É fácil entender por que a tecnologia se tornou forte aliada da indústria financeira. Na Bradesco Asset, robôs varrem incansavelmente o mercado global em busca de boas oportunidades de investimentos.

Os algoritmos monitoram cerca de 2 mil ativos, entre contratos futuros de índices, commodities, taxas de juros, moedas, além de ações e etfs.

No Brasil, pelo menos 200 ações são acompanhadas de perto pelos modelos estatísticos e matemáticos desenvolvidos pela gestora. Nos Estados Unidos, 1,5 mil papéis e 200 ETFs passam pelo escrutínio da casa.

A partir da análise minuciosa feita pelos modelos, os gestores da Bradesco Asset formulam suas estratégias de investimentos e realizam movimentos que têm por objetivo final assegurar retorno, diversificação e maior controle de riscos para os cotistas de seus fundos.

O trabalho feito pela tecnologia é o que o mercado chama de análise quantitativa, uma estratégia que tem conquistado cada vez mais espaço dentro da Bradesco Asset.

“Quando você automatiza a análise, o retorno de longo prazo tende a ser mais consistente e conseguimos maior diversificação para entregar um portfólio menos correlacionado com qualquer classe de ativo”, afirma Clayton Rodrigues, responsável pela gestão quantitativa da Bradesco Asset Management. “A gestão quantitativa nos ajuda a ganhar escala no processo de varredura de oportunidades pelo mundo.”

Lançado pela Bradesco Asset em fevereiro de 2023, o fundo BMMT11, primeiro ETF Smart Beta no mercado brasileiro, é um exemplo de como a estratégia “quant” traz resultados consistentes

Sua carteira é composta por uma ampla variedade de ações que representam diferentes setores da economia brasileira e que apresentam tendências positivas de performance de preço e fundamentos. Além disso, o fundo busca replicar o índice Morningstar Brazil Target Momentum, mais antigo e premiado internacionalmente, construído em parceria com a Bradesco Asset.

Para se ter ideia, o índice Morningstar Brazil Target Momentum teve valorização de 114% acima do Ibovespa desde 2015, quando começou a ser calculado.

Rodrigues lembra que a vertical quant da Bradesco Asset foi reforçada nos últimos meses com a contratação de gestores com larga experiência na indústria financeira.

Entre eles, estão nomes como Eduardo Igreja, profissional que atuou na Bozano Investimentos ao lado do ex-ministro da Economia, Paulo Guedes, e que participou de uma das primeiras equipes quantitativas do mercado brasileiro; e Marcelo Hiroki, gestor quant que passou por J.P. Morgan e HSBC. Ele é o especialista do time em renda fixa e crédito.

Outro contratado foi Marcos Arruda, ex-head de tecnologia da gestora de fundos quantitativos Giant Steps, que chegou à Bradesco Asset com a missão de reforçar a infraestrutura tecnológica da casa.

O time se fortaleceu também após a chegada, no final do ano passado, de Marcelo Orefice, com histórico de uma década de serviços prestados à Kinea Investimentos. “Os quantitativos reduzem o viés comportamental dos humanos, permitem grande diversificação e levam à descorrelação dos retornos”, diz Orefice.

O portfólio quant da Bradesco Asset é bem diversificado e não depende de um único tipo de estratégia, classe de ativo ou regime de mercado e está dividido em quatro grupos

O gestor lembra que o portfólio quant da Bradesco Asset é bem diversificado e não depende de um único tipo de estratégia, classe de ativo ou regime de mercado e está dividido em quatro grupos. O primeiro deles é o que chama de “estratégia defensiva”, sustentada por modelos que visam à proteção do fundo.

A estratégia defensiva funciona bem especialmente em momentos de crises agudas, como a pandemia Covid-19. Nesse caso, o objetivo é buscar ativos resistentes aos períodos de turbulência.

O segundo grupo é classificado como “tendências” – ou seja, o mote é capturar oportunidades do momento ou que surgirão no futuro.

Os gestores quant da Bradesco Asset, por exemplo, identificaram com antecedência o movimento de alta da cotação do cacau, que teve forte valorização recente, e aproveitaram a onda.

No terceiro grupo estão os modelos “diversificadores”. Nesse caso, o objetivo é ganhar dinheiro em qualquer tipo de cenário, a despeito da conjuntura econômica.

O último grupo, categorizado como “prêmio de risco”, mira os cenários marcados pela euforia do mercado – como altas expressivas da bolsa, para citar um exemplo.

“Nós combinamos esses quatro grupos para construir um portfólio equilibrado, que não penda para nenhum lado”, afirma Orefice.

Como isso é feito? “Os prêmios de risco vão melhor quando o mercado vai bem, mas os modelos defensivos vão balancear o portfólio e segurar a onda quando o mercado for mal”, reforça o gestor.

Clayton Rodrigues afirma que a estratégia quant perpassa, de alguma forma, várias áreas da Bradesco Asset, espalhando seus benefícios para diferentes mandatos e perfis de fundos, com estratégias alocadas em fundos de varejo, previdência e institucionais.

Agora, uma das ideias em gestação é criar um fundo quantitativo flagship, que englobaria todas as estratégias em um único ativo.

“Nos próximos meses, vamos continuar investindo fortemente em pessoas e tecnologias para aprimorar ainda mais a nossa estratégia quantitativa”, afirma Rodrigues. Afinal, os robôs são ferramentas cada vez mais indispensáveis, mas a gestão humana jamais será substituída.