Nos últimos anos, temas como compliance, integridade, ética e governança corporativa entraram na agenda das empresas e tornaram-se requisitos indispensáveis para a reputação delas.
Nem sempre é fácil, contudo, identificar o que é apenas discurso e o que, de fato, passou a fazer parte rotina das companhias.
Nesse aspecto, um parâmetro inquestionável é oferecido pela Controladoria-Geral da União (CGU), que em 2010 criou o programa “Empresa Pró-Ética” com o apoio de instituições parceiras.
Em linhas gerais, o programa reconhece empresas que implementam, voluntariamente, medidas para prevenir, detectar e remediar atos de corrupção e fraude, além de promover uma cultura organizacional de integridade.
Para ser chamada de Pró-Ética, a empresa precisa cumprir uma série de exigências, desde comprovar que a alta direção está envolvida na implementação do programa de integridade até demostrar que possui códigos robustos de ética e conduta.
O Pró-Ética 2022/2023 selecionou 84 empresas entre 367 que acessaram o sistema em busca do reconhecimento. Um das premiadas, a Unipar, líder na produção de cloro e soda e segunda maior produtora de PVC da América do Sul, inscreveu-se pela primeira vez no programa da CGU – e logo de cara foi reconhecida como empresa Pró-Ética.
“Isso é resultado de diversas iniciativas que adotamos nos últimos anos para construir uma política de governança pautada pela excelência”, diz Humberto Rapussi, head de Auditoria Interna, Controles Internos e Compliance da Unipar. “Nós estamos alinhados com as melhores práticas mundiais.”
O processo de transformação da Unipar começou, em 2019, quando os assuntos relativos a compliance passaram a ser integrados eu uma única área.
O processo de transformação da Unipar começou em 2019
“Até então, eles estavam divididos entre as áreas do jurídico e de auditoria interna”, afirma Ana Paula Clemenc Alvarez, gerente corporativa de Compliance da Unipar. “Depois dessa integração, decidimos revisar todo o nosso programa de compliance.”
O movimento ganhou tração a partir de 2021. Entre outras ações, a empresa atualizou temas vitais como Código de Conduta, Política Anticorrupção e Política de Conflito de Interesses.
As mudanças, incluindo as novas políticas e procedimentos, foram aprovadas pelo Conselho de Administração e pela diretoria executiva, que se engajou diretamente na implementação do programa de compliance – isso, ressalve-se, fez diferença na avaliação realizada pela CGU.
De fato, a Unipar está comprometida com a chamada agenda de integridade. Para seus processos se tornarem mais transparentes, a empresa contrata os serviços de auditorias externas, que a ajudam a mapear e aprimorar seus controles.
Um canal confidencial permite que denúncias sejam feitas sem que a pessoa revele a sua identidade. A partir da denúncia, a empresa faz as investigações necessárias.
Ana Paula Alvarez cita também os treinamentos específicos para disseminar a cultura de integridade na empresa. O trabalho educativo inclui informações e dicas para combater práticas associadas a corrupção ou assédio moral e sexual, por exemplo.
“Muitas pessoas acreditam que compliance é um segmento apenas punitivo, mas eu acho que é exatamente o contrário”, diz Alvarez. “Compliance significa também educar e construir uma cultura organizacional ética e transparente.”
Em setembro passado, a empresa lançou uma iniciativa inédita, o “Dia da Integridade”
Em setembro passado, a empresa lançou uma iniciativa inédita, o “Dia da Integridade”. Na ocasião, todos os colaboradores no Brasil e na Argentina foram convidados a conhecer as ações da Unipar relacionadas a boas práticas corporativas.
Quais são os benefícios de ser uma empresa que, reconhecidamente, está comprometida com valores de ética e integridade? O mais relevante deles diz respeito à reputação.
Na hora de escolher um parceiro de negócios, a preferência certamente se dará por aquelas companhias que desfrutam de boa imagem no mercado. “Isso é muito positivo para todos os nossos stakeholders”, reforça Humberto Rapussi.
O selo de Empresa Pró-Ética conferido pela Controladoria-Geral da União tem validade de 2 anos. Segundo os executivos da Unipar, isso é ótimo, porque estimula as empresas detentoras de tal reconhecimento a buscar meios de aprimorar ainda mais os seus processos.
“Avançamos muito nos últimos anos, mas certamente faremos mais para desenvolver a cultura de integridade no nosso negócio”, afirma Rapussi. “Disseminar as boas práticas de conduta é fundamental para que a Unipar cresça de forma sustentável, que é um de nossos pilares estratégicos”, conclui Alvarez.