Nesta segunda-feira, 16 de dezembro, a abertura do pregão da B3 contará com uma novidade. A data marca a estreia de negociação das ações da AUTOMOB, empresa da holding SIMPAR, que atua no segmento de concessionárias. Será a primeira companhia do setor listada na B3, se juntando às outras três empresas operacionais do grupo e a própria SIMPAR a ter ações negociadas dentro do Novo Mercado da B3

As ações da AUTOMOB passarão a ser negociadas sob o código AMOB3 e ficarão acessíveis para qualquer investidor. “A listagem significa um passo muito importante para nós”, diz Antonio Barreto, CEO da AUTOMOB.

A estreia na B3 é resultado de um movimento anunciado em setembro passado. Na ocasião, a SIMPAR, holding que controla empresas como JSL, MOVIDA e VAMOS, propôs uma reorganização societária que daria origem à AUTOMOB como está sendo apresentada agora aos potenciais acionistas

A mudança consistiu em um spinoff que separou os negócios de locação e de concessionárias da VAMOS. A vertical de varejo juntou-se à AUTOMOB, a rede de concessionárias de veículos leves da SIMPAR, para formar a nova empresa que agora será listada na bolsa. Segundo Barreto, a separação permite maior clareza para as teses de investimentos de cada um dos segmentos e facilita a modelagem de cada negócio.

Com a operação, a SIMPAR passa a deter 71,75% da nova empresa, enquanto os acionistas minoritários da VAMOS ficam com 25,40% e os demais acionistas da AUTOMOB com 2,85%. A mudança prevê ainda que os atuais acionistas da VAMOS recebam ações da nova companhia, distribuídas a partir de hoje.

Entre as mudanças implementadas para a estreia na B3 está a incorporação de dois membros independentes ao conselho de administração. São executivos de peso, como André Fehlauer, CEO da Livelo, e José Roberto Tambasco, ex-CEO dos negócios de varejo do Grupo Pão de Açúcar.

De acordo com Barreto, a listagem traz uma série de benefícios para a AUTOMOB. “Ela proporciona ganhos de governança, além da possibilidade de acesso ao capital que poderá contribuir com o crescimento da empresa”, diz. A nova empresa nasce como um negócio relevante, com R$ 13 bilhões de faturamento e 126 pontos de venda de veículos leves e 62 de pesados espalhados por mais de 60 cidades e 12 estados brasileiros.

Além disso, ela dará origem ao maior grupo de concessionárias do Brasil. São 35 marcas reunidas sob o mesmo guarda-chuva incluindo as autorizadas de carros, motos, caminhões, máquinas e equipamentos, incluindo as marcas Fendt, Komatsu, Valtra, entre outras.

A diversificação de marcas, de fato, é um dos trunfos da AUTOMOB. Por atuar em diferentes segmentos – de carros a máquinas agrícolas –, a empresa reduz riscos e fica menos exposta a ciclos econômicos adversos.

Outro diferencial da empresa diz respeito à chamada mesa de precificação e compra de veículos seminovos, um sistema ágil e integrado que amplia a possibilidade de fechamento de negócios. “Quanto mais você consegue comprar o seminovo, mais clientes você traz e mais veículos novos você vende”, diz Barreto. O sistema, amplamente adotado nas concessionárias de veículos leves da AUTOMOB, será expandido para segmento de pesados.

A trajetória da AUTOMOB é marcada pelo rápido crescimento. Desde 2021, a empresa fez sete aquisições, o que levou seu faturamento a saltar de R$ 700 milhões para R$ 10 bilhões desde então. Com a listagem, a empresa deverá ganhar fôlego para avançar ainda mais.

Apesar do crescimento, há espaço a ser explorado. “O mercado de concessionárias no Brasil é muito pulverizado e com altos índices de informalidade”, afirma Barreto. “Muitas vezes, são negócios familiares estabelecidos em pequenas cidades, com uma loja só. Diante deste cenário, as montadoras anseiam cada vez mais por grupos estruturados movidos por performance e entregas”.

O executivo completa que existem 4 mil concessionárias de veículos novos e pelo menos 40 mil de usados no país. É um universo gigantesco, pouco uniforme e que, a julgar pelos exemplos bem-sucedidos no exterior, tende a ser consolidado.


Nos Estados Unidos, várias empresas que atuam no ramo de concessionárias estão listadas na bolsa e seguem crescendo em ritmo veloz por meio principalmente de aquisições. São gigantes como Autonation e Lithia Group, com faturamento na casa dos US$ 30 bilhões cada uma.

Quais serão os próximos passos da AUTOMOB? Barreto diz que a escala, capilaridade e a vocação de servir do grupo são diferenciais relevantes para continuar sua estratégia de crescimento orgânico e por aquisições, além de ter um robusto plano de oferta de serviços diferenciados e exclusivos no segmento.

O mercado brasileiro, afinal, oferece ampla margem para expansão. Com a listagem na B3, a empresa pretende pisar ainda mais forte no acelerador.

Para mais informações, acesse a página da Automob e leia também o manifesto da Simpar.