No ano em que o mundo parou, os americanos olharam para dentro ... de casa. O confinamento residencial provocado pela pandemia fez com que milhares de pessoas deixassem de sonhar com destinos mil para sonhar "apenas" com um novo endereço. Assim, seja para fomentar ou realizar esse desejo, navegar por horas a fio em sites de busca de imóveis parece ser o "esporte" mais popular do país.
Tanto que a Zillow, maior plataforma dos Estados Unidos para consulta de casas e apartamentos à venda ou para locação, registrou movimentação recorde. Segundo o último relatório trimestral da empresa, encerrado em setembro, o site e o app da companhia registraram 236 milhões de acessos mensais e 2,8 bilhões de visitas totais, um aumento de 21% e 32% em relação ao ano passado, respectivamente.
Essa movimentação toda fez com que os gastos com publicidade na plataforma acompanhassem a alta: no último trimestre, encerrado em setembro, a companhia registrou US$ 415,3 milhões de receita proveniente de corretores e proprietários anunciando imóveis, um salto de 80% em relação ao mesmo período de 2019.
E, ao que tudo indica, esses anúncios estão dando resultado, uma vez que o setor de financiamento imobiliários da Zillow foi o que mais cresceu. A disparada em comparação ao último trimestre foi de 114%, para US$ 54 milhões. Segundo Lawrence Yun, economista chefe da Associação Nacional de Corretores, as vendas de casa no país subiram 20% em relação ao ano passado – e este é o quinto mês consecutivo de ascensão.
Esse superaquecimento, obviamente, leva a um "reajuste" nos preços: mais de uma a cada cinco casas vendidas nos Estados Unidos, no mês de setembro, foi "arrematada" acima do preço de mercado. Yun acredita que o valor médio dos imóveis suba mais 3% em 2021 e, mesmo assim, o volume das vendas deve crescer 9%.
Isso significa que tem "mais área útil" para a Zillow trabalhar num futuro próximo, sobretudo porque a empresa faz dos dados o seu maior diferencial. Enquanto plataformas como Pinterest e Instagram oferecem uma vasta gama de imagens super produzidas, o Zillow entrega imagens, tours virtuais e informações detalhadas de cada casa listada ali. Ela só não revela quantas propriedades constam em seu banco de dados.
Não é à toa que a companhia disparou mais de 300% na bolsa desde março, quando a pandemia chegou ao solo americano. Avaliada em US$ 26 bilhões, a empresa experimenta o seu ápice desde que foi à bolsa, em 2011 – seis anos depois de ser criada, em Seattle, por Rich Barton e Lloyd Frink, dois ex-Microsoft que criaram a Expedia.
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