Verdade seja dita: não é fácil escolher uma opção de investimento quando o que está diante da pessoa é um cardápio rico, variado e abrangente.
Somadas, as bolsas de Nova York e Nasdaq contam com cerca de 6 mil companhias de quase todos os portes e setores – trata-se de um universo único no planeta, mas que também pode ser amedrontador.
Isso explica por que a maioria dos investidores não consegue fugir dos modismos do momento. A bola da vez são as big tech, as gigantes de tecnologia dos Estados Unidos.
Poucos resistem à tentação de comprar ações de empresas como Amazon, Apple, Facebook, Google, Microsoft, Tesla e outros colossos da área. Os papéis, de fato, têm brilhado nos últimos anos, e certamente muita gente ficou satisfeita com o seu notável desempenho.
A questão, neste caso, é outra: há um imenso campo a ser explorado, relativamente desconhecido, e que por isso mesmo oferece inúmeras oportunidades a investidores de variados perfis.
“Não é exagero dizer que existem na bolsa americana opções para todos os gostos e bolsos”, diz William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue Securities, corretora que se tornou pioneira ao abrir as portas do mercado internacional para investidores brasileiros.
A Avenue mantém um time de especialistas para ajudar os seus mais de 200 mil clientes a escolher uma entre tantas alternativas de investimentos. Além disso, a empresa produz um relatório mensal, o Seleção Avenue, que traz 35 ideias de investimentos para sete diferentes perfis. Mas, afinal, onde estão as oportunidades? O que é preciso fazer para identificá-las?
Alves dá algumas pistas. “Num cenário de reabertura das economias, e com o aumento da cobertura das vacinas, as empresas de turismo e aviação serão inegavelmente beneficiadas”, afirma. “Num cenário de incertezas, no entanto, muitos investidores irão voltar os olhos de novo para as empresas tech, que continuam entregando bons resultados em todos os balanços.”
“Não é exagero dizer que existem na bolsa americana opções para todos os gostos e bolsos”, diz William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue Securities
Se a ideia for explorar novos horizontes, o ramo da saúde merece redobrada atenção. Um dos destaques apontados pelos especialistas é a biofarmacêutica Abbvie, que desenvolve e vende terapias avançadas para o tratamento de uma série de doenças, como artrite reumatoide, câncer e HIV. Graças à sua capacidade para inovar e, assim, lançar novos medicamentos, a Abbvie viu suas ações quase dobrar de valor nos últimos doze meses.
As big techs são as estrelas do momento, mas as candidatas a brilhar no futuro são as empresas da área ambiental, que provavelmente ganharão novo impulso na administração do presidente americano Joe Biden, mais sensível ao tempo. “Numa perspectiva de 4 anos, há muito potencial, por exemplo, para companhias de energia renovável”, diz o estrategista William Castro Alves.
Empresas que, de alguma forma, transitam pelo ramo ecológico podem ser consideradas boas pedidas. É o caso da Waste Management, maior companhia dos Estados Unidos especializada na coleta, reciclagem e eliminação de resíduos.
Há muitos anos as receitas da empresa crescem com a mesma regularidade, mas espera-se um avanço mais consistente na nova era ambiental que se aproxima, segundo avaliação do relatório Seleção Avenue.
O interessante do mercado acionário americano é que quase todos os setores da economia estão representados. Até aqueles aparentemente inexpressivos – isso se existir algum que possa ser classificado dessa maneira no país. A Seleção Avenue traz uma ideia curiosa de investimento em seu relatório publicado em janeiro: a Rollins Inc., que fornece serviços de controle de pragas e cupins para residências.
Parece pouca coisa, mas não é. A empresa tem um plano ambicioso de internacionalização, espera crescer 30% em 2021 com a abertura de franquias e preparou uma agenda agressiva de aquisições. Nos últimos seis meses, suas ações aceleraram cerca de 40% – e isso em plena pandemia.
A diversidade de opções é algo realmente surpreendente na bolsa americana. Outra ideia de investimento é a da empresa de segurança cibernética Proofpoint, um pequeno negócio especializado em produtos de proteção eletrônica.
A Proofpoint projeta crescer 18% em 2021 no embalo da digitalização de um número cada vez maior de empresas e, por essa razão, suas ações prometem entregar bom desempenho no futuro próximo.
De acordo com o estrategista-chefe da Avenue Securities, o investidor precisa tomar alguns cuidados antes de escolher uma determinada empresa e encontrar opções promissoras fora dos modismos.
“É importante entender o que a companhia faz para, a partir daí, avaliar os impactos que uma eventual alteração de cenário possa provocar”, diz Alves. “Em linhas gerais, é recomendável adotar o velho mantra do Peter Lynch (lendário gestor americano): invista apenas naquilo que você conhece.”