O processo de digitalização das empresas levará a uma avalanche de investimentos nos próximos anos. Segundo estudo feito pela consultoria IDC, os gastos mundiais com transformação digital deverão totalizar US$ 1,8 trilhão em 2022 – é o maior valor da história, além de representar um acréscimo de 17,6% diante de 2021.
A pesquisa também prevê que o avanço de dois dígitos deverá durar no mínimo até 2026, com uma taxa de crescimento anual de 16,6%. A nova era digital, portanto, é uma realidade que mudará para sempre a forma como as empresas atuam e se posicionam no mercado.
Números como esses reforçam por que foi oportuna a decisão do Citi Brasil de promover a primeira edição do evento “Let’s Talk Digital”, no início de outubro, em São Paulo.
“Reunimos clientes de diferentes segmentos para discutir a trajetória de digitalização das empresas”, resume Fernando Granziera, head da área de Treasury & Trade Solutions (TTS), que organizou o encontro junto com o time de Global Markets.
Foi, de fato, uma oportunidade única. Mais de 200 participantes compartilharam experiências, trocaram aprendizados e tiveram a chance de fazer networking, algo essencial nesta era em que a inovação vem de todos os lados e áreas de negócios diferentes.
Em um momento de grande transformação global, o “Let’s Talk Digital” aproximou ainda mais os executivos do Citi das fintechs e deixou claro que o banco vê essas empresas como grandes parceiras, não concorrentes.
“Acreditamos que as fintechs geram inovação para o ecossistema financeiro, e a digitalização abre caminho para que milhões de pessoas saiam da economia informal e acessem serviços financeiros”, explicou Granziera.
O primeiro dos cinco painéis foi conduzido por João Appolinário, presidente e fundador da Polishop, empresa que, sob diversos aspectos, ficou conhecida por trazer ao mercado diversas inovações nos últimos anos.
Em sua apresentação, Appolinário fez uma provocação: “Como podemos estar tão digitalizados em nossas vidas e termos tamanha resistência para digitalizar os nossos negócios?”
A resposta não é simples, mas certamente induziu os participantes a fazer importante reflexão. Appolinário destacou que uma forma de superar a resistência é conhecer a fundo o tema, envolver as lideranças nessas pautas e demonstrar para as respectivas equipes os benefícios da digitalização.
“Muitas vezes pensamos que o digital vai complicar, mas é exatamente o contrário. Ele vem para potencializar o que já fazemos bem. É fundamental digitalizar não apenas um departamento da organização, mas ela como um todo, implantando a cultura da digitalização”, afirmou o empresário.
Na sequência, foi a vez de o Citi abrir espaço para a troca de ideias entre Aminadab Nunes, partner na CI&T, e Iana Mayuri, gerente de tesouraria do Mercado Livre. O diálogo foi mediado pelo diretor de vendas de Treasury & Trade Solutions (TTS) do Citi, Leandro Quintal, e pelo diretor de eFX Solution do banco, Miltton Mesquita Júnior.
Na conversa, Iana detalhou como a inovação é gestada dentro do Mercado Livre: “Analisamos os clientes e concorrentes, investigamos dentro e fora de nossa companhia e nos questionamos: o que podemos fazer agora para nos mantermos como o melhor e-commerce da América Latina?”
Para Amin, da CI&T, nada acelera mais a inovação do que estar aberto ao que é diferente. “Em todo lugar em que nós desembarcamos, não sei em qual capítulo da história nós estamos, mas tenho certeza de que é hora de se aventurar”.
O evento abriu espaço para dois importantes executivos da indústria financeira apresentarem as transformações do setor nos últimos anos e as tendências que deverão moldar o mercado no futuro.
A conversa entre Fabio Araújo, coordenador da iniciativa do Real Digital no Banco Central, e Leandro Vilain, diretor de Inovação, Produtos e Serviços da Febraban, foi mediada por Eduardo Miszputen, head de Global Markets do Citi Brasil, e Fernando Granziera.
Araújo lembrou que, mesmo em um ambiente altamente regulado e que exige máxima segurança, como o que permeia as instituições financeiras, é possível evoluir e inovar – o Pix e o Open Banking, afinal, são exemplos disso.
Vilain tocou num ponto fundamental ao lembrar que as instituições financeiras estão deixando de ser apenas um negócio de finanças e passaram a ser de tecnologia também. “Agora, o desafio é conseguir conectar os pontos fortes do setor financeiro tradicional às novidades e evoluções do novo setor financeiro que está se formando”, disse ele.
Como não poderia deixar de ser, o ambiente macroeconômico também esteve na pauta do evento. Em um dos painéis, Leonardo Porto, economista-chefe do Citi Brasil, falou sobre as perspectivas econômicas para 2023.
Para o economista, a queda da inflação global ocorrerá de modo suave. Se ela permanecer alta, as taxas de juros vão subir mundo afora. “Os Bancos Centrais deverão ter uma postura mais firme”, destacou.
O evento foi encerrado em grande estilo. No painel de encerramento, Silvia Penna, diretora-geral da Uber Brasil e grávida de nove meses, conversou com Marcelo Marangon, presidente do Citi Brasil.
Silvia falou sobre a sua paixão por gestão de pessoas, apontou tendências de mercado e detalhou as soluções que têm como meta a expansão da companhia de mobilidade.
Como não poderia deixar de ser, a temática da diversidade esteve em pauta. “As ações de diversidade e inclusão de gênero são capazes de mudar as métricas do negócio. Múltiplas visões trazem outras formas de entendimento sobre o cliente e isso contribui para o desenvolvimento de nossa companhia”, declarou Silvia.
No cômputo geral, o saldo do Let’s Talk Digital foi positivo. “Tivemos a oportunidade de colocar diferentes indústrias para compartilhar experiências”, diz o presidente do Citi Brasil, Marcelo Marangon. “Foi uma excelente chance de trocar conhecimento”, acrescentou Eduardo Miszputen, head de Global Markets.
Acelerar a digitalização de seus clientes está no centro da estratégia do Citi Brasil. “Queremos ser o banco digital corporativo número 1 do mercado”, pontua Fernando Granziera, head da área de Treasury & Trade Solutions (TTS).
De fato, o Citi lançou nos últimos anos diversas inovações que reforçam essa estratégia. “Fomos o primeiro banco corporativo do mercado a implementar o sistema de assinatura eletrônica para todos os produtos”, lembra o executivo. “Hoje, praticamente todos os nossos contratos transacionais são digitalizados.”
O core do Citi é apoiar seus clientes com serviços de pagamentos digitais como Pix, APIs e soluções via QR Code, além de dar suporte para companhias que buscam expandir suas atividades de e-commerce na América Latina.
Ao investir na transformação tecnológica, o Citi toca em outro ponto importante: a inclusão digital. “Não somos um banco de varejo, mas, ao ajudar nossos clientes em sua jornada de digitalização, contribuímos também para a inclusão financeira”, finaliza Granziera.