Se durante muito tempo a gestão de Elon Musk no X (o antigo Twitter) foi criticada e fez com que a companhia perdesse pelo menos metade de seu valor de mercado, segundo o próprio empresário, agora parece que as coisas estão mudando.
No início desta semana, Bill Ackman afirmou que Musk fez "melhorias tremendas na plataforma". Segundo o fundador da Pershing Square e uma das maiores referências do mercado financeiro, a companhia “pode crescer em diferentes linhas de negócios".
Musk está apostando justamente em novas formas de rentabilizar a operação de sua rede social. De acordo com o site americano The Information, uma de suas ideias é permitir que os usuários possam fazer compras diretamente pela plataforma.
Dentro do X, a ambição é para que a rede social opere também como uma plataforma de e-commerce. Isso seria feito com a melhoria da exposição dos produtos na rede social e com a incorporação do one-click checkout nas compras – tornando a experiência mais prática.
Para viabilizar este plano, executivos da empresa vêm realizando encontros com companhias especializadas em comércio eletrônico. Os nomes, contudo, permanecem em sigilo.
A ideia não é transformar a rede social em um site de compras, adicionando uma vitrine de produtos. Em vez disso, os criadores de conteúdo e as marcas contariam com recursos exclusivos para o envio de links de produtos para seus seguidores através de mensagens.
O que dá mais pistas de que o X está de olho nas compras virtuais é um acordo firmado nesta semana com a influenciadora Paris Hilton, que tem mais de 16 milhões de seguidores na rede social, para a criação de conteúdo original na plataforma em transmissões ao vivo.
Outra aposta de Musk está relacionada aos esportes. O X já possui um acordo com a National Football League (NFL) em que clipes de jogos da liga de futebol americano são publicados na rede social. Esses vídeos têm anúncios de marcas como Pepsi, Microsoft, Apple, entre outras.
O plano é conseguir expandir este modelo para outros esportes. No momento, a companhia está em discussões com os organizadores da National Association for Stock Car Auto Racing (Nascar) para que vídeos semelhantes sejam publicados.
Recentemente, em julho, Linda Yaccarino, CEO da X, também se encontrou com Bill Koenig, presidente global de conteúdo e mídia da National Basketball League (NBA).
Antes da aquisição de Musk, o Twitter chegou a gerar mais de US$ 1 bilhão de receita por ano com publicidade que era exibida nos vídeos publicados na plataforma.
Agora, a companhia afirma apenas que está observando um crescimento de dois dígitos em vídeos da NFL, da liga de futebol americano universitária e na Fórmula 1.
Poucos resultados
A ideia de trazer novas frentes de receita para o X já vem sendo colocada em prática há algum tempo. Os esforços neste sentido, porém, parecem não ter surtido muito efeito até agora.
O lançamento de uma assinatura premium da rede social, em que há a cobrança de US$ 8 por mês para que os usuários contem com recursos adicionais na plataforma, não vingou.
Até julho, apenas algo entre 815 mil e 865 mil usuários eram assinantes, o que representa 0,3% dos usuários diários da rede social (cerca de 245 milhões).
Os novos planos para o X vêm em um momento em que a companhia tenta recuperar suas finanças após a perda de anunciantes. De acordo com Musk, a companhia perdeu metade de sua receita desde que o empresário assumiu o comando do negócio, no ano passado.
Para piorar, a X precisa arcar com a cobrança de juros anuais que somam cerca de US$ 1,5 bilhão sob uma dívida de US$ 13 bilhões. Esse prejuízo financeiro fez com que Musk cortasse mais de 80% dos funcionários da empresa no último ano.
As demissões não foram suficientes para fazer com que o X se tornasse uma empresa lucrativa. O breakeven, contudo, parece próximo. Durante um evento na semana passada, Yaccarino afirmou que a empresa estava próxima de seu equilíbrio financeiro – o que pode acontecer em 2024.