O ouro foi "para o espaço" nas últimas semanas, mas lá mesmo pode encontrar seu fim. A previsão apocalíptica foi feita pelos irmãos Cameron e Tyler Winklevoss, os gêmeos que ficaram conhecidos por reivindicarem e brigarem pela autoria do conceito do Facebook.
Em uma conversa descontraída com o empresário e investidor Dave Portnoy, fundador da plataforma de notícias esportivas Barstool Sport, os Winklevoss tinham como missão explicar o conceito e a importância do bitcoin. A pauta foi escolhida a dedo, uma vez que os irmãos criaram e lideram a "corretora" de criptomoeda Gemini, e falam publicamente sobre o assunto há anos.
Quando defendendo o valor da moeda digital, os gêmeos afirmaram se tratar de uma escolha mais inteligente e preciosa que o ouro. "O ouro é um problema porque a oferta não é fixa, como a do bitcoin. E assim que o Elon Musk começar a minerar os asteróides, o preço do ouro vai cair", disseram
Portnoy pensou se tratar de uma brincadeira, mas os gêmeos insistiram, explicando que é amplamente conhecido que os asteróides na órbita terrestre estão cheios do mineral precioso e que não é uma questão de "se" o fundador da Tesla e da SpaceX vai começar a explorar esses recursos, mas de "quando".
Ainda descrente em relação a posição dos gêmeos, Portnoy publicou em seu Twitter o trecho da entrevista em que os Winklevoss fazem suas previsões e perguntou diretamente a Musk – "o que acha?".
O bilionário respondeu à mensagem com uma única palavra: "Psyche", e colocou um link para uma reportagem da Fox News, publicada em junho de 2019. O artigo fala do asteróide Psyche 16, que estaria situado entre as órbitas de Marte e Júpiter, e carregaria US$ 10 mil quadrilhões em ouro, níquel, platina e alumínio. O valor, se dividido, seria suficiente para transformar todos os habitantes da Terra em bilionários.
Ainda segundo a reportagem, a NASA, a agência espacial americana, estaria trabalhando em uma expedição, com lançamento previsto para 2022, para minerar o asteróide. Em fevereiro deste ano foi divulgado que a SpaceX, a companhia espacial de Musk, ganhou o contrato de US$ 117 milhões da NASA para explorar o Psyche 16.
O grama do ouro está avaliado em US$ 65, e seu alto valor se dá justamente por conta de sua raridade. O que os entusiastas do Bitcoin defendem é que, caso as minerações espaciais "decolem", haveria uma quantidade muito maior de ouro no mercado, o que obrigatoriamente derrubaria seu preço – e poderia quebrar a economia mundial.
Mas outros defendem que esse método de exploração seria tão custoso que o valor do mineral seria preservado, além de apontar para o fato de que não é certo que tenhamos todas as tecnologias necessárias para cumprir a missão.
Discussões como essa não são novidade – e tampouco são os interessados em "caçar" ouro no espaço. Em 2012, o cineasta James Cameron e o fundador do Google, Larry Page, também se uniram com esse propósito. Os dois criaram a companhia Planetary Resources, que levantou mais de US$ 50 milhões em investimento totais, mas não decolou.
Em 2018, a iniciativa foi vendida por um valor não-divulgado para a ConsenSys, uma empresa de tecnologia de software blockchain que parece ter a intenção de missão original do projeto de minerar asteróides.
Mesmo com essa companhia "fora do baralho", outras iniciativas, do Japão à Inglaterra, tentam resistir ao tempo e aos gastos para cumprir a tarefa. Em 2017, o jornal Financial Times publicou uma reportagem mostrando que uma missão dessas custaria entre US$ 500 milhões e US$ 1 bilhão.
Quem parece mesmo estar mais próximo dessa realidade, contudo, é a SpaceX. Não apenas porque a empresa conseguiu abocanhar o contrato governamental bilionário, mas porque sua tecnologia já é comprovadamente bem sucedida.
No final de maio deste ano, a companhia comemorou a chegada de dois astronautas da NASA na Estação Espacial Internacional. Essa foi a primeira vez que um foguete tripulado decolou de solo americano em quase uma década. Nessa nova corrida intergalática ao ouro, Elon Musk parece já ter largado na frente.
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