Em 2016, muito antes do boom de unicórnios no Brasil, o banco americano Citi estruturou uma área no país para dar suporte às ambições dessas companhias.

Chamado Citi Tech, ele replicou um modelo criado nos Estados Unidos em 2014. Como “first mover” do mercado, o Citi antecipou-se à nova era digital que moldaria o futuro do universo corporativo.

Desde então, o Citi Tech tem crescido globalmente ao ritmo de 25% ao ano. No Brasil, os números são melhores, com avanço anual de 45% em termos de receitas.

Em 2021, o Citi Tech acompanhou centenas de empresas do seu portfólio em transações diárias de cash e tesouraria nacional e internacional. Em 2022, a expectativa é conquistar 40 novos clientes. Para tanto, o banco vem expandindo o seu time de bankers tech no Brasil e no mundo.

“A lógica de criar o Citi Tech foi aproveitar as mudanças trazidas pela economia digital”, diz André Cury, head no Brasil do Citi Commercial Banking (CCB). “Queremos seguir essas empresas em sua jornada de crescimento.”

O nicho tech responde por 20% do resultado do CCB Global e a meta é ampliar nos próximos anos. No Brasil, espera-se crescimento ainda mais forte, já que a área representa 12% dos resultados do CCB.”

As empresas de tecnologia têm atraído volume recorde de investimentos em private equity e venture capital. Em 2021, as startups baseadas na América Latina receberam US$ 15,3 bilhões, o triplo do recorde anterior, de 2019. Sozinho, o Brasil amealhou US$ 11 bilhões.

O nicho tech responde por 20% do resultado do CCB Global e a meta é ampliar nos próximos anos

À medida que crescem rapidamente e atingem novos níveis de maturidade, as empresas passam a ter ambições globais. Entre as 50 maiores empresas de tecnologia do país, estima-se que 90% possuam operações internacionais.

É aí que o Citi alavanca seus diferenciais de verdadeiro banco global, presente em 95 países. Nenhum outro concorrente é tão internacional.

Para as empresas de tecnologia, isso faz muita diferença. Por suas características singulares, elas quase sempre têm como missão buscar oportunidades que transcendem as fronteiras brasileiras. E com uma vantagem: encontram menos barreiras de entrada para se estabelecer em um novo mercado.

Uma indústria precisa investir em plantas produtivas e fazer investimentos pesados para desbravar o mercado internacional. Na área tech, o processo costuma ser mais ágil.

Se uma empresa brasileira quiser abrir subsidiárias, digamos, na Colômbia, Alemanha e Índia, ela não precisa se associar a um banco diferente em cada um desses países. Basta ter o Citi como parceiro para resolver suas demandas nas diferentes localidades.

“Nós oferecemos serviços para os clientes de maneira centralizada: o telefone vermelho fica no Brasil”, brinca Cury. Se houver um problema ou demanda de uma empresa brasileira no México, ela vai ligar para nós aqui em SP”.

É exatamente assim que funciona. Um profissional no Brasil é o responsável pelo relacionamento global do cliente, o que certamente simplifica a operação. Além disso, a empresa tech terá, em cada país que possuir uma subsidiária, um banker local para apoiá-la nas necessidades locais.

Outro ponto fundamental é o fato de os clientes do Citi terem suas subsidiárias conectadas em um único acesso do internet banking. Isso, ressalte-se, permite que os times de tesouraria centralizem as operações em um só banco.

O Citi Tech faz a abertura da conta no exterior, opera cobranças e pagamentos, fecha o câmbio, realiza operações de derivativos, organiza a gestão das moedas, fornece crédito, financia aquisições e estrutura aberturas de capital, entre outras iniciativas

Se a empresa tiver um relacionamento com o Citi, ela acessa linhas de crédito globais e pode estender o financiamento para o país em que possui uma subsidiária.

O escopo de produtos é amplo. O Citi Tech faz a abertura da conta no exterior, opera cobranças e pagamentos, fecha o câmbio, realiza operações de derivativos, organiza a gestão das moedas, fornece crédito, financia aquisições e estrutura aberturas de capital, entre outras iniciativas.

A ideia, portanto, é acompanhar o cliente em toda a sua jornada de crescimento, dando suporte em qualquer projeto que for realizar.

Cury lembra que seu time trabalha em parceria com as equipes de tech do Investment Banking no Brasil e nos Estados Unidos que assessoram empresas brasileiras de tecnologia em fusões e aquisições, captações privadas e ofertas de ações na B3 ou em NY. O Citi já participou de 32 transações, entre IPOs, follow-ons e M&As no Brasil e nos Estados Unidos.

Não faltam exemplos de relacionamentos duradouros entre o Citi e seus clientes. Em 2016, o banco passou a atender a empresa de transformação digital CI&T, que atualmente tem cerca de 50% de suas receitas geradas no mercado internacional.

Quando a CI&T iniciou o relacionamento com o Citi, a empresa estava acelerando sua expansão global. Neste contexto, a capacidade do banco em operar em diversas geografias, conectar suas subsidiárias ao redor do mundo em um só internet banking, e atendê-los com a velocidade que uma empresa em rápida expansão necessita, fez a diferença na hora da escolha de um parceiro bancário global.

Quando a CI&T recebeu seus aportes de fundos de investimentos mais relevantes, foi o Citi que montou a estrutura para que a empresa pudesse receber os recursos. O Citi apoiou também a CI&T na maior aquisição da história da companhia em 2021.

Em novembro do mesmo ano, a CI&T abriu capital na Bolsa de Nova York e teve o Citi como um dos coordenadores globais da oferta.

Outro caso interessante é o da fintech de pagamentos Ebanx, que está presente em 20 países. A empresa iniciou a expansão global há 8 anos e encontrou no Citi o parceiro ideal para colocar em prática suas ambições de atuação em diferentes geografias. O ponto de partida foi o estabelecimento de um hub da empresa curitibana em Cingapura.

Desde então, o Citi passou a assessorar a empresa em todos os países em que atua. Entre os serviços prestados estão tesouraria internacional, cash management e linhas de crédito, entre outros.

O Citi tem também um braço de investimentos proprietários que acelera startups ao redor do mundo

Em 2020, o Citi auxiliou o Ebanx em questões super particulares e relevantes para escalar seu negócio na Argentina. Mais recentemente, em dezembro de 2021, apoiou a empresa na compra da Remessa Online, também a maior aquisição de sua história.

O executivo também destaca que o banco realizou investimentos no Brasil em tecnologia para aprimorar os trabalhos de cobrança, pagamentos, conta corrente, câmbio e derivativos, entre outros. “Por isso, posso assegurar que oferecemos os serviços mais completos e digitais para os clientes”, diz ele.

Além dos serviços destacados acima, o Citi tem também um braço de investimentos proprietários que acelera startups ao redor do mundo, inclusive no Brasil. É o caso da proptech Loft e das fintechs Warren e Belvo.

Ajudar empresas em seu processo de internacionalização está no DNA do Citi. Há 107 anos no Brasil, o banco auxilia inúmeras companhias globais a fincar bandeiras em solo brasileiro. Agora, é a vez das tech brasileiras ganharem o mundo.