Em 2021, o Hospital Israelita Albert Einstein criou uma plataforma de ensino para profissionais da saúde, assinou um convênio com o centro americano de pesquisa do câncer City of Hope, apresentou ao mercado o pioneiro projeto “Open Notes” e – ufa! – adquiriu os ativos de um hospital em Goiânia. Tudo isso, não custa lembrar, em plena pandemia. Aliás, a própria atuação frente à Covid-19, desde o diagnóstico do primeiro caso no Brasil até a realização de estudos que vêm mudando o tratamento da doença, é um destaque a parte.

As ações listadas acima reforçam o espírito inquieto do Einstein, que se consolidou nos últimos anos como uma das principais referências da área de saúde no mundo. Desde que foi inaugurado em São Paulo, no dia 28 de julho de 1971 – portanto, há exatos 50 anos –, o Einstein jamais parou de seguir em frente, e não há nada, nem mesmo os desafios impostos pelo novo coronavírus, que o faça parar.

“Nós respiramos inovação 24 horas por dia em tudo aquilo que fazemos”, resume o médico Claudio Lottenberg, ex-presidente da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein (de 2001 a 2016), e atual presidente do Conselho Deliberativo. “O Einstein foi muito sábio na construção de sua história e está sendo inteligente na mesma medida para se preparar para o futuro.”

Poucas instituições no País são, de fato, tão inovadoras e dinâmicas quanto o Einstein, e aqui certamente não há nenhum exagero. Basta observar o que o hospital realizou neste ano para entender melhor a força do pioneirismo em sua trajetória.

Em abril, o Einstein criou um fundo para apoiar o crescimento de startups na área da saúde. Consolidadas nos Estados Unidos, iniciativas como essas são raras no Brasil. “Trata-se do primeiro fundo de investimento da história do Einstein e um marco para o sistema de saúde brasileiro”, diz o médico Sidney Klajner, presidente da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein.

Uma das propostas ambiciosas do Einstein é a sua “Academia Digital”. Lançada há alguns dias, ela consiste em uma plataforma online de ensino, com conteúdo multidisciplinar direcionado a profissionais da saúde. No início, o acervo da plataforma contará com cerca de 300 conteúdos, mas a ideia é chegar a 900 até o final do ano.

Entre os conteúdos disponíveis estão pesquisas, papers científicos, podcasts e até reuniões clínicas da instituição que foram gravadas em vídeo e colocadas à disposição do usuário.

Sidney Klajner (à esq.) é presidente da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein. Claudio Lottenberg comandou entre 2001 e 2016 e atualmente é presidente do Conselho Deliberativo

“Estamos permanentemente buscando soluções capazes de melhorar o nível de excelência do hospital”, afirma Klajner. Nesse contexto, a assinatura, em abril, de um acordo com a instituição americana City of Hope, mundialmente conhecida como um centro de ponta no tratamento do câncer e medicina personalizada, marca um grande avanço para estudos na área de oncologia.

Previsto para durar ao menos três anos, o acordo estabelece que o City of Hope compartilhe sua experiência com os residentes e a equipe médica de oncologia do Einstein. Isso é ótimo para a saúde brasileira: o conhecimento adquirido será não apenas incorporado pelos profissionais do Einstein mas, numa etapa a seguir, disseminado por todo o país.

“Essa é uma das vocações originais do Einstein”, reforça Henrique Neves, diretor-geral da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein. “Ao trazer novas vertentes de conhecimento, a instituição contribui para o desenvolvimento de toda a medicina brasileira.”

Outra contribuição inédita na área hospitalar do País é o projeto “Open Notes”, que oferece aos pacientes o acesso a seus dados de prontuário eletrônico por meio do aplicativo Meu Einstein, em tempo real. Ao acessar o app, o paciente escolherá no menu que tipo de informação deseja acessar – diagnósticos, evolução médica, entre outros.

O Open Notes, que tem a missão de tornar a saúde mais transparente, é uma iniciativa consolidada nos Estados Unidos, onde uma lei federal de 2020 passou a obrigar os hospitais a compartilhar as informações do prontuário do paciente. No Brasil, a discussão mal começou, mas o Einstein está na dianteira dos debates.

O ano de 2021 tem sido intenso para a instituição. No início de junho, foram adquiridos os ativos do Hospital Órion em Goiânia (GO), inaugurado em 2020 e gerido desde então pelo Einstein. Trata-se do primeiro hospital próprio do Einstein fora de São Paulo.

O objetivo do Einstein é desenvolver, na capital goiana, o mesmo modelo que tem marcado sua trajetória em São Paulo: um ecossistema completo de saúde que inclui hub de inovação, centro de pesquisa e projetos na área de ensino.

