Um dos principais desafios dos investidores é encontrar boas oportunidades de negócios em meio a uma avalanche de produtos e serviços financeiros disponíveis no mercado. O que é mais adequado para os diferentes perfis? Como montar uma carteira equilibrada? É hora de arriscar mais ou manter certa cautela?

Antes de responder perguntas como essas, é preciso ficar atento a outra questão: afinal, o que esperar da economia brasileira no segundo semestre? A depender do contexto econômico, o investidor escolhe para qual lado deverá ir considerando todas as variáveis que estão em jogo.

A boa notícia é que o cenário poucas vezes foi tão promissor. “O que se desenha é uma virada de página”, diz Victor Vietti, superintendente de recomendação do Itaú Unibanco. “Projetamos para os próximos períodos uma sólida retomada e a melhora de diversos indicadores.”

As estimativas do Itaú, de fato, estão carregadas de otimismo. Segundo o banco, o PIB deverá crescer 5,3% em 2021. Para o Ibovespa, a expectativa é que o índice encerre o ano por volta dos 150 mil pontos. A instituição também calcula que, em dezembro, o dólar estará cotado a R$ 5, abaixo do valor neste mês de julho.

Na prática, esses movimentos reforçam a recuperação econômica global, o que é resultado sobretudo do avanço das campanhas de vacinação e do fim das restrições impostas pela pandemia do coronavírus. Por sua vez, o Brasil demorou mais tempo para reagir. Mas o País, enfim, tirou o pé do freio e agora está pronto para acelerar.

Isso é ótimo para os investidores. “O pacote Brasil é muito interessante para o segundo semestre”, diz Vietti. Ele destaca a bolsa brasileira. Apesar de o Ibovespa estar próximo das máximas históricas, as ações das empresas nacionais estão atrativas se comparadas com o desempenho de seus pares em mercados emergentes.

“Os emergentes já andaram e o Brasil ficou para trás”, diz o executivo. “Justamente por isso, enxergamos um potencial relevante de valorização.” Com a mudança estrutural do País, que abandonou a agenda de juros altíssimos que impulsionava a renda fixa, o que se tem agora é um caminho livre para ser explorado na renda variável.

Nesse contexto, o Itaú Unibanco definiu diversas apostas de investimentos para o segundo semestre. A estratégia central por trás das recomendações é a diversificação. Segundo o banco, é ela que deverá nortear a construção de uma carteira equilibrada e rentável.

Vietti lembra que, para muitas pessoas, a diversificação consiste basicamente em reduzir riscos. Não é apenas isso. “Ela pode trazer também o aumento do retorno esperado dos investimentos, proporcionando mais eficiência ao portfólio”, ressalta. Confira a seguir as principais apostas em investimentos do Itaú para o segundo semestre:

Multimercados

Os fundos multimercados são vistos como uma ótima oportunidade para os investidores. “Em um cenário de retomada, eles permitem que se aproveite a performance positiva esperada para diversos segmentos”, ressalta o executivo.

Três produtos são destacados: “Gávea Macro Seleção”, “Absolute Vertex Seleção” e “Itaú Optimus Titan”. Todos eles estão expostos a diversos tipos de ativos, como juros, câmbio e renda variável, e têm potencial para capturar movimentos tanto de curto como longo prazos.

Ações

O Itaú Unibanco vê com otimismo o potencial de valorização de empresas brasileiras listadas no Brasil e no exterior. Nesse contexto, os fundos de ações podem ser o melhor caminho para que se alcance bons retornos no longo prazo.

Entre os produtos selecionados estão aqueles que valorizam empresas de qualidade (modelo de negócio, gestão e governança) e que ofereçam uma ótima relação entre risco e retorno. Enquadram-se nessa categoria os fundos “Itaú Momento 30”, “Kinea Gama Ações”, “Brasil Capital” e “JGP Long Only”.

Internacional

Os investidores precisam estar atentos a uma regra de ouro: para ter uma carteira equilibrada, é inevitável se expor a ativos internacionais. Nos últimos meses, os americanos S&P e o Índice Dow Jones renovaram suas máximas históricas e deixaram dúvidas sobre a capacidade de quebrarem novos recordes.

O superintendente do Itaú vai direto ao ponto: “Ter exposição internacional não apenas gera maior rentabilidade, como permite reduzir a volatilidade da carteira.” Ou seja: o dólar pode ter subido muito, as bolsas estrangeiras não param de quebrar marcas históricas, mas ainda assim parte do patrimônio investido deverá estar no exterior.

Em sua carteira recomendada, o banco incluiu o “Itaú Seleção Multifundos Global Equities”, um multifundos com exposição cambial em dólar e que busca maximizar retornos no longo prazo.

ETFs

Os chamados ETFs (Exchange Traded Funds), fundos atrelados a um índice de referência, facilitam a vida do investidor na medida em que proporcionam alta diversificação de maneira acessível. Em cenários de grande volatilidade, eles podem representar um porto seguro – e uma chance de acessar qualquer tipo de mercado.

Nesse campo, há boas oportunidades no portfólio de ETFs do Itaú, como “TECK 11” (que dá acesso a 10 grandes empresas de tecnologia e consumo do mundo), DNAI11 (que reúne 50 companhias que tendem a se beneficiar do desenvolvimento de produtos na área de saúde e agricultura) e MILL11 (focado em corporações que aproveitam o aumento de consumo da geração millennial).

Megatrends

Os fundos megatrends capturam tendências globais que irão se consolidar no longo prazo, antecipando-se a movimentos que farão a diferença no futuro. Em um mundo em permanente transformação, eles podem representar uma chance única.

O “Itaú Megatrends Ações” aloca os recursos em empresas que poderão gerar grandes transformações na área de tecnologia, saúde, meio ambiente e sociedade (urbanização e mudanças demográficas, por exemplo).

Temáticos

Tem interesse em investir em blockchain, talvez a tecnologia mais impactante da próxima geração? Ou em empresas chinesas de capital aberto, cujo negócio principal está na internet? Prefere companhias com forte pegada sustentável?

Esse é o espírito por trás dos fundos temáticos do Itaú. No primeiro caso, o “Itaú Blockchain” engloba empresas ao redor do mundo que deverão ser favorecidas pelo uso dessa tecnologia. Já o “Itaú Index China Tech” oferece exposição a gigantes chinesas como Alibaba, Tencent e Baidu.

Na área de sustentabilidade, tema que vem ganhando cada vez mais importância no universo corporativo, uma boa opção é o “Itaú Index ESG Energia Limpa”, que investe em empresas internacionais que produzem energia solar, eólica ou de outras fontes renováveis.

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