O BTG Pactual fechou mais um trimestre com resultados recordes de receita e lucro, um desempenho que, se mantido, abre caminho para ultrapassar o guidance para rentabilidade em 2025.
O maior banco de investimentos da América Latina informou nesta terça-feira, 11 de novembro, ter registrado um lucro líquido ajustado de R$ 4,5 bilhões no terceiro trimestre, avanço de 41,5% na comparação anual e 7% superior ao registrado no trimestre anterior.
A receita alcançou R$ 8,8 bilhões, alta de 36,8% em relação ao mesmo período do ano anterior e de 6% ante o apurado no segundo trimestre. O retorno ajustado sobre o patrimônio (ROAE) fechou o trimestre em 28,1%, acima dos 27,1% do segundo trimestre.
Considerando os resultados obtidos até agora, o ROAE do BTG Pactual no ano é de 26,4%, acima do guidance estabelecido para 2025 – no começo do ano, a expectativa era de superar os 23,1% de 2024, mas recentemente os executivos falavam de um patamar “acima de 24%”.
O crescimento orgânico da maioria das linhas de negócios, junto com a colaboração de alguns novos ativos – como o braço de gestão de fortunas da JGP, de André Jakurski, adquirido pelo BTG Pactual em abril – fez da franquia de clientes um dos destaques do período.
O total de ativos sob gestão e administração chegou a R$ 2,3 trilhões, alta de 25,2% em base anual e 9,5% na comparação trimestral, com que a captação líquida (NNM, na sigla em inglês) atingindo R$ 83 bilhões no terceiro trimestre, acima dos R$ 78 bilhões de um ano antes.
A parte de wealth management & personal banking manteve o bom momento, registrando receita recorde de R$ 1,4 bilhão, aumento de 35,7% em relação ao ano anterior e de 16% ante o trimestre anterior.
O NNM trimestral da área totalizou R$ 49,2 bilhões, crescimento de 4% na comparação anual, boa parte dele vindo de forma orgânica. A consolidação da JGP WM adicionou R$18 bilhões, ajudando a elevar o total de wealth under management (WuM) para R$1,1 trilhão, acima dos R$ 857,4 bilhões de um ano atrás.
A parte de asset management também teve receita recorde – R$ 747,5 milhões, avanço de 23,3% no comparativo anual e de quase 20% ante o segundo trimestre. Os ativos sob gestão e administração (AuM/AuA) atingiram R$ 1,2 trilhão, crescimento de 18,8% em base anual, com a NNM alcançando R$ 33,5 bilhões, alta de 9,5% na comparação anual.
Quem também teve receita recorde foi a parte de corporate lending e business banking – R$ 2,2 bilhões no terceiro trimestre, crescimento de 25,8% no comparativo anual e de 4,4% em base trimestral. O portfólio de crédito totalizou R$ 246,9 bilhões no trimestre, avanço de 17,4% no ano.
A área de sales & trading, que inclui corretagem e operações de mercado, teve receita de R$ 1,9 bilhão, aumento de 13,6% na comparação com o terceiro trimestre de 2024 e praticamente estável em relação ao segundo trimestre.
O VaR médio (medida de perda percentual de uma carteira de investimentos) no trimestre avançou para 0,30%, depois de alcançar o menor nível histórico um ano antes (0,16%), em meio ao crescimento da atividade de cliente.
A parte de investment banking foi a única que não teve receita recorde. Depois da receita recorde no trimestre passado, a unidade fechou o terceiro trimestre com faturamento de R$ 643 milhões no 3T25, aumento de 69,2% em base anual.
O resultado foi impulsionado novamente pela emissão de dívidas das empresas, enquanto o mercado de equities segue fraco e a parte de M&A contribuiu mais significativamente para os resultados do segundo trimestre.
Em relatório, os analistas do Itaú BBA já demonstravam que esperavam um desempenho robusto do BTG Pactual, mas os números vieram acima do esperado – a previsão era de lucro líquido de R$ 3,8 bilhões e ROAE de 23%.
“Esperamos que a BTG ofereça a melhor combinação de lucros e KPIs operacionais neste trimestre, com potencial de superação das nossas expectativas”, escreveu, na ocasião, a equipe de estratégia do banco.
As units do BTG Pactual fecharam o pregão de segunda-feira, 10 de novembro, com alta de 1,23%, a R$ 51,21. No ano, os papéis acumulam alta de 89%, levando o valor de mercado a R$ 196,4 bilhões.