Qual é o futuro dos meios de pagamentos? Essa foi uma das questões de um debate no South Summit Brazil, mediado por Carlos Sambrana, cofundador do NeoFeed, com Reinaldo Rabelo, CEO do Mercado Bitcoin, e Paula Bellizia, presidente de pagamentos globais da Ebanx.
E um exemplo citado foi o do PIX, sistema de pagamentos instantâneos lançado há pouco mais de dois anos no Brasil e que se tornou um sucesso. Como seria ter, então, um PIX global?
“O PIX global é o cripto”, disse Rabelo, citando que é preciso fazer um amplo e cuidadoso trabalho de regulação. “Ter uma trilha só é utópico, mas podemos pensar em várias trilhas que sejam interoperáveis.”
Bellizia concordou, acrescentando que os pagamentos caminham para ser cada vez mais instantâneos, alternativos e transparentes. “No mercado financeiro, os meios de pagamentos têm a condição de transformar indústrias inteiras”, disse a executiva do Ebanx.
De acordo com ela, apesar de o Brasil estar na vanguarda em soluções de pagamentos instantâneos, alguns países também estão testando essa modalidade. Bellizia citou países da África, onde o celular se tornou a forma mais comum de fazer transações.
Um modelo que já está sendo trabalhado por bancos centrais de diversas partes do mundo são moedas digitais, baseadas na tecnologia do blockchain. O Brasil é um dos países que está começando a fazer testes nessa área.
De acordo com o calendário de testes do Banco Central brasileiro, o objetivo é incorporar o real digital ao sistema financeiro no fim de 2024. Na prática, a tecnologia que vai embarcar a moeda digital permite reduzir o custo das transações financeiras.
Com o real digital, o Brasil passará a entrar no mercado das Moedas Digitais de Bancos Centrais (CBDCs, na sigla em inglês), uma nova tendência do sistema financeiro internacional para melhorar a agilidade, a compensação e os processos de liquidação entres os bancos comerciais, sistemas de pagamentos e transações entre os BCs dos países.
As moedas digitais são desenvolvidas utilizando a tecnologia blockchain, a mesma usada por criptomoedas. A diferença é que as moedas digitais são centralizadas e regulamentadas pelo BC do país emissor e enquadradas na categoria CBDCs.