O crime nunca descansa. Segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), três em cada dez brasileiros já foram vítimas de golpes ou tentativas de fraudes bancárias.

Outra pesquisa, desta vez da Serasa Experian, constatou que, apenas em maio de 2022, houve 331 mil tentativas de golpes no setor. É um dado alarmante: significa que os larápios atacaram suas vítimas a cada oito segundos.

Atento ao problema, o Itaú Unibanco tem colocado em prática uma série de iniciativas para coibir a ação dos criminosos.

É um trabalho que impacta toda a sociedade. Como maior banco privado da América Latina, as medidas tomadas pelo Itaú têm força para se espalhar e ajudar o segmento bancário a enfrentar – sem descanso – golpes de todo o tipo.

Recentemente, o Itaú lançou uma campanha publicitária de alcance nacional para alertar o público sobre como se prevenir e não cair nas fraudes mais comuns aplicadas na praça.

“A conscientização é muito importante para nós”, afirma Adriano Volpini, diretor de Segurança Corporativa do Itaú Unibanco. “Os criminosos sabem que é muito difícil invadir o sistema do banco. Por isso, eles se voltam ao cliente, usando diversos artifícios para manipular e levar a própria vítima a realizar a transação fraudulenta.”

Outra pesquisa da Febraban confirmou essa percepção. De acordo com a entidade, 70% dos golpes são fruto da chamada engenharia social, que é a manipulação psicológica da vítima.

De acordo com a Febraban, 70% dos golpes são fruto da chamada engenharia social, que é a manipulação psicológica da vítima

A ação publicitária toca justamente nesse ponto. Os filmes mostram situações cotidianas que simulam estratégias reais usadas por golpistas e, de forma bem-humorada, indicam como o cliente deve se portar nessas ocasiões.

Afinal, quais são os golpes mais comuns praticados pelos bandidos? Volpini lembra que um método comum é a desestabilização da vítima, o que faz com que ela pare de pensar com clareza e passe a agir conforme a orientação de seu algoz.

Nessas situações, os fraudadores em geral telefonam para a pessoa se passando por funcionários de bancos. Depois, pedem que ela acesse a sua conta e siga um passo a passo que levará ao envio de dinheiro para ele.

“O poder de persuasão dos criminosos é muito alto”, diz Volpini. “Se a vítima não estiver atenta a esse tipo de abordagem, infelizmente acabará sendo enganada.”

O executivo lembra que, para driblar situações como essa, a pessoa deve ter em mente que jamais, em hipótese alguma, o banco liga pedindo para ela acessar a conta, digitar a sua senha ou realizar movimentações financeiras, como transferências e pagamentos.

É preciso reforçar esse aspecto: a central de atendimento do banco nunca telefona para os clientes. Na verdade, ela é apenas receptiva – ou seja, só recebe ligações. Se houver um telefonema desse tipo, é golpe na certa.

Outra fraude típica é a do falso motoboy. O cliente recebe uma ligação de um suposto funcionário do banco avisando que o cartão foi clonado. A seguir, o bandido informa que um motoboy irá ao endereço da vítima retirar o cartão para “perícia.”

A dica aqui é jamais entregar o cartão para alguém que se apresente em nome do banco ou da bandeira do cartão. Esse tipo de solicitação não existe, mesmo se partir de alguém que se identifique como autoridade policial.

Segundo Volpini, historicamente o banco direciona 10% dos gastos em tecnologia para investimentos em segurança

A nova era digital, tão fundamental para facilitar o acesso a serviços bancários, de certa forma facilitou o trabalho dos criminosos. “Antes, o golpista precisava encontrar alguém na rua para aplicar um golpe. Agora, existem milhares de pessoas disponíveis na internet", diz Volpini.

Nesse aspecto, o trabalho de conscientização mais uma vez é fundamental. Tome-se o exemplo do já famoso golpe de WhatsApp, um dos mais comuns no Brasil.

Nele, o fraudador cria uma conta no WhatsApp com o nome do cliente do banco. Com a conta falsa, ele passa a pedir dinheiro emprestado para a lista de contatos, que conseguiu previamente.

Há uma maneira simples e infalível de checar se o pedido de dinheiro é real: basta telefonar para o seu contato e confirmar se ele, de fato, fez a solicitação.

Aqui entra outro ponto importante: os autores dos golpes sempre pedem agilidade para as vítimas. É uma forma, afinal, de fazer com que elas não tenham tempo de raciocinar direito. Portanto, é bom desconfiar toda vez que alguém pede dinheiro com urgência por WhatsApp.

Além do trabalho de conscientização, o Itaú Unibanco incorporou uma série de novas ferramentas que impedem a realização de fraudes nas suas operações bancárias.

Segundo Volpini, historicamente o banco direciona 10% dos gastos em tecnologia para investimentos em segurança. “Os aportes são feitos tanto no desenvolvimento de nossos produtos e serviços como durante a operação deles”, destaca o executivo. “Eles vão desde sistemas de autenticação até ferramentas que nos ajudam a identificar anormalidades nas atividades bancárias.”

Ele cita o sistema de autenticação por biometria facial, que ganhou tração no ano passado. Atualmente, o Itaú usa a biometria facial na abertura de contas e na contratação de produtos do banco.

Segundo especialistas, a tecnologia é umas maneiras mais seguras para garantir que o cliente em questão é ele mesmo. “Segurança é nossa prioridade máxima”, finaliza Volpini.