Num mercado em que informação é sinônimo de vantagem competitiva, Custódia e Serviços Financeiros Bradesco deu um passo importante para ampliar seu portfólio de inovações.

Em cerimônia marcada pelo tradicional toque de campainha na B3, o banco oficializou uma parceria com a Neoway, marca de inteligência de dados da própria bolsa brasileira.

Entre outros impactos, a iniciativa dá suporte ao trabalho dos departamentos de Relações com Investidores (RIs), que passaram a lidar, nos últimos anos, com demandas cada vez mais complexas.

“Os RIs viveram uma grande transformação nos últimos anos”, diz Fabio Tomo, superintendente comercial e de relacionamento da área de Custódia e Serviços Financeiros do Bradesco. “Hoje, cada vez mais os profissionais de RI são exigidos na depuração e avaliação das informações com extrema velocidade.”

Luis Claudio Pereira, diretor do Bradesco

“A ferramenta chega justamente para potencializar esse trabalho e gerar valor”, afirma Luis Claudio Pereira, diretor do Bradesco. “Em vez de oferecer apenas a informação bruta, entregamos dados já organizados, que permitem ao RI construir o contexto que deseja enxergar.”

Na prática, a integração entre os sistemas do Bradesco e da Neoway permite que relatórios antes limitados a informações isoladas se transformem em painéis analíticos.

Os recursos incluem acompanhamento completo da base acionária, identificação de investidores relevantes, segmentação por perfis – como fundos, pessoas físicas, institucionais ou estrangeiros – e acompanhamento do comportamento do mercado com informações comparativas entre peer.

Um exemplo prático é a capacidade de identificar gestores do mercado que investem em determinada empresa ou segmento e podem ser um potencial investidor da empresa que utiliza o serviço, fomentando a captação de recursos no mercado.

A solução também facilita o contato direto dos RIs com investidores estratégicos, ao distinguir, por exemplo, se a entrada de capital tem perfil de curto ou de longo prazo.

Ela ainda permite acompanhar quem são os maiores investidores, se são fundos, hedge funds, investidores institucionais ou estrangeiros que começaram a comprar ações ao longo do tempo. O público-alvo da solução são as companhias emissoras com ativos negociados em bolsa, com foco principal as áreas de RI.

Atualmente, o Bradesco atende cerca de 300 companhias emissoras, com mais de mil emissões em andamento. “Estamos colocando informação de ponta nas mãos dos clientes”, afirma Luis Claudio.

O pioneirismo marca a trajetória de Custódia e Serviços Financeiros do Bradesco. Ainda em 1979, o banco foi a primeira instituição a aposentar os antigos certificados em papel que comprovavam a posse de ações, substituindo-os por registros eletrônicos.

A mudança inaugurou uma nova era de inovação no mercado de capitais e abriu caminho para a expansão dos serviços de custódia. Hoje, mais de 10 milhões de acionistas estão vinculados à base do Bradesco por meio das empresas emissoras atendidas pelo banco.

Esse universo é assistido tanto pela rede de agências quanto pelos canais digitais, garantindo ao investidor a possibilidade de resolver demandas ligadas às suas ações de forma presencial ou online.

Além do serviço de escrituração, os executivos destacaram a liderança nos rankings Anbima, de custódia e controladoria de ativos, onde o banco é responsável pela custódia de R$ 2,5 trilhões em ativos e R$ 4,1 trilhões em controladoria, volumes que correspondem a 20% e 23% de participação no mercado brasileiro, respectivamente.

Fabio Tomo, superintendente da área de Custódia e Serviços Financeiros do Bradesco

O prestígio do Bradesco ultrapassa as fronteiras brasileiras. Em 2025, pelo terceiro ano consecutivo, a publicação americana Global Finance reconheceu o banco como o melhor Sub-Custodiante da América Latina para investidores não residentes.

Outro destaque é a liderança na custódia de ADRs (American Depositary Receipts). Segundo Fabio Tomo, o Bradesco responde por R$ 266 bilhões em ativos custodiados, com mais de 66% de market share nesse nicho.

“A operação é sustentada por um time de mil profissionais, dos quais 700 atuam diretamente na execução – ou seja, no atendimento às empresas emissoras, investidores, fundos de pensão e administradores e gestores de fundos, garantindo o registro, a liquidação e a conformidade das operações. Outros 300 trabalham em tecnologia, desenvolvendo sistemas que dão suporte a esse ecossistema”, afirma Luis Claudio.

Mas o escopo de atuação vai além da custódia tradicional. O banco é responsável por mais de 35 mil contratos de escrow accounts, conhecidas no Brasil como contas de garantia.

Nelas, valores ou ativos ficam depositados sob responsabilidade do Bradesco até que todas as condições previstas em contrato sejam cumpridas, assegurando segurança para as partes envolvidas em operações como fusões e aquisições, emissões de títulos ou transações imobiliárias.

Atento às mudanças do mercado, o Bradesco já desenhou os seus próximos passos. A instituição prepara uma unidade dedicada a ativos digitais, cuja estreia está prevista para o primeiro trimestre de 2026.

A nova área reunirá 50 profissionais especializados e terá como foco a custódia de ativos tokenizados, além de serviços ligados ao Drex, a moeda digital que vem sendo desenvolvida pelo Banco Central.