Para a  startup finlandesa Iceye não há tempo ruim. A companhia, especializada em satélites que captam imagens precisas mesmo em dias nublados ou em baixa luminosidade, acaba de levantar US$ 87 milhões em uma série C de investimento.

A rodada foi liderada pela True Venture, parceira de longa data da Iceye, e trouxe a bordo outros fundos, como Draper Associates, Seraphim Capital, Promus Venture, Space Angeles, DNX Ventures e Draper Espirt.

Com esse novo aporte, a startup soma US$ 152 milhões em investimentos desde 2014. O valor vai financiar a "constelação" de satélites da empresa, que pretende colocar até 18 satélites em órbita, número suficiente para tirar fotos de qualquer lugar do mundo pelo menos quatro vezes ao dia.  

A Iceye já tem cinco satélites ativos e pretende lançar outros quatro ainda este ano e pelo menos oito em 2021. O primeiro modelo da empresa entrou em órbita em 2018.

Todos os satélites da startups são equipados com uma tecnologia chamada radar de abertura sintética, ou SAR, na sigla em inglês. Isso permite que os dispositivos consigam "ver" por entre as nuvens e até à noite.

Para conseguir essa façanha, o SAR cria imagens bidimensionais ou reconstruções tridimensionais de objetos ou paisagens, usando o movimento da antena do radar sobre uma região alvo. Esse movimento fornece uma resolução espacial mais precisa do que os radares convencionais conseguem detectar.

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Fundada em 2015, a Iceye conta com uma equipe composta por cerca de 200 funcionários, mas o time deve crescer em breve para atender às necessidades e objetivos da companhia. 

Com fábricas na Finlândia e na Polônia, a startup já consegue produzir satélites que podem registrar imagens com resolução de 0,25 metros, capazes de distinguir, por exemplo, um carro de outro na estrada. Ao adicionar mais satélites em órbita, a Iceye aumenta ainda mais a precisão das imagens.

A tecnologia da startup é usada por clientes de vários mercados, de seguradoras relacionadas a desastres naturais a companhias tentando mensurar o impacto do vazamento de petróleo no oceano. O cliente é capaz de receber as imagens do satélite da Iceye em menos de cinco minutos. 

Para fomentar ainda mais seu crescimento na chamada "economia espacial", que movimenta mais de US$ 420 bilhões ao ano, segundo relatório da Space Foundation, a Iceye mira nos Estados Unidos.

"Os EUA é, sem dúvida, o maior mercado para imagens SAR", disse Mark Matossian, o líder da operação americana da companhia, em entrevista ao portal da rede CNBC.   

A empresa está buscando ativamente um local para a construção de uma nova fábrica nos Estados Unidos e a expectativa é que essa nova infraestrutura seja complementar às outras plantas já em funcionamento.

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