O ano de 2024 deverá significar uma mudança de ciclo na política monetária global. Depois da agenda restritiva nos Estados Unidos e Europa, com juros altos para controlar a inflação, projeta-se agora uma mudança completa de rumo.

O mercado estima que americanos e europeus começarão a reduzir as suas taxas de juros ainda no primeiro semestre, com efeitos positivos que deverão se espalhar pelo mundo.

O Brasil iniciou o seu processo de afrouxamento monetário em agosto do ano passado, mas o movimento certamente ganhará tração nos próximos meses.

“Historicamente, quedas de juros significam cenários mais positivos para ativos de risco”, afirma Fernando Monteiro, superintendente de multimercados da Bradesco Asset, uma das maiores gestoras de recursos do país. “E, claro, para fundos multimercados.”

A Bradesco Asset se preparou para aproveitar as oportunidades trazidas pelo novo ciclo monetário e pelas boas perspectivas econômicas que se apresentam em 2024.

A área de multimercados da casa vem passando por mudanças desde 2021, em um processo contínuo de evolução que prossegue até hoje.

“Foi a partir de 2022 que decidimos adotar um modelo de gestão diferente do que fazíamos no passado”, afirma Monteiro. “Em linhas gerais, a ideia era que os fundos multimercados da Bradesco Asset não fossem dependentes de uma única estratégia.”

A premissa principal era desenvolver produtos escaláveis – adequados ao tamanho colossal do banco – e ao mesmo tempo customizáveis, de forma a atingir diversos perfis de clientes.

O sistema, conhecido no mercado como multi-estratégias, permite liberdade de atuação para os gestores de fundos, abrindo um leque novo de possibilidades.

Com o modelo, os gestores podem mirar diferentes classes de ativos e de estratégias, levando à diversificação que sempre traz resultados positivos para os clientes.

O novo direcionamento levou à reestruturação das equipes da área de multimercados da casa e à criação de produtos que fossem, de fato, escaláveis e customizáveis.

Ele também abriu a possibilidade para os gestores incorporarem múltiplas estratégias, sem o compromisso declarado de se dedicar a uma em particular.

“Esse processo durou praticamente o ano de 2023 inteiro”, afirma Monteiro. “Eu brinco que nós trocamos os pneus com o carro em movimento. Foi um grande desafio, mas valeu a pena.”

Atualmente, a área de multimercados da Bradesco Asset conta com oito “portfolio managers”, como são chamados os profissionais que criam e administram carteiras de investimentos.

Além disso, o segmento conta com quinze profissionais de gestão e suporte, que apoiam as diversas ações elaboradas pela casa para os fundos multimercados.

Monteiro reforça que o novo modelo de atuação permite a customização completa de produtos para qualquer perfil de cliente, algo que não é tão usual no mercado brasileiro.

“Digamos que o cliente busque uma estratégia focada no Brasil, ou prefira um fundo que opere juros no mundo”, diz Monteiro. “A Bradesco Asset está pronta para atender às diferentes demandas, com produtos que se enquadram exatamente naquilo que o cliente almeja.”

O que está por trás desse modelo é a diversificação. Com ela, é possível obter maior retorno e manter os níveis de risco mais controlados, uma combinação que certamente interessa aos investidores.

A mudança de rota, de fato, gerou frutos. O executivo lembra que, em 2023, os fundos de previdência multimercados da Bradesco Asset tiveram rentabilidade acima do CDI, algo notável em um ano marcado por inúmeros desafios para essa classe de ativos.

“Nossos mandatos exclusivos multimercados também tiveram performances acima dos seus respectivos benchmarks”, destaca Monteiro.

O primeiro fundo criado sob essa nova arquitetura foi o Bradesco Danúbio Juros e Moedas, que teve rentabilidade expressiva de 13,55% em 2023.

Agora, a Bradesco Asset se prepara para lançar, ainda neste primeiro trimestre, um novo fundo multimercado. Batizado de Tâmisa, ele foi concebido para espelhar a nova estratégia desenhada pela casa.

A história ensina que, a despeito de eventuais solavancos, essa classe de ativos sempre gera alfa no longo prazo – e com menor risco.

Com a redução das taxas de juros e um cenário econômico mais promissor, os fundos multimercados tendem a trazer retornos robustos em 2024. “Essa é a razão para o nosso otimismo”, diz Monteiro. “Preparamos o terreno para capturar esse movimento.”