Rogério Xavier, sócio da SPX Capital, gestora com R$ 84,9 bilhões em ativos sob gestão, demonstrou mais uma vez o seu otimismo quanto às perspectivas da economia brasileira em um cenário global de inflação e juros altos, o que segundo ele deve atrair investidores estrangeiros no país.
“Olhando os dados relativos ao mundo inteiro, o Brasil está de graça: o câmbio está no lugar, não temos problemas de defasagem do preço da gasolina e as projeções de inflação para 2024 giram em torno de 3,5%, já com juro caindo”, disse Xavier, durante palestra na abertura do Congresso ABVCAP 2022, evento da Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital que vai até quarta-feira, 9 de novembro, no Rio de janeiro.
“É só fazer direito, pois o sarrafo não está alto”, emendou, referindo-se ao novo governo brasileiro que emergiu das urnas, sob liderança de Luiz Inácio Lula da Silva. “O problema é qualidade das pessoas que vão tocar a economia: se colocarem pessoas de qualidade, então temos chances de dar certo e, repito, o preço está bom”, emendou.
Ao abordar a perspectiva de o país atrair investidores estrangeiros, Xavier foi claro e direto. “As eleições foram democráticas e o resultado deve ser respeitado”, disse. “Tenho uma visão otimista sobre o discurso, não do PT, mas do candidato eleito.” E prosseguiu: “Ele tem noção que foi eleito por uma corrente de forças que tende mais ao centro, se quiser trabalhar só com a esquerda estará colocando o governo em risco de não chegar ao final.”
Xavier disse que seu otimismo com a perspectiva de atração de investidores estrangeiros ao país se baseia na situação da economia global. “A vantagem do Brasil é grande”, afirmou. “Ninguém está investindo no Leste europeu, e não me refiro apenas a Ucrânia e Rússia, mas Hungria, República Checa, Romênia e outros”, acrescentou.
“O Brasil está absolutamente sozinho nesse universo de atrair investimentos estrangeiros"
Segundo ele, o Oriente Médio tampouco tem atrativo, “pois sempre foi caótico”, e, com isso, sobrou a América Latina entre os países emergentes como alternativa. “O Brasil leva muita vantagem em relação a Chile, Colômbia e Peru, por conta de recentes eleições nesses países e a condução da política econômica que têm feito”, disse. “O Brasil está absolutamente sozinho nesse universo de atrair investimentos estrangeiros, é só fazer direito – sei que é difícil”, emendou, arrancando risadas da plateia.
De acordo com Xavier, o ponto de partida do Brasil não é ruim. “É negociar o waiver com o Congresso, formar uma equipe econômica de qualidade e manter uma trajetória sustentável na relação dívida pública com PIB no horizonte de médio e longo prazo que os investidores externos vão comprar essa história”, assegurou.
E conclui: “As pessoas olham muito para o cenário, mas eu olho para o preço e asseguro::o preço está bom para investir no Brasil.”