Nos últimos 25 anos, o mercado brasileiro de telefonia passou por verdadeira revolução. A privatização do sistema estimulou a competição entre empresas, o que resultou em melhores serviços e preços mais baixos oferecidos aos clientes.

Desde a privatização, em 1998, o setor recebeu cerca de R$ 1 trilhão em investimentos e o número de linhas móveis saltou de 7,4 milhões para 251 milhões, o que dá a dimensão do impacto colossal que ela provocou.

O Vice-presidente Institucional e Regulatório do Grupo Delta Energia, Luiz Fernando Leone Vianna, gosta de citar o exemplo acima para descrever o que está prestes a ocorrer no mercado elétrico brasileiro.

“Vamos ingressar em uma nova era”, resume Vianna, lembrando que, a partir de 1º de janeiro de 2024, o Mercado Livre de Energia passará a abranger, além dos clientes de alta tensão, os de média também.

A mudança representará uma guinada no modelo energético brasileiro. Segundo um levantamento recente da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), atualmente, 36,3 mil unidades consumidoras são adeptas do Mercado Livre de Energia, mas a expectativa é que o número acelere após a liberação da nova fase.

Com a mudança a partir de 2024, pequenos estabelecimentos – de padarias a lojas, de restaurantes a fábricas de porte modesto – que pagam a partir de R$ 7 mil na conta de luz poderão aderir ao sistema. Estima-se que ao menos 72 mil novos consumidores se enquadram nos novos requisitos.

Mas isso é apenas o começo. É esperado que 90 milhões de consumidores estejam aptos a ingressar nessa modalidade nos próximos anos a partir da liberação total do mercado, o que resultará em R$ 35 bilhões por ano economizados na conta de luz. Tudo vai depender dos avanços do Novo Marco Legal do Setor Elétrico em discussão pelo governo e parlamentares.

A redução de custos, diz Luiz Vianna, é um dos principais atrativos do Mercado Livre de Energia. “A depender da concessionária e do perfil do cliente, a conta pode ficar 40% mais barata”, afirma o VP Institucional e Regulatório do Grupo Delta Energia.

Essa não é a única vantagem. O Mercado Livre de Energia permitirá ao cliente ter liberdade de escolha – assim como os usuários de telefonia, que passaram a contratar os serviços da operadora que melhor atende aos seus interesses.

Luiz Fernando Leone Vianna, vice-presidente Institucional e Regulatório do Grupo Delta Energia

O modelo tem vocação ambiental. “Digamos que o cliente queira usar energia solar ou qualquer outra fonte limpa”, diz Vianna. “Ele terá flexibilidade para escolher.”

Segundo o executivo da Delta Energia, a abertura do mercado está ancorada em três pilares principais: descarbonização, descentralização e digitalização.

No primeiro deles, o país vai bem, com a maior parte de sua fonte proveniente de energias limpas. No quesito descentralização, o Mercado Livre de Energia representará grande mudança, pois permitirá a entrada de novos players no mercado. Por fim, a digitalização depende de políticas públicas e de iniciativas adotadas pelas próprias empresas.

O Grupo Delta Energia se preparou para aproveitar as oportunidades de negócios trazidas pela nova era. Uma das líderes do mercado de energia no Brasil, a empresa deverá ser protagonista das transformações que estão em curso.

Atualmente, a companhia é responsável por transacionar, em média, 5 mil MW mensais por essa modalidade, o que corresponde a 8% do consumo energético brasileiro. Com a nova fase, esses números certamente serão turbinados.

Para isso, a empresa vem realizando investimentos em diversas frentes. Em julho, lançou a marca Wisebyte, que oferece serviços agregados em software e hardware em grande escala para os segmentos de energia e telecomunicações.

Pouco antes, em outubro de 2022, colocou no mercado a LUZ, divisão do grupo dedicada à comercialização de energia elétrica no varejo. Entre os projetos desenvolvidos pela empresa estão medidores inteligentes de energia, aparelhos que são conectados no quadro de força e fazem o gerenciamento da carga do consumidor.

O aparelho detecta se há alguma anomalia no consumo, como equipamentos que estejam gastando energia demais. Ele já chegou à baixa tensão, mas agora a empresa quer oferecê-lo para os clientes de alta tensão.

Os projetos se sucedem. O Grupo Delta Energia está investindo na construção de fazendas solares com capacidade para atingir 110 MWp até junho de 2024.

As usinas fotovoltaicas atuarão em nove estados do Sudeste, Sul, Nordeste e Centro-Oeste, além do Distrito Federal. A previsão da companhia é atender 60 mil unidades consumidoras, com o fornecimento da energia sendo feito pela LUZ.

Vianna diz que, para trabalhar melhor as oportunidades trazidas pelo Mercado Livre de Energia, a empresa aposta em três frentes: marketing, gestão de pessoas e tecnologia.

Investimentos em marketing são necessários para a companhia alcançar o número elevado de consumidores que deverá aderir ao novo sistema.

Por sua vez, o atendimento ao varejo exigirá profissionais de variados perfis, desde os que têm longa experiência no ramo energético aos que passaram por outras áreas – como empresas de software, startups e bancos.

E a tecnologia será cada vez mais essencial. “Para atender a massa de consumidores que deverá migrar para o Mercado Livre de Energia, será preciso ter softwares sofisticados”, diz o executivo. Ao investir nessas três frentes, o Grupo Delta Energia mostra que está pronto para liderar o Mercado Livre de Energia.