O ano de 2023 começou a todo vapor para a divisão do banco americano Citi que assessora empresas da economia digital. O banco não apenas foi procurado por clientes interessados em conhecer suas ferramentas e soluções, como efetivamente fechou novos negócios, incluindo a abertura de dezenas de contas.

Afinal, o que explica o fato de o Citi ter colocado o pé no acelerador? “Temos ótimos produtos, estamos presentes em 95 países, apresentamos um balanço muito robusto, e o segmento de tecnologia é prioritário para nós. Tudo isso fez com que muitos clientes nos procurassem em busca de nossas fortalezas”, responde André Cury, head do Commercial Bank do Citi para o Brasil e América Latina.

O Citi possui o que se pode chamar de “lastro” na área de tecnologia. Em 2016, antecipou-se ao crescimento explosivo que marcaria o setor nos próximos anos com a criação de um núcleo, chamado Citi Tech, dedicado a dar suporte às empresas digitais.

Na estrutura do banco, o Citi Tech está integrado a uma área conhecida como Commercial Bank, responsável por apoiar empresas de diferentes setores com todas as suas necessidades bancárias.

A aposta na divisão tech se revelou certeira. Desde o início, a área acelerou sempre acima de dois dígitos a cada ano. Em 2022, suas receitas avançaram ao ritmo de três dígitos em relação a 2021, e 30 novos clientes foram adicionadas ao portfólio.

“O que vimos em 2022 foi a maturação de uma série de negócios que vinham sendo plantados e construídos ao longo dos últimos anos”, afirma Cury.

Entre outros marcos, o Citi financiou aquisições no exterior da empresa de transformação digital CI&T, ampliou os serviços de cash management para a multinacional brasileira de tecnologia Stefanini e assessorou a fintech de pagamentos Ebanx em diferentes operações na América Latina.

Agora, o banco dá um passo adiante com a ampliação do escopo de atuação do Citi Tech. A área passou a se chamar Digital, Tech & Comms justamente para continuar em sintonia com as novas demandas do mercado. A unidade segue dentro do Commercial Bank, com acesso a todas as soluções do Citi, em todos os países de atuação.

Com a expansão, são amplificadas as sinergias na cobertura de setores relacionados a hardware, distribuidoras de TI, mídia e telecomunicações como um todo, principalmente para capturar as oportunidades trazidas pelo advento do 5G.

São setores em que o Citi já opera. A estratégia unificada, contudo, busca facilitar a conexão entre oportunidades que existem nas empresas digitais e de telecomunicações.

Além de tratar essas áreas como prioritárias, um diferencial do banco no mercado, o Citi Commercial Bank conta com um time de especialistas – os chamados bankers tech – dedicados ao tema tanto no Brasil quanto em outros países ao redor do mundo. Globalmente, são 140 profissionais, dos quais 20 no Brasil, além da projeção de crescimento para este ano.

Trata-se de uma equipe preparada para auxiliar as empresas a identificarem a melhor solução dentro da prateleira de produtos oferecidos pelo Citi, que vai da abertura da conta no exterior à operação de cobranças e pagamentos, passando por câmbio, derivativos, gestão de moedas, crédito, financiamento de aquisições e aberturas de capital.

No portfólio de serviços oferecidos pelo Citi, aliás, destacam-se opções bastante procuradas por empresas dos segmentos digital, de tecnologia e telecomunicações com necessidades internacionais, como trade finance (importação e exportação) e investimentos em qualquer país em que a empresa possua operação. Tudo isso com visão consolidada em uma única instituição bancária sólida com alcance global.

A globalidade do Citi, aliás, é um ponto que chama atenção. Sua presença em 95 países não é igualada por nenhum outro rival – na verdade, o segundo colocado não chega à metade desse número.

Para amplificar o alcance e os benefícios dessa internacionalidade, inclusive, o banco criou recentemente uma unidade, o Global Network Banking, com profissionais especializados no atendimento de subsidiárias de empresas multinacionais.

As empresas digitais e de tecnologia, lembra Cury, têm grande capacidade de expansão global porque não possuem grandes barreiras de entrada ou precisam, por exemplo, erguer uma planta industrial para se estabelecer.

Quando elas chegam ao exterior, buscam permanecer focadas no core business, sem perder tempo com relacionamentos bancários complicados e outros entraves que possam atrasar a operação.

“Essas empresas querem bancos que ofereçam agilidade, produtos e serviços com visibilidade em vários países, mas com apoio e expertise local”, diz Cury.

É fácil entender como o modelo de atuação funciona. Se a empresa precisa de uma linha de câmbio ou de um financiamento em diferentes países, ela contará com a ajuda de um profissional do Citi no país sede dessa empresa, ou seja, próximo dos tomadores de decisão. Esse profissional ajuda a empresa a navegar pelas diversas operações do banco fora do país, facilitando o acesso a oportunidades regionais e globais.

Entre outras tarefas, o profissional se encarrega de encontrar a melhor solução em cada localidade. Com isso, a empresa não precisa manter diferentes parceiros nos variados lugares onde atua – o que garante agilidade e velocidade indispensáveis para companhias que têm ambições globais.

A combinação solidez, globalidade e soluções adequadas a diversas necessidades corporativas tem feito o Citi iniciar 2023 em ritmo forte em todas as linhas de negócios, com destaque para as áreas de cash management, câmbio e derivativos.

No início de março, o executivo assumiu o Commercial Bank do Citi para a América Latina – na região, há bankers do segmento tech também na Argentina e no México, e a ideia é ampliar a presença em 2023. “O Brasil é um grande exemplo de sucesso da região no mundo digital e a ideia é replicar esse desempenho em outros países”, diz Cury. A julgar pelo que já foi feito até agora, o objetivo será alcançado.