Esses são mais alguns passos do Einstein para aprimorar as atividades do presente e se preparar para o futuro. Tem sido assim desde a inauguração do hospital – o passado é a prova concreta de sua vocação empreendedora e do desejo de inovar sempre.

A história cinquentenária do Einstein é pontuada por uma série de marcos. “O Einstein foi o primeiro hospital fora dos Estados Unidos a receber uma certificação de qualidade nos moldes das organizações americanas”, diz Claudio Lottenberg.

Trata-se do selo de excelência conferido pela Joint Comission International (JCI), que introduziu uma nova era no hospital. “Praticamente toda a cultura do Einstein mudou com a Joint Comission”, pontua Sidney Klajner. Graças à certificação, a preocupação com a qualidade em todas as áreas do hospital passou a ser uma obsessão, inspirando inclusive outras instituições brasileiras a seguir o mesmo exemplo.

Mais de 7 mil cirurgias robóticas já foram realizadas no hospital desde 2008

Outro marco importante foi a inserção do Einstein dentro do sistema público de saúde. Como uma sociedade sem fins lucrativos, o Einstein exerceu desde sempre papel significativo de apoio à saúde pública.

A estrutura de prestação de serviços do Einstein é formada por doze unidades de saúde privada em São Paulo e uma em Sorocaba (SP), além de quase 30 unidades públicas operadas por meio de contrato de gestão e convênios com as prefeituras de Mogi das Cruzes e São Paulo.

É preciso destacar também a educação como um dos pilares centrais do Einstein. Em 1989, iniciava-se a faculdade de enfermagem, que tem hoje 85% dos egressos absorvidos dentro do sistema Einstein. Em 2016, a instituição inaugurou a sua própria faculdade de medicina – a primeira turma de médicos será formada no final deste ano. A expansão no ensino começou efetivamente na última década. Em 2011, o Einstein contava com 5 cursos de pós-graduação lato sensu. Atualmente, são mais de 200.

Em seus 50 anos de história, o Einstein deu notáveis contribuições para o desenvolvimento tecnológico da medicina brasileira. O primeiro aparelho de ressonância magnética da América Latina chegou ao Einstein em 1986. Na prática, o equipamento permitiu o diagnóstico mais preciso de aneurismas, tumores, alterações nas articulações e outras lesões nos órgãos internos.

Como é tradição no Einstein, o conhecimento recém-adquirido não ficou restrito dentro de seu próprio universo. De imediato, o Einstein assumiu o papel de capacitar médicos e demais hospitais na adoção e uso da tecnologia, o que desencadeou uma verdadeira revolução na saúde brasileira.

O pioneirismo tecnológico permeia toda a trajetória do Einstein. Em 2008, o hospital investiu em um robô com o sugestivo nome “Da Vinci”, o que abriu as portas para a cirurgia robótica no Brasil. Esta tecnologia traz inúmeras vantagens a diversos procedimentos: menos invasivo, mais preciso, com menor dor no pós-operatório.

Mais recentemente, o Einstein destacou-se no enfrentamento da pandemia de Covid-19. O hospital criou uma força-tarefa formada por seu núcleo de inteligência que avaliou mais de 100 mil artigos científicos. Com isso, foi possível assimilar boa parte do conhecimento sobre o assunto disponível no mundo para então criar um hospital de campanha, capacitar profissionais e transformar os dois hospitais do sistema público que opera para o atendimento da doença, bem como o hospital no Morumbi.

A pesquisa clínica é um dos pilares que formam o alicerce de excelência do Einstein. O diretor-geral Henrique Neves lembra da criação, em 2017, de uma divisão para a realização de estudos clínicos no Brasil.

A iniciativa trouxe frutos, como os estudos publicados no The New England Journal of Medicine, The Lancet e The British Medical Journal que comprovaram a falta de eficácia de alguns medicamentos contra a Covid-19.

Além disso, uma pesquisa coordenada pela Academic Research Organization (ARO) do Einstein mostrou que o medicamento tofacitinibe, da Pfizer, reduz em 37% o risco de morte ou insuficiência respiratória entre pacientes internados com quadros moderados de Covid-19.

O estudo foi publicado no The New England Journal of Medicine, o periódico científico médico mais importante do mundo. O Einstein, aliás, foi pioneiro e é o único hospital a estruturar uma ARO no Brasil, no fim de 2017.

Como serão próximos 50 anos? É impossível dizer com certeza, mas os investimentos robustos feitos em inteligência artificial, Big Data, wearables, conectividade, telemedicina e tudo o que diz respeito ao mundo digital na área da saúde mostram que o Einstein está, como sempre esteve, firme e forte no presente – e cada vez mais preparado para o futuro.

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