As empresas da nova era precisam, acima de tudo, ter um propósito. Só assim elas serão capazes de transformar o mundo – e, claro, a si mesmas. Mas esse propósito não pode ser da boca para fora, é necessário ser genuíno. Poucas companhias brasileiras estão tão imbuídas desse espírito quanto a XP Inc.

Essa vocação pôde ser comprovada durante a Expert ESG, maior evento sobre o tema já realizado no Brasil. Na ocasião, a empresa lançou uma iniciativa inédita, o Instituto XP, que nasceu com a nobre missão de reforçar as suas ações sociais.

"Decidimos evocar aquilo que a gente faz bem. A XP começou a vida dela ensinando. Comecei a empresa dando aula. Por isso, nosso foco a longo prazo vai ser investir em educação. A gente acredita muito que dá pra transformar a vida se as pessoas administrarem bem o seu dinheiro", diz Guilherme Benchimol, fundador e CEO da XP Inc.

“O Instituto XP será um dos pilares fundamentais para as nossas investidas nessa área”, diz Marta Pinheiro, diretora ESG da XP Inc. “Com o Instituto, certamente conseguiremos dar mais foco e velocidade para as questões sociais.”

A ideia central do Instituto XP é levar educação financeira para o maior número possível de pessoas. Para ser mais preciso: a meta é alcançar, juntamente com a Xpeed (a escola de educação financeira da XP), 50 milhões de brasileiros, principalmente jovens – mas não apenas eles – e as pessoas que estão em situação de vulnerabilidade.

Mais surpreendente ainda: o objetivo é fazer isso em no máximo dez anos. Isso mesmo: a XP quer, em uma década, levar conhecimento financeiro para cerca de 25% da população – algo provavelmente inédito na história do país.

O desafio será imenso. Estudos recentes mostram que sete em cada dez brasileiros desconhecem conceitos financeiros básicos e não poupam nada, sendo que 56% sequer fazem qualquer tipo de orçamento familiar. “Por isso mesmo, a causa é essencial”, afirma Marcella Coelho, head de impacto social da XP.

Marcella chegou à XP em janeiro passado e sua incorporação é um sinal inequívoco da preocupação da empresa em impulsionar as iniciativas sociais.

A escolha não poderia ter sido mais adequada. Ela criou no início da pandemia do coronavírus um movimento, o UniãoBR, que alcançou marcas impressionantes. Desde março do ano passado, o UniãoBR arrecadou R$ 190 milhões para ajudar no combate à Covid-19. Pelos cálculos da executiva, a iniciativa beneficiou dez milhões de pessoas.

É essa expertise, a capacidade de mobilizar parcerias e fazer um projeto ousado acontecer, que chamou a atenção da XP. Marcella tem agora o desafio de liderar o Instituto e tornar suas ideias em prol da sociedade ainda mais eficazes e abrangentes.

“O Instituto é fruto de uma semente que foi plantada desde a fundação da XP”, diz a executiva. “A vocação da empresa sempre foi levar educação financeira para as pessoas e, de alguma maneira, transformar as suas vidas. Tudo isso culmina agora na criação do Instituto.”

A espinha dorsal do projeto será a oferta de cursos na área financeira. Todos eles serão 100% gratuitos justamente porque a intenção primordial, diz a executiva, é chegar à base da pirâmide e às pessoas que não têm acesso a esse tipo de conteúdo.

Uma das propostas é criar uma plataforma com aulas online, uma espécie de hub educacional, mas eventos presenciais também serão realizados quando a pandemia acabar.

A XP não quer fazer isso com linguagem chata, usando e abusando dos chavões do mercado. Longe disso. Para que a transmissão da mensagem seja mais eficiente, ela precisa despertar a curiosidade das pessoas. “Os cursos terão muitos recursos audiovisuais para chegarmos principalmente aos mais jovens”, diz Marcella.

A educação pública é um dos alvos do Instituto. A ideia, no entanto, não é dialogar apenas com os alunos, mas com os próprios professores, municiando-os de conteúdos que possam ser passados adiante e que sirvam para o seu próprio desenvolvimento pessoal.

O conceito de rede permeia toda a iniciativa. A XP quer aproveitar todo o seu ecossistema – dos mais de 8 mil agentes autônomos parceiros aos clientes e parceiros – para ampliar o alcance do Instituto. “Vamos contar com a colaboração de quem está in loco e conhece melhor a realidade do território para nos ajudar a construir projetos realmente eficientes. A ideia não é criar projetos para as pessoas, mas sim com as pessoas”, diz Marcella.

Parcerias com Ongs, instituições educativas, empresas e representantes de diferentes extratos da sociedade também estão previstas, o que certamente garantirá maior capilaridade às ações desenvolvidas pelo Instituto. “Não somos uma obra acabada”, diz Marcella. “Vamos ajustando, adaptando e criando projetos à medida que novas ideias aparecerem.”

Em 2021, a XP pretende investir R$ 20 milhões no desenvolvimento do projeto. Isso, porém, é apenas o começo. “Nosso sonho é grande: ajudar as pessoas a realizar os seus sonhos”, resume Marcella. Nesse sentido, a educação é, sem dúvida, o melhor caminho.