Uma mensagem de nove linhas, compartilhada em seus respectivos perfis. Foi desta maneira que Bill Gates, o cofundador da Microsoft, e Melinda Gates, sua esposa e companheira na Bill & Melinda Gates Foundation, anunciaram nesta segunda-feira, 3 de maio, o fim de um casamento de 27 anos.

“Nos últimos 27 anos, nós criamos três filhos incríveis e construímos uma fundação que atua em todo o mundo para permitir que todas as pessoas levem uma vida saudável e produtiva. Continuamos a compartilhar a crença nessa missão e seguiremos nosso trabalho juntos na fundação, mas não acreditamos mais que podemos crescer juntos como um casal nessa próxima fase das nossas vidas”, escreveu a dupla na postagem, publicada no Twitter.

Como é totalmente compreensível, o anúncio foi feito de forma “econômica”, com poucas palavras. Mas o fato é que, dado o patrimônio construído pelo casal, estimado em US$ 146 bilhões, o divórcio certamente seguirá na direção contrária, com cifras substanciais envolvidas.

Sob essa ótica, o caso promete rivalizar com a separação de Jeff Bezos, fundador da Amazon, e MacKenzie Scott, sua esposa na época, que ficou conhecida como o divórcio mais caro da história, com um acordo que girou em torno de US$ 38 bilhões.

Pelos termos sacramentados, na época, em um tribunal do condado de King, no estado de Washington, MacKenzie recebeu o equivalente a 4% de participação na Amazon e se desfez de suas fatias no jornal The Washington Post e na companhia de exploração espacial Blue Origin.

Bezos, na época, seguiu com sua fatia de 12% na Amazon. Hoje, a gigante do varejo virtual está avaliada em US$ 1,7 trilhão. E o empresário continua firme no posto de homem mais rico do mundo, com uma conta bancária estimada em US$ 197 bilhões, segundo o Bloomberg Billionaires Index.

Bill e Melinda Gates se conheceram na Microsoft. Ela trabalhou na companhia como gerente-geral de produtos de informação entre 1987 e 1996. Depois de deixar a operação, integrou o conselho da Duke University e fundou, em 2015, a Pivotal Ventures, empresa de investimentos e incubação de projetos sociais e que promovem a igualdade.

O casal criou oficialmente a Bill & Melinda Gates Foundation no ano 2000. Oito anos depois, Gates deixou o dia a dia na Microsoft para dedicar mais tempo à organização sem fins lucrativos que, segundo um relatório fiscal citado pela rede americana CNBC, tem mais de US$ 51 bilhões em ativos.

Em mais de 20 anos, o casal aplicou parte de seus recursos na fundação para apoiar projetos em áreas como o combate à pobreza, às doenças e à desigualdade em todo o mundo. Em 2020, por exemplo, a organização destinou mais de US$ 1,75 bilhão para apoiar iniciativas relacionadas à pandemia da Covid-19.

Além da fundação, os dois criaram, em 2010, a Giving Pledge, ao lado do megainvestidor e também bilionário Warren Buffett. A organização busca incentivar magnatas americanos a doarem metade de suas riquezas para filantropia, em vida ou na morte.