. “É um software que reduz a alocação de mão de obra humana. Ou melhor, que permite os funcionários façam um trabalho mais criativo.”
Para criar o software, a G4 utiliza como base uma API gratuita da OpenAI, a desenvolvedora do ChatGPT. O diferencial do negócio é que a edtech treinou o chatbot com vídeos e mentorias produzidos pela startup.
Isso permite, por exemplo, que a inteligência artificial possa auxiliar empresas em diferentes tarefas que vão desde a produção de feedbacks para funcionários até a análise de propostas, o resumo reuniões e a criação de avaliações de desempenho com base em relatórios.
Desenvolvida nas últimas semanas, a ferramenta da G4 passou por uma série de testes e atualmente está sendo utilizada por cerca de 2 mil usuários. Do lado comercial, a companhia diz que já “movimenta algumas centenas de milhares de reais” com o negócio, mas que o plano de comercialização do software ainda está em desenvolvimento.
Por ora, a G4 aposta em um modelo SaaS em que está cobrando uma tarifa mensal de R$ 49,90 para que cada usuário tenha acesso a ferramenta. Já foram também firmados acordos com preços personalizados para empresas, o que não restringe o uso do software para apenas um usuário por vez.
Ainda não há uma direção clara do que essa frente pode representar do negócio, mas a companhia diz que não pretende se transformar em uma software house. “O que a gente vem fazendo é entregar ferramentas que possam ser úteis para que os alunos possam usar o que eles aprenderam com a G4”, diz Gomes. “Mais importante do que ter uma inteligência artificial, é saber utilizá-la.”
No ano passado, a G4 faturou R$ 137 milhões, um crescimento de mais de duas vezes em comparação a 2021, quando a receita somou R$ 50 milhões em 2021, segundo a empresa. Até o lançamento de seu software de inteligência artificial, a companhia ganhava dinheiro tanto com seu negócio de educação executiva, em que oferta cursos online e presenciais, e com o G4 Skills, software voltado para a empresas com treinamentos personalizados para os empregados. A expectativa é de receita próxima de R$ 180 milhões em 2023.