Nos últimos dois anos, poucas instituições financeiras do país passaram por transformações tão intensas quanto o banco BS2. Além de mudar seu modelo de negócios, o banco digital desenvolveu novas áreas de atuação, refez seu portfólio de produtos e investiu em frentes pouco exploradas do mercado.

Em geral, guinadas desse tipo costumam demorar para gerar resultados positivos, mas o BS2 alcançou o que parecia improvável: em pouco tempo, a mudança provou ser acertada. “A virada está representando uma nova era para o BS2”, diz Rodrigo Moreira, Chief Product Officer (CPO) do banco.

Tudo começou em meados de 2021, quando o BS2 fez um reposicionamento estratégico com foco em empresas. O primeiro passo foi trazer novos membros para o board e contratar Marcos Magalhães, como CEO – além de adquirir a fintech israelense de crédito Weel e lançar a BS2 Seguros.

Em 2022, a operação de pessoa física foi encerrada e migrada para o Next, do Bradesco. O banco também fez uma reestruturação comercial e criou novos produtos e soluções. Neste ano, foi a vez de lançar a unidade de negócios de banking as a service e ingressar no mercado de agronegócio.

“Com isso, pudemos nos dedicar, sem distrações, em oferecer as melhores soluções para esse público”, diz Moreira. “A pessoa jurídica requer um atendimento mais especializado e produtos que resolvam suas dores. É isso o que nós buscamos.”

Os números, de fato, mostram que a estratégia funcionou. Com a nova operação, o banco lucrou R$ 52,8 milhões. “E os resultados de 2023 serão ainda melhores”, diz o CPO.

A começar pelo número de clientes. No ano passado, eram cerca de 109 mil, mas o BS2 terminará 2023 superando a marca dos 120 mil.

Afinal, o que o banco fez para chegar a essas marcas? O lançamento de produtos em ritmo veloz certamente foi um fator decisivo. Em 2023, o BS2 colocou no mercado ou reformulou nada menos do que 25 soluções.

A lista inclui contratação de cheque especial de maneira 100% digital em uma jornada que não dura mais do que 10 segundos na plataforma do banco. “Para se ter ideia, benchmarkings que encontramos no mercado remetem a contratação em cerca de 30 segundos, mas apenas por pessoas físicas", diz Moreira.

Chama a atenção também o produto chamado Easy Pay, uma solução de banking as a service (BaaS) que permite a transferência automática de pagamentos para qualquer lugar, inclusive entre países diferentes, pelos clientes – o BS2 oferece a infraestrutura necessária para esse tipo de serviço funcionar.

São muitos exemplos – de plataforma de integração de câmbio a seguro de vida global, de plataforma de arrecadação a hub de antecipação de pagamentos com cartão. E tudo isso em apenas um ano.

Hoje, o banco oferece produtos de crédito e operações de pagamento, e está avançando em soluções nas áreas de comércio exterior e seguros.

Ressalte-se que a área de BaaS é uma das novas apostas do banco. Em abril, o BS2 lançou uma unidade de negócios focada nessa atividade, e vem agregando funcionalidades justamente nas áreas de câmbio e crédito.

Uma das ideias é levar os serviços de banking as a service para empresas que precisam expandir os negócios. Entre outras soluções, o BS2 oferece a antecipação de recebíveis por maquininhas de cartão, uma modalidade de crédito que tem forte entrada especialmente entre os estabelecimentos de médio porte.

Segundo o executivo, para colocar tal amplitude de soluções do mercado, o banco reforçou sua infraestrutura tecnológica. “Temos uma plataforma digital robusta e uma atenção muito grande a nossas jornadas e a UX de nossos clientes”, diz ele.

Nos últimos meses, o banco tem também olhado com especial atenção para três ramos diferentes: as empresas nativas digitais, que têm afinidade natural com um banco digital, o agronegócio, setor econômico que mais cresce no Brasil, e empresas do ramo imobiliário, segmento que tende a ganhar tração com o ciclo de queda de juros.

O banco também quer ampliar sua presença no país. Recentemente, abriu um escritório no Centro-Oeste para se aproximar dos clientes do agronegócio e, no ano que vem, deverá chegar ao Nordeste. Atualmente, o banco possui escritórios nas regiões Sudeste e Sul do Brasil.

Moreira diz que, embora seja um banco 100% digital, sem agências físicas, o BS2 não abdica do relacionamento humano com os clientes.

Ele compara as diferenças entre o atendimento típico para pessoas físicas e jurídicas: “Na maioria das vezes, a pessoa física prescinde do contato com banco, enquanto para a jurídica há uma necessidade quase umbilical de ter um parceiro financeiro.”

Quais serão os próximos passos? Para 2024, a ideia é seguir expandindo o portfólio de produtos e continuar oferecendo aos pequenos e médios empresários soluções que resolvam suas dores e dilemas.