O Brasil parece ter entrado definitivamente na “dança” de investimentos do TikTok, a rede social de vídeos do grupo chinês ByteDance. É o que mostra o mais novo anúncio da plataforma envolvendo o mercado local.
A empresa divulgou nesta quarta-feira, 3 de dezembro, que vai investir mais de R$ 200 bilhões na construção de um data center no estado do Ceará, na região Nordeste, o seu primeiro projeto nessa área na América Latina.
O centro de dados que marca essa estreia na região será instalado no Complexo Industrial do Pecém (CIPP) e, do investimento anunciado, uma soma de R$ 108 bilhões será alocada em equipamentos de alta tecnologia até 2035. Outros aportes adicionais serão feitos na década seguinte.
Com fase inicial de operações prevista para 2027, o projeto será desenvolvido, nessa etapa, em parceria com a Omnia, operadora de data centers do Patria Investimentos, e com a Casa dos Ventos, empresa brasileira de energia renovável.
“Esse projeto é um passo decisivo para ampliar nossa contribuição ao ecossistema digital brasileiro”, disse, em nota, Monica Guise, diretora de políticas públicas do TikTok no Brasil. “Seguiremos trabalhando de forma transparente com autoridades e comunidades locais ao longo de toda a implementação do projeto.
Segundo a empresa, os estudos iniciais preveem que o projeto irá gerar a criação de mais de 4 mil postos de trabalho, entre temporários e permanentes, na primeira fase de construção e operação do data center.
A estrutura será alimentada exclusivamente por energia 100% renovável, proveniente de novos parques eólicos dedicados ao projeto. O centro também vai incorporar tecnologia global de resfriamento com circuito fechado de reuso de água, reduzindo a utilização desse recurso na operação.
O fato de contar com uma boa oferta de energia renovável e de cabos de fibra ótica de alta velocidade são justamente alguns dos pontos que têm colocado o Brasil como o principal país na região para receber investimentos nesse segmento.
Essa não é, porém, o único alvo dos aportes do TikTok no mercado brasileiro. Em maio deste ano, a companhia lançou no País a versão local do TikTok Shop, braço de comércio eletrônico da plataforma que permite aos usuários comprarem produtos diretamente da rede social.
O lançamento aconteceu antes das projeções iniciais do mercado e só reforçou as discussões sobre qual seria o impacto dessa chegada para as plataformas de comércio eletrônico que já atuavam no País.
Alguns dados recentes divulgados pelo TikTok ajudam a dar uma pista sobre esse efeito. Na última Black Friday, realizada em 28 de novembro, a plataforma registrou um crescimento de 129% no GMV (volume bruto de mercadorias) sobre 10 de outubro, data da última ação promocional realizada pela rede.
Em outros números, a receita diária média cresceu 26 vezes em setembro em relação ao mês de lançamento da plataforma, que, nos primeiros quatro meses de operação, teve um aumento de 12 vezes no número de criadores que realizam vendas mensais.