A saúde dos bancos regionais dos Estados Unidos voltou a preocupar o mercado nesta sexta-feira, dia 28 de abril, depois de notícias de que o First Republic Bank estaria caminhando para uma intervenção federal.
Apesar de ter recebido uma injeção de US$ 30 bilhões de nomes como J.P. Morgan, Citigroup e Bank of America (BofA) em março, para evitar seu colapso e que o pânico se instaurasse no sistema financeiro, a situação do First Republic Bank não se estabilizou.
Sem qualquer perspectiva de um novo resgate, a expectativa é de que medidas mais duras sejam tomadas. No caso, uma intervenção por parte do Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC), órgão do governo americano responsável por garantir os depósitos bancários, com a tomada do controle da instituição. As informações são do site CNBC.
Embora exista a possibilidade de que a situação possa ser resolvida sem a intervenção, o FDIC está sondando outros bancos para saber se eles teriam interesse em realizar uma oferta pelo First Republic, caso a tomada de controle se concretize, de acordo com as fontes ouvidas pela reportagem.
A notícia de que o futuro do First Republic está em xeque está derrubando as ações do banco, cuja negociação foi interrompida ao menos algumas vezes ao longo do pregão. Por volta das 15h38, os papéis caíam 38,13%, a US$ 3,83. No ano, os papéis acumulam uma queda de 97%.
À CNBC, o First Republic informou que está "engajado em discussões com diversas partes a respeito de opções estratégicas, enquanto continua atendendo seus clientes".
A volta do First Republic Bank ao centro das atenções ocorreu na segunda-feira, dia 24 de abril, quando o banco divulgou uma queda de 40% dos depósitos no primeiro trimestre, na comparação com o quarto trimestre de 2022, para US$ 104,5 bilhões.
O lucro do banco caiu 33% em relação ao primeiro trimestre do ano passado, para US$ 269 milhões, enquanto a receita recuou 13%, a US$ 1,2 bilhão.
O caso é o mais recente a atingir os bancos regionais americanos, que sofreram com as consequências do aperto monetário promovido pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano) para conter o avanço da inflação.
Focado em clientes de alta renda e seus negócios, o First Republic realizou uma série de hipotecas e empréstimos a juros baixos nos últimos anos, que perderam valor no momento em que o Fed começou a praticar uma política mais restritiva.
O primeiro banco regional a cair por conta da alta dos juros foi o Silicon Valley Bank (SVB), cujo controle também foi assumido pelo FDIC depois que ele começou a sentir os efeitos da alta dos juros e a consequente corrida bancária.
Considerado o banco do Vale do Silício, indicado pelas empresas de venture capital e private equity para as startups depositarem os valores que recebiam em rodadas de investimentos, o SVB teve suas atividades encerradas em março, naquela que foi a segunda maior falência da história dos Estados Unidos.