Quando assumiu a presidência do Grupo Casas Bahia, em maio do ano passado, o executivo Renato Franklin anunciou que a empresa passaria por um Plano de Transformação. Entre outros objetivos, o projeto nasceu com a missão de reequilibrar as dívidas bancárias da companhia, resgatar rentabilidade, elevar o retorno sobre o capital investido e buscar geração de caixa.
Exatamente um ano depois, a empresa deu importante passo para cumprir essa meta. Mais do que apenas reconfigurar as dívidas, contudo, a iniciativa abre caminho para o Grupo alçar novos voos.
O acordo fechado com os principais credores preserva R$ 4,3 bilhões de caixa da empresa até 2027, sendo R$ 1,5 bilhão já em 2024. Além disso, estabelece a carência de 24 meses para pagamentos de juros e 30 meses para o desembolso do montante principal.
Trata-se de inegável conquista. Com este acordo, o prazo médio de amortização da dívida passará de 22 para 72 meses, com redução de 1,5 ponto percentual no seu custo médio. Adicionalmente haverá uma economia de R$ 400 milhões em juros, no período de vigência do contrato.
A operação é caracterizada por aquilo que o mercado chama de “perímetro restrito”, não gerando impacto para fornecedores, parceiros, clientes e colaboradores. Ou seja, inclui apenas dívidas financeiras sem garantias, como debêntures e CCBs emitidas junto aos bancos.
Para se ter ideia do benefício trazido pelo acordo, o montante negociado tinha custo de CDI + 2,7%. Agora, passará a ter CDI + 1,2% ao ano.
“Estamos muito satisfeitos por termos conseguido antecipar o reperfilamento da dívida, que só foi possível graças ao avanço bem-sucedido das alavancas operacionais de nosso Plano de Transformação”, diz Renato Franklin. “O acordo reflete a confiança no nosso plano e no futuro da companhia.”
O alongamento e a redução de custo da dívida proporcionam, de fato, maior segurança para os fornecedores, parceiros, clientes e colaboradores do Grupo e, na mesma medida, aumentam os níveis de otimismo em relação aos rumos da empresa.
Franklin diz que o acordo estava entre as metas prioritárias do Grupo Casas Bahia em 2024. O fato de ter sido concluído antes da data prevista só reforça, diz o executivo, a confiança dos credores no trabalho feito pela empresa.
O Plano de Transformação divulgado em agosto do ano passado tem rendido frutos. No último trimestre de 2023, a companhia voltou a registrar fluxo de caixa livre positivo – um sinal inequívoco de que a reestruturação do negócio funcionou e vem trazendo resultados consistentes.
O portfólio do Grupo Casas Bahia é formado atualmente pelo e-commerce e as lojas físicas das marcas Casas Bahia e Pontofrio; as vendas online do Extra.com.br; as soluções financeiras do banQi; a fábrica de móveis Bartira; Asap Log e CNT em operações logísticas.
Poucos conglomerados empresariais estão tão presentes na vida dos brasileiros. O Grupo atua em mais de 400 municípios, 22 estados e no Distrito Federal. São mais de 1mil lojas físicas, 29 centros de distribuição e um universo de mais de 100 milhões de clientes – ou quase a metade da população do país.