Plataforma online de venda de produtos de casa e decoração, a Westwing tem, há dois meses, novo endereço. Em fevereiro, a companhia abriu capital na B3 e levantou R$ 1,16 bilhão, sendo R$ 430,3 milhões em sua oferta primária.
Na segunda-feira, 19 de abril, a companhia voltou a ficar sob os holofotes, ao alertar que parte de seus sistemas e arquivos ficou indisponível em virtude de um ataque digital. A empresa informou que estava avaliando os impactos, mas ressaltou que os dados de clientes não tinham sido comprometidos.
O incidente não afetou as ações da companhia. Do pregão anterior ao dia do ataque até a terça-feira, 20 de abril, os papéis subiram 6,3%, a R$ 9. Mas ainda estão distantes do preço fixado no IPO, de R$ 13, o que mostra que a empresa, como é natural nesses processos, ainda busca se acomodar na nova posição.
“No fim do dia, temos que mostrar bons resultados”, diz Andres Mutschler, CEO da Westwing, em entrevista ao Conexão CEO (vídeo completo acima), sobre o desafio de conquistar os investidores. “No curto, no médio e, principalmente, no longo prazo.”
Mutschler está acostumado a cumprir diferentes percursos para alcançar um objetivo. Nascido na Alemanha, filho de mãe dominicana e pai chileno, ele veio para o Brasil com apenas um ano. E, formado em engenharia pela Poli-USP, teve passagens por consultorias como McKinsey e A.T. Kearney, antes de fundar, na República Dominicana, em 2011, o site de compras coletivas Megusta.do.
De volta ao Brasil e à frente da Westwing desde 2013, Mutschler já tem traçado diversos caminhos para expandir o espaço de atuação da companhia, avaliada em R$ 985 milhões, e consolidar uma trajetória positiva do ativo no mercado de capitais.
Um dos destaques é o reforço nas categorias de lifestyle, como moda, cosméticos, pet e até alimentos premium. Esse portfólio saltou de uma fatia de 3% no volume bruto de mercadorias (GMV), em 2019, para 13,1%, em 2020. No ano, a empresa apurou um salto de 96% em seu GMV, para R$ 372,6 milhões.
“Não é todo mundo que compra móveis e decoração inúmeras vezes ao ano”, afirma Mutschler. “Mas a partir do momento que oferecemos maquiagem, roupa, chocolate, começamos a ter um impulso de compra ainda maior na plataforma.”
Mutschler fala ainda de outras iniciativas da companhia. Entre elas, os produtos de marca própria; a expansão das lojas físicas e da malha de logística; as nove campanhas que vão ao ar todas as semanas, com 14 mil produtos diferentes em cada um desses intervalos; o lançamento de um serviço de design de interiores; e as estratégias para se diferenciar do modelo tradicional do e-commerce.