O mercado brasileiro de renda fixa quebrou recordes em 2022. Segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), o segmento movimentou R$ 457 bilhões no ano passado, um avanço de 6,6% sobre 2021. Trata-se do maior volume da série histórica iniciada em 2012.

Como será em 2023? “A renda fixará continuará oferecendo muitas oportunidades”, responde Camilla Dolle, head de research de renda fixa da XP. “Ela deverá ser novamente uma das protagonistas da indústria de investimentos.”

O cenário macroeconômico justifica a expectativa da especialista da XP. A taxa Selic iniciou 2023 em 13,75%, ou quatro pontos percentuais acima do começo de 2022, o ano dos recordes para a renda fixa.

Segundo projeções de economistas e do próprio mercado financeiro, a taxa básica de juros provavelmente permanecerá acima de 13% ao longo de 2023.

Para 2023, espera-se também a desvalorização do real em relação ao dólar. Nesse cenário, muitas oportunidades poderão ser capturadas.

O contexto internacional é mais ou menos parecido com o brasileiro. A inflação segue alta na Europa e nos Estados Unidos. Em uma de suas reuniões recentes, o Federal Reserve (Fed, banco central americano) afirmou não considerar “apropriado” reduzir as taxas de juros em 2023.

Juros e inflação nas alturas, associados a incertezas fiscais no âmbito doméstico, reduzem o apetite dos investidores por ativos de risco, especialmente a renda variável.

É aí que a renda fixa entra em cena, ao proporcionar um porto seguro nos cenários marcados por alta volatilidade. No Brasil volátil de 2023, essas classes de ativos são mais do que bem-vindas.

Na avaliação de Camilla Dolle, o contexto favorece os ativos pós-fixados, que acompanham a taxa Selic. Segundo a executiva, eles são ótima opção principalmente para o investidor de perfil conservador.

Ela ressalta que títulos atrelados ao IPCA são boas alternativas para os que buscam se proteger das agruras da inflação, que provavelmente permanecerá elevada por um bom tempo.

Por sua vez, os títulos pré-fixados têm potencial para trazer retornos mais elevados, mas eles estão sujeitos às oscilações do cenário macroeconômico. Ou seja: são indicados para investidores de perfil mais moderado, que suportam certo risco.

“Seja qual for a escolha que o investidor fizer, ele precisa saber que a chave do negócio é a diversificação”, afirma Dolle. “Também é vital pensar no longo prazo e ter paciência para alcançar os melhores retornos.”

Tanto para ativos pré-fixados quanto os títulos IPCA+, já bastante conhecidos no mercado, recomenda-se considerar os prazos de vencimento para executar a melhor estratégia possível.

O ideal, diz a head de renda fixa da XP, é escolher pré-fixados entre dois e três anos de vencimento e títulos de inflação com prazo médio de cerca de 5 anos. “Mas tudo isso, claro, depende do perfil do investidor e de seus objetivos”, diz Dolle.

O mercado brasileiro não está em expansão apenas em valores movimentados, mas também quando se analisa as modalidades de investimentos. Novas tendências deverão tornar a renda fixa ainda mais sedutora para os investidores.

Em 30 de janeiro, estreia no mercado nacional o novo título Tesouro RendA+, que tem por objetivo oferecer uma renda complementar no momento da aposentadoria.

O novo título terá rendimento atrelado ao IPCA, mais uma taxa de juro real de 6% ao ano. Em linhas gerais, a ideia é que o investidor acumule valores ao longo dos anos para recebê-los no futuro como um benefício mensal.

Camilla Dolle, head de research de renda fixa da XP
Camilla Dolle, head de research de renda fixa da XP (Foto: Divulgação/XP)

“O RendA+ democratiza os investimentos em Previdência”, diz Camilla Dolle. Ela tem razão. Segundo o Tesouro Nacional, o valor mínimo para começar a investir será de R$ 30.

Outra novidade é a chamada “marcação a mercado”. Por determinação da Anbima, bancos e corretoras de investimentos passaram, no início de janeiro deste ano, a ser obrigados a “marcar a mercado” os Certificados de Recebíveis Imobiliários e do Agronegócio (CRIs e CRAs), as debêntures e os títulos públicos.

É fácil entender o que isso significa. Trata-se da atualização de preços que ocorre todos os dias nas cotas de fundos de investimentos, em ativos negociados na Bolsa e títulos de renda fixa. Para simplificar: quem investe nesses papéis precisa estar atento às oscilações de preços, que podem ocorrer tanto para cima quanto para baixo.

“Gosto muito da iniciativa”, diz Dolle. “A marcação a mercado representa uma transparência maior para o investidor.”

CDBs promocionais

Um dos ativos de renda fixa preferidos dos brasileiros, os Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) estão em alta. Segundo a Anbima, os brasileiros investiram recordistas R$ 231 bilhões nesses produtos em 2022.

Atenta à crescente demanda, a XP lançou três produtos promocionais com rentabilidades de 130%, 200% e 400% do CDI.

CDB com rentabilidade de 130% do CDI tem prazo de vencimento de 60 dias e está disponível para aportes de R$ 25 mil a R$ 100 mil.

Por sua vez, o CDB 200% do CDI, também com prazo de 60 dias, tem aporte limite de R$ 3 mil.

A terceira opção, o CDB 400% do CDI, está ativo pelo programa #EuIndicoXP. Clientes da XP que indicarem 3 pessoas para investirem, pelo menos, R$ 3 mil cada, ganham acesso ao produto para aportes de até R$ 3 mil. O prazo é de 30 dias. Dentro da mesma promoção, clientes ativos também podem ter acesso ao CDB 130% - basta indicar uma pessoa que invista a partir de R$ 25 mil